Quanto mais idoso e mais baixa a escolaridade, maior o risco de demência
Um estudo realizado no município de Tremembé, em São Paulo, registrou alta taxa de demência na população idosa. Essa é uma das poucas pesquisas sobre a doença na América Latina. Ela também indica que envelhecimento e escolaridade são fatores de risco para a demência.
De acordo com a pesquisadora e neurologista Karolina César-Freitas, membro do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP, o estudo segue uma linha de pesquisa iniciada em 2012. Um acompanhamento de cerca de cinco anos foi feito com idosos que inicialmente não tinham demência para, em seguida, analisar a parcela dessa população que desenvolveu o quadro.
“O principal fator de risco foi o próprio envelhecimento e a escolaridade”, afirma Karolina ao Jornal da USP. “Isso porque quanto mais idoso e mais baixa a escolaridade, maior o risco de demência”. Além disso, pessoas que já possuíam algum tipo de comprometimento cognitivo também tiveram mais chances de desenvolver demência.
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Escolaridade e demência: Entendendo a relação
A pesquisadora explica que demência é um termo utilizado para diversas condições — o Alzheimer, por exemplo. Entre os sintomas, estão o prejuízo de memória recente, desorientação temporal e dificuldade de linguagem. “Muitos familiares demoram para procurar ajuda médica porque acham que a falha de memória é normal nessa faixa etária”, afirma.
O estudo também ressalta fatores preventivos que se aplicam a todas as faixas etárias. Como o estímulo à escolaridade e à atividade física, o controle de hipertensão e diabete, evitar abuso de álcool, boa alimentação e estímulos cognitivos. “São mudanças de comportamento, atitude e estímulos que fazem a gente ter uma vida mais saudável e envelhecer com o cérebro mais saudável possível”, ressalta Karolina.
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Fonte: Jornal da USP