Estomatite: o que é, causas, principais sintomas e tratamento
- 1. O que é estomatite?
- 2. Tipos de estomatite
- 3. Causas da estomatite
- 4. Sintomas
- 5. Estomatite é contagiosa?
- 6. Diagnóstico
- 7. Estomatite tem cura?
- 8. Tratamentos
- 9. Diferentes especialidades médicas envolvidas nos cuidados
- 10. Programas Vitat – Linha de Cuidados para quem sofre de estomatite
- 11. Links úteis
Você sabe o que é estomatite? Talvez você não conheça pelo nome, mas já sofreu ou conhece alguém que reclamou de problemas bucais frequentes, como aftas nos lábios, língua, gengiva ou bochechas.
De acordo com o Dr. Marcos Moura, dentista, a estomatite está relacionada à inflamação de qualquer parte da boca, incluindo lábio, língua, gengivas e garganta. “Qualquer alteração de forma, cor e volume, com ou sensação de dor na região da boca pode ser estomatite”, diz o dentista. Geralmente, esses problemas bucais são mais frequentes em crianças, mas também podem aparecer em adultos. Entenda melhor a doença.
O que é estomatite?
A estomatite é o nome dado à inflamação da mucosa bucal que pode causar edema e vermelhidão ou surgir de forma mais discreta, como uma única úlcera ou como úlceras múltiplas. Menos comum é o aparecimento de lesões esbranquiçadas e, em casos raros, pode haver sintomas mesmo sem que haja lesões aparentes.
Além da incômoda dor, a estomatite ainda pode prejudicar a ingestão de alimentos e líquidos. Infecções secundárias também podem ocorrer ocasionalmente. Em algumas pessoas, a estomatite aftosa ocorre de maneira praticamente contínua, ou seja, novas úlceras surgem ao mesmo tempo que as antigas estão desaparecendo.
Tipos de estomatite
Estomatite de adulto
A estomatite em adultos, apesar de menos frequente que na criança, também pode ocorrer. Podem inclusive ter as mesmas causas que se verificam em crianças, mas geralmente, no adulto, tendem a manifestar-se de uma forma mais agressiva. Dessa forma, é mais frequente ocorrer estomatite nas pessoas imunossuprimidas e em pessoas que usam próteses desadaptadas e/ou mal higienizadas, entre outras situações.
Estomatite infantil
A estomatite pode aparecer em bebês a partir do desmame, normalmente aos seis meses, mas é mais frequente em crianças de 2 a 5 anos, época da socialização. Assim, ambientes fechados, clima frio e aglomeração podem facilitar a proliferação do vírus. Apesar do nome, a doença ataca toda a parte interna da boca, como as bochechas, a língua, o céu e o fundo da boca, podendo chegar até as amígdalas, garganta e esôfago.
Estomatite aftosa recorrente
Em certos casos, o surgimento de úlceras dolorosas na boca ocorre de forma repetida. A este quadro, dá-se nome de estomatite aftosa recorrente (EAR), considerada a doença mais comum da mucosa oral. Alguns fatores contribuem para o seu surgimento. Por exemplo, traumas orais, estresse emocional e certos alimentos como chocolate, café, amendoim, ovos, cereais, amêndoas, morangos, queijos e tomates. Os sintomas da EAR normalmente aparecem durante a infância ou adolescência e diminuem em frequência e severidade com o passar dos anos.
Causas da estomatite
Podemos listar diversas causas possíveis para a estomatite, já que existem vários fatores de risco que favorecem o desenvolvimento desse problema. “Há diversas causas, desde a irritação de alimentos ou produtos que se levam à boca, até às infecções e respostas a algumas doenças”, relata o endodontista. Confira algumas das causas:
- Lesões ou ferimentos na boca, como cortes ou pancadas;
- Imunidade baixa;
- Vírus da herpes;
- Fatores genéticos;
- Reações alérgicas;
- Infecções fúngicas (candidíase, por exemplo);
- Infeções bacterianas (estomatite bacteriana);
- Tabagismo;
- Cárie dentária;
- Gengivite;
- Uso de prótese dentária, aparelho de dente ou dentadura mal adaptados;
- Alcoolismo;
- Ingestão de alimentos muito quentes;
- Falta de higiene oral;
- Deficiência de vitaminas e minerais;
- Tratamentos para o câncer (sessões de quimioterapia e radioterapia);
- Doenças endócrinas e sistêmicas que afetam a imunidade (lúpus, doença de Crohn e SIDA);
- Uso de medicamentos que baixem a atividade do sistema imunitário (corticoides, por exemplo);
- Úlceras orais.
