DTM: o que é a disfunção que atinge o maxilar e como tratá-la

Saúde
29 de Abril, 2022
DTM: o que é a disfunção que atinge o maxilar e como tratá-la

DTM, sigla para disfunção da articulação temporomandibular, é um conjunto de problemas que atingem as articulações e músculos do maxilar, estrutura móvel e importantíssima para abrir e fechar a boca, falar, mastigar e fazer outros movimentos. Normalmente a DTM está relacionada à inflamação na articulação temporomandibular, que liga o maxilar ao crânio (osso temporal), situado perto das orelhas. De acordo com o National Institute of Dental and Craniofacial Research, mulheres entre 35 e 44 anos são mais propensas à DTM, embora qualquer pessoa possa desenvolver o quadro.

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Causas da DTM

Pessoas que sofrem com bruxismo, que é o ranger involuntário dos dentes durante o sono, ou que apertam os dentes ao longo do dia sem perceber, podem ter algum tipo de DTM. Roer as unhas, fazer refeições com alimentos muito duros, pancadas no rosto, mascar chiclete com frequência também são situações que desencadeiam o distúrbio. Outras possíveis causas são:

  • Artrite na articulação temporomandibular, que é o desgaste na cartilagem da região.
  • Envelhecimento, que pode enfraquecer e desgastar as articulações em geral,
  • Problemas congênitos. Ou seja, a pessoa nasce com algum tipo de deformidade ou problema que provoca a DTM.
  • Desequilíbrio hormonal, que é mais comum entre mulheres.
  • Estresse, que é responsável pela tensão muscular e ranger dos dentes voluntário e involuntário.
  • Postura inadequada ao dormir ou se sentar.

Sintomas da disfunção da articulação temporomandibular

O primeiro sinal da DTM é a dor em diferentes intensidades, que aparece ao movimentar o maxilar para comer, falar e bocejar, por exemplo. Como resultado, ocorre a limitação dos movimentos básicos do maxilar. Então a pessoa sente dificuldade em abrir demais a boca, mastigar ou ficar em uma determinada posição de descanso. Veja outros sintomas característicos da DTM:

  • Sensação de rosto inchado, mesmo sem alterações aparentes.
  • Em casos de inflamação aguda, um dos lados da face pode apresentar inchaço e dor ao toque.
  • Tontura.
  • Desgaste nos dentes provocado pelo bruxismo.
  • Estalos ao abrir a boca ou movimentar o maxilar.
  • Zumbido.
  • Dor que irradia para a orelha interna.

Diagnóstico

A princípio, a identificação da DTM é feita por um cirurgião dentista, que analisa o quadro clínico da pessoa. Em outras palavras, ouve e documenta os sintomas, apalpa a região inflamada e solicita exames de imagem para, como ressonância magnética e tomografia, que ajudam a mapear o foco de inflamação e possíveis deslocamentos da articulação. Assim, o diagnóstico torna-se mais assertivo e se descarta outros problemas com sintomas similares.

Tratamento da DTM

Descoberta a causa da disfunção, o cirurgião-dentista deverá ministrar um tratamento específico para a raiz do problema. Então se os sintomas da DTM estiverem conectados ao bruxismo, a enfermidade em questão deverá ser controlada para a melhoria das dores. Em geral, são recomendadas placas para evitar o ranger dos dentes ao dormir (caso o diagnóstico seja o de bruxismo), medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, sessões de fisioterapia e de fonoaudiologia, além de compressas frias na região para amenizar a dor. Dependendo do caso, aplicar botox na região pode ajudar a aliviar a tensão muscular.

Ainda pode ser indicada a participação de um psicólogo no tratamento, pois transtornos emocionais como o estresse e a ansiedade têm um peso importante na DTM. Dessa forma, é fundamental consultar um cirurgião-dentista especialista na enfermidade, pois o profissional oferece uma perspectiva integrada de tratamento.

Cirurgia para DTM

Quando o tratamento não surte o efeito esperado e as crises de dores permanecem atrapalhando a qualidade de vida, a cirurgia torna-se uma alternativa para corrigir a DTM. No entanto, é importante ressaltar que ela é sugerida em casos crônicos e de alterações estruturais, como o desgaste da articulação (artrite) ou malformação que provoca deslocamentos frequentes e dolorosos. Para a cirurgia, é feita uma incisão perto da orelha, bem na região da articulação temporomandibular que liga o maxilar ao crânio.

A pessoa recebe anestesia geral e não sente nada durante o procedimento, que dura aproximadamente 30 minutos. Nesse período, a equipe médica remove o foco da disfunção e reposiciona o menisco, um ossinho integrante do maxilar que atua na posição correta da estrutura. Contudo, quando há a presença de artrose avançada, tumores ou algum outro elemento que comprometa a articulação temporomandibular (ATM), é feita a substituição da estrutura por uma prótese. Quanto ao pós-operatório, é fundamental ficar em repouso por, no mínimo, uma semana; não consumir alimentos sólidos; e evitar o movimento do maxilar e da boca. Após o primeiro retorno médico, serão necessárias sessões de fisioterapia para ajudar na reabilitação da articulação, a fim de minimizar a dor e reeducar o movimento.

Afinal, é possível prevenir a DTM?

Se a disfunção for de origem congênita, não há como evitá-la, pois é uma malformação do indivíduo, o que muitas vezes exige intervenção cirúrgica. Por outro lado, se os sintomas da DTM forem decorrentes de um conjunto de hábitos e situações, é possível evitá-las. Logo, controlar o estresse, evitar alimentos muito rígidos, roer as unhas são exemplos de práticas que podem ser controladas pelo indivíduo.

Referências: Biblioteca Nacional do Ministério da Saúde; National Institute of Dental and Craniofacial Research; e FDA.

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