Endometriose profunda: o que é, sintomas e tratamentos

Saúde
06 de Maio, 2022
Endometriose profunda: o que é, sintomas e tratamentos

A endometriose é uma questão bastante comum quando o assunto é a saúde da mulher. Mas você sabia que existe uma variação dessa doença chamada endometriose profunda? É sobre isso que vamos conversar hoje. 

O que é a endometriose? 

“Endometriose é a presença de glândulas endometriais fora da cavidade do útero”, explica o Dr. Nucelio Lemos, ginecologista, neuropelveologista e fundador do Instituto de Cuidados, Reabilitação e Assistência em Neuropelveologia e Ginecologia.

“O útero é formado por uma parede muscular com um revestimento interno de glândulas, o chamado endométrio. Essas glândulas respondem aos hormônios produzidos pelos ovários para receber o embrião, no caso de uma gravidez”, continua. Então, caso a gravidez não aconteça, essa camada descasma na forma do sangue menstrual. Esse processo é o que caracteriza o seu ciclo mensal.

No entanto, pode acontecer dessas células crescerem de forma irregular em outras áreas. Por exemplo, nos ovários, nas tubas uterinas ou no intestino, gerando a condição chamada endometriose. 

“As glândulas da endometriose respondem ao estímulo hormonal dos ovários da mesma maneira. Mas, como o sangue não tem para onde ser drenado, o sangramento desses implantes no período da menstruação causa um processo inflamatório crônico importante”, diz o médico.


Não existe um consenso sobre uma classificação específica da endometriose. Contudo, a maioria das classificações propostas dividem essa condição em 4 níveis, sendo o grau 4 o mais grave – a também chamada endometriose profunda. 


“A endometriose profunda se caracteriza pela infiltração dos implantes a mais de 5 milímetros da superfície do peritônio, que é a membrana que envolve  os órgãos da pelve”, explica o médico. “Nesta situação, a endometriose pode infiltrar o intestino. Também no sistema urinário e até mesmo os nervos que cruzam a pelve, como o nervo ciático.”

Quais os sintomas? 

Os sintomas clássicos da endometriose são as cólicas menstruais, dor no período da ovulação (conhecida como “dor do meio”) e dor com a penetração profunda, quando o pênis bate no colo do útero.


“Além dos sintomas acima, a endometriose profunda pode produzir sintomas de acordo com os órgãos acometidos”, explica. “Assim, muitas pacientes se queixam de dor para evacuar durante o período menstrual. Aumento da frequência urinária e urgência miccional, sensação de bexiga cheia mesmo com pouca urina. Sensação de corpo estranho na vagina ou no reto, dor no ciático no período menstrual, entre outros.”

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Como é o tratamento para endometriose profunda? 


O tratamento da endometriose pode ser medicamentoso, visando tratar a dor, ou cirúrgico, com o objetivo de extirpar os implantes e tratar a doença diretamente.


O tratamento com medicamentos conta, principalmente, com anti-inflamatórios e analgésicos para as crises de dor, e com hormônios que diminuem os níveis dessas substâncias no organismo. Por exemplo: anticoncepcionais ou hormônios que bloqueiam os ovários, induzindo uma menopausa química.

Já o tratamento cirúrgico da endometriose tem seis indicações:

  • Se a endometriose obstrui o ureter (tubo que leva a urina do rim à bexiga)
  • Quando a endometriose obstrui o intestino
  • Se a endometriose entra nos nervos da pelve
  • Quando a paciente tem dor e quer engravidar, uma vez que o tratamento hormonal é contraceptivo
  • Se o tratamento clínico não resolve a dor ou produz efeitos colaterais não toleráveis pela paciente
  • Quando a paciente não quer tentar o tratamento clínico

“O tratamento cirúrgico deve ser feito por um cirurgião especializado, capaz de ressecar todos os nódulos de endometriose com uma margem de segurança”, diz o Dr. Nucelio. “É muito importante que este profissional especializado realize a primeira cirurgia. Quando há maior chance de sucesso e menor risco de complicações do que em novas abordagens cirúrgicas.”

Por fim, um ponto importante é que não existem métodos de prevenção contra a endometriose. Apesar de muitas teorias explicarem a sua origem, nenhuma delas foi comprovada até agora. Assim, não é possível saber a sua causa exata e tomar ações preventivas. Assim, o ideal é que, assim que diagnosticada, a paciente comece um acompanhamento correto para evitar perdas de qualidade de vida.

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