Sintomas
Os principais sintomas da estomatite são as lesões que lembram uma afta ou úlceras orais, bem como feridas de difícil cicatrização em tecido cutâneo ou mucoso, popularmente chamadas de feridas. “Os sintomas dependem das causas principais. Mas geralmente causam irritação e/ou vermelhidão da mucosa, aumento de volume, dor e úlceras”, comunica o especialista. Além disso, existem outros sintomas da estomatite. Veja quais são os principais:
- Vermelhidão e/ou inchaço na gengiva, interior das bochechas, língua, lábios ou garganta.
- Dor na região da lesão;
- Sensibilidade na boca;
- Salivação em excesso;
- Presença de aftas na região interna da boca;
- Dificuldade e/ou dor para comer, engolir e falar;
- Perda de sabor;
- Falta de apetite;
- Inflamação ao redor da lesão;
- Sensação de queimadura e/ou boca seca;
- Irritabilidade (principalmente em crianças);
- Dor de cabeça;
- Febre;
- Mal-estar geral.
Estomatite é contagiosa?
Na estomatite, o contágio depende da causa subjacente. A estomatite viral, por exemplo, é contagiosa, sendo relativamente fácil de se transmitir ou “pegar”, através das gotículas de saliva ou do contato direto com a área afetada, principalmente quando falamos do vírus do herpes (estomatite herpética).
Nestes casos, a incubação da doença (tempo até aparecerem as primeiras manifestações), pode ir dos 2 aos 12 dias. Por outro lado, a estomatite aftosa já não é contagiosa, ou seja, a doença não se transmite ou se “pega”. De qualquer modo, nos casos onde existe o fator contagioso, a manifestação da doença depende em grande parte do estado geral de imunidade específico de cada pessoa.
Diagnóstico
O diagnóstico da estomatite é, sobretudo, clínico. Assim, é importante investigar se há relação entre os sintomas apresentados e a ingestão de alimentos, medicamentos ou outras substâncias químicas e se o paciente faz uso de alguma prótese na boca.
Além disso, é importante saber se o paciente apresenta algum fator de risco para desenvolver lesões orais, como quimioterapia, imunossupressão ou infecções sexualmente transmissíveis (IST’s). Também devem ser investigados sintomas inespecíficos que sugiram doenças crônicas (perda de peso, por exemplo) e fatores de risco para infecção pelo HIV.
Em casos de estomatite recorrente, em que há lesões de maior duração, podem ser solicitados o hemograma, contagens séricas de ácido fólico, ferro sérico e vitamina B12. A biópsia também pode ser utilizada, mas é indicada apenas nos casos em que há suspeita de malignidade ou em lesões persistentes.
Estomatite tem cura?
O Dr. Marcos Moura informa que a estomatite não pode ser classificada como uma doença, já que existe o controle após instalado o processo. Mas sim, é possível alcançar a cura, desde que seja diagnosticada e tratada de forma correta. “O tempo de cura vai depender da causa e do tempo que foi diagnosticado e iniciado o tratamento”, complementa o dentista.
Tratamentos
A boa notícia é que há tratamento para a estomatite. Sendo assim, o especialista em saúde bucal indica evitar o contato com o produto que desencadeia o problema e manter uma boa higiene bucal. “Além disso, a aplicação de laser terapêutico tem sido muito usado hoje em dia. Pois o laser atua promovendo uma reparação nas células afetadas e uma rápida regeneração”, explica o endodontista.
Remédios para estomatite
- Anti-inflamatórios prescritos por dentistas ou médicos, apresentados em comprimidos, pomada, bochechos, gel oral ou em spray;
- Tratamento antibiótico com tetraciclina com duração de uma semana, caso a estomatite acabe com apenas um ciclo de medicação;
- Analgésicos antipiréticos. Como por exemplo, o paracetamol, em casos que a estomatite cause febre acima dos 38 graus;
Em alguns casos, também é possível lançar mão de tratamentos caseiros, como bochechos com água morna e sal para amenizar os sintomas. No entanto, é fundamental utilizar apneas medicamentos prescritos por médicos e dentistas.
Alimentação: o que comer e o que evitar?
