Erisipela: O que é, sintomas e principais causas
Você já ouviu falar em erisipela? Essa é uma condição inflamatória. Ela atinge tanto a camada mais superficial da pele quanto o tecido adiposo subcutâneo, um processo que também envolve os vasos linfáticos. Assim, trata-se, de acordo com a dermatologista Ana Paula Mantoan, da Clínica Healphy, de uma forma mais externa de celulite. Costuma acometer pessoas com diabetes, obesidade, com baixa imunidade ou má circulação e pessoas acima dos 50 anos, cuja circulação venosa e linfática estão debilitadas.
A doença não é contagiosa, uma vez que, em geral, é causada por bactérias. Principalmente a Streptcoccus pyogenes. Que penetram na pele por uma porta de entrada em qualquer área do corpo, sendo a mais comum os membros inferiores, já que sofrem o efeito da gravidade. Assim, dificultando o retorno do sangue e da linfa (vasos linfáticos). “Exemplos de porta de entrada são úlceras, micoses de unhas, frieiras, picadas de inseto, manipulação inadequada das unhas, lesão de acne ou até mesmo um corte”, detalha Ana Paula.
A médica informa também que a instalação e a evolução do quadro são rápidas, com sintomas de infecção. Entre eles mal-estar, fadiga, febre e calafrios, surgimento de endurecimento, inchaço e sensação de ardor na pele, bem como feridas avermelhadas e doloridas. Mas, a forma mais grave da erisipela pode apresentar bolhas, região do corpo escurecida e até uma infecção generalizada que pode levar à morte.
Erisipela: Diagnóstico e tratamento
Adriana Vilarinho, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD), afirma que a erisipela pode ser diagnosticada por meio de uma análise clínica. Ou seja, da observação dos sintomas. “Não há, geralmente, a necessidade de realizar outros exames específicos.”
O tratamento no estágio inicial é feito em casa a partir do uso de antibióticos orais, anti-inflamatório, remédios para a febre, repouso absoluto, elevação do membro afetado e higiene adequada. “Quando o quadro é mais grave, necessita de internação para administração endovenosa do antibiótico e observação do paciente”, completa Ana Paula.
Tomando esses cuidados, a condição pode ser completamente curada. Além disso, vale ressaltar a importância da prevenção para evitar o desenvolvimento da doença. São medidas como cuidar corretamente de quaisquer ferimentos na pele. Assim, evitando uma possível infecção, enxugar bem os pés para evitar a proliferação de fungos e tratar doenças dermatológicas como micoses e frieiras “Usar meias elásticas, utilizar instrumentos de manicure e pedicure sempre esterilizados, não expor os pés a ambientes com riscos de contaminação, entre outras situações que favoreçam a entrada da bactéria”, conclui Ana Paula.
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