O que comer
Geralmente, a alimentação deve ser líquida e fria durante a fase mais aguda da doença (fase com mais lesões na zona da boca), de forma a diminuir a dor e o desconforto. Alguns cuidados alimentares passam por:
- Alimentos mais líquidos e pastosos, de preferência gelados, como suco de frutas não ácidas, gelatina, iogurte, sorvete (melhor os sem açúcar) e água de coco;
- Valem também sopas batidas no liquidificador sem temperos e em temperatura ambiente ou mesmo frias;
- No caso das crianças mais velhas, que já fazem outro tipo de alimentação, é importante evitar as bebidas com gás (refrigerantes) assim como purês muito condimentados.
O que evitar
A princípio, o ideal é evitar alimentos muitos ácidos, como as frutas cítricas. Essa é a única regra para quem está com estomatite. No entanto, alguns alimentos podem ajudar a prevenir a afta, que é um dos principais sintomas da doença. São eles:
- Pimenta e alimentos muito picantes
- Comidas com excesso de sal
- Refrigerantes que possuem ácidos em sua composição
- Chocolates e doces com muito açúcar
- Pão francês
Diferentes especialidades médicas envolvidas nos cuidados
Ao serem identificados estes sintomas, um especialista deve ser procurado para o tratamento da estomatite. O diagnóstico pode ser efetuado pelo médico dentista, independentemente da idade do paciente. Em casos infantis, deve ser realizado pelo médico pediatra, dentista, gastroenterologista, imunologista ou até mesmo por um médico de clínica geral.
O que perguntar para o médico na consulta
A estomatite causa dor e febre?
O termo estomatite às vezes é utilizado para descrever um quadro de estomatite infantil, que apresenta sintomas como dor e febre. A duração do episódio varia de 7 a 10 dias e apesar de mais comum em crianças pode acometer também adultos.
Até quantos dias dura a febre em pessoas com estomatite?
O número de dias de febre varia de acordo com o tipo e gravidade da estomatite, mas geralmente tende a manter-se alta durante 3 dias ou mais.
Depois de ter estomatite, há chances de tê-la novamente?
Estomatite é uma patologia causada, geralmente, por vírus. Por isso, esse tipo de infecção pode ocorrer novamente, porém se o quadro é prolongado ou muito recorrente outras causas devem ser investigadas, como as deficiências imunológicas.
Estomatite aftosa recorrente pode sangrar?
Pode, pois é uma lesão erosiva, e dependendo da camada de tecido lesada, pode levar ao sangramento. No caso da estomatite aftosa recorrente o sangramento pode ocorrer se houver trauma no local, o que é relativamente comum no caso da boca. Além disso, essas lesões por serem erosivas ou ulceradas são frágeis, sendo mais fácil sua ruptura e sangramento.
Estomatite pode causar diarreia e vômitos?
Não, estomatite não causa diarreia ou vômito. O principal sintoma é o aparecimento de bolhas ou feridas (aftas) na mucosa da boca, podendo afetar ainda gengiva, língua, parte interna das bochechas, céu da boca e garganta.
Quais são os cuidados durante o tratamento?
Existem alguns cuiados que precisam ser tomados durante o tratamento. Manter a saúde, em geral, para o pronto restabelecimento é um deles, de acordo com o especialista. Além disso, recomenda-se evitar alimentos que possam causar danos na mucosa, como alimentos quentes, cítricos e apimentados. Dessa maneira, existem outros tipos de cuidados que podem ajudar na recuperação. Como por exemplo:
- Evitar alimentos salgados e ácidos.
- Não tocar na ferida e em outro lugar em seguida;
- Beber muita água durante o tratamento para manter a hidratação;
- Escovar os dentes, usar fio dental e usar antisséptico bucal várias vezes por dia.
Quanto tempo dura a estomatite?
Segundo o especialista em saúde bucal, o tempo de duração de uma estomatite irá depender da causa e da área afetada. “Assim que descoberto a causa e iniciado o tratamento, a melhora já pode ser visível nas primeiras 24 horas”, tranquiliza o Dr. Marcos Moura. No entanto, podem acontecer casos mais prolongados, entre 7 e 15 dias. Por isso, nesses casos, é preciso ter paciência, seguir as instruções médicas e tentar aliviar a dor.
Programas Vitat – Linha de Cuidados para quem sofre de estomatite
Guia da imunidade
Virada saudável
Fonte: Dr. Marcos Moura, dentista, endodontista pela UNESP/Araraquara e membro da Associação Brasileira de Halitose (ABHA).
Links úteis
Biblioteca virtual em saúde do Ministério da Saúde
Conselho Regional de Farmácias do estado do Paraná