Conheça as doenças mais comuns no carnaval
Para muita gente, o carnaval é a melhor época do ano. É momento de reencontrar os amigos, pular junto com os bloquinhos de rua, torcer para a sua escola de samba favorita e aproveitar a folia que só acontece uma vez no ano. Porém, o momento de descontração e relaxamento das obrigações do dia-a-dia, muitas vezes, abre espaço para alguns problemas de saúde. É o caso das doenças mais comuns no carnaval, como a doença do beijo, o HPV e a sífilis, por exemplo.
“A maneira mais eficaz de evitar uma DST é utilizar a camisinha, tanto a feminina quanto a masculina, seja no sexo anal, vaginal e oral”, alerta o Dr. Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP.
Por isso, com a folia prestes a começar, conheça quais são as principais doenças que costumam aparecer nesse período e saiba como evitá-las.
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Doenças mais comuns no carnaval
Todos os dias, mais de 1 milhão de pessoas entre 15 e 49 anos contraem infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), de acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Isso equivale a mais de 376 milhões de novos casos anuais de doenças como clamídia, gonorreia, tricomoníase e sífilis, por exemplo.
“São doenças transmitidas pela relação sexual sem proteção. Com o carnaval se aproximando, época em que muitos caem na folia e abusam do álcool, nunca é demais reforçar a importância do uso de preservativo”, reforçao ginecologista e obstetra. As principais doenças que surgem no carnaval são aquelas transmitidas pelo ar, além das infecções sexualmente transmissíveis, como o HIV/aids. Conheça outras:
Doença do beijo
Para quem é solteiro, carnaval também é momento de conhecer gente nova e, se rolar química, também beijar na boca. Porém, um problema muito conhecido nessa época do ano pode surgir: a mononucleose infecciosa, também conhecida como “a doença do beijo”.
A forma de transmissão da doença acontece principalmente pela troca de saliva. Aliás, nem precisa beijar para pegar a doença. Isso porque bastam gotículas de saliva soltas em conversas a uma distância pequena, tosses e espirros para espalhar o vírus.
A doença, que pode aparecer meses após o contágio, apresenta sintomas que podem ser confundidos com uma gripe ou resfriado, com dor de garganta, febre e ínguas no pescoço, por exemplo.
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HPV
Infelizmente, nem todo mundo se vacinou contra o HPV. Por isso, ele é considerado uma das doenças mais comuns no carnaval, atingindo principalmente os foliões não imunizados. O HPV, ou papiloma vírus humano, é um vírus que infecta pele ou mucosas, provocando verrugas em homens e mulheres. Vale lembrar que a Infecção Sexualmente Transmissível (IST) surge a partir de relações sem preservativo e causa lesões na região oral, genital ou anal.
Geralmente, a doença não causa sintomas e o organismo humano consegue eliminar a infecção sozinho. Dessa forma, o uso de preservativo é a forma mais eficaz de evitar as doenças sexualmente transmissíveis, especialmente no Carnaval. Porém, outros métodos preventivos, como a vacinação, podem ser tomados desde cedo.
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Doenças mais comuns no carnaval: HIV/AIDS
O HIV é o vírus da imunodeficiência humana e ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar, por exemplo. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida. Além disso, o hábito de não usar camisinha tem impacto direto no aumento de casos de e aids entre os jovens. No Brasil, a epidemia avança principalmente na faixa etária de 20 a 24 anos.
Por isso, para evitar a transmissão da doença, é recomendado o uso de preservativo durante as relações sexuais, além da utilização de seringas, agulhas descartáveis e luvas para manipular feridas e líquidos corporais. Outra ação importante para prevenção da doença é o teste de sangue para transfusão.
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Hepatite
A hepatite B é transmitida sexualmente, e também por transfusão de sangue. De acordo com o Ministério da Saúde, milhões de brasileiros são portadores do vírus B ou C e não sabem. Dessa forma, correm o risco de desenvolver a doença crônica e ter graves danos ao fígado, como cirrose e câncer, além de transmitir a doença para outras pessoas.
Para prevenir a hepatite B, há vacinação gratuita e disponível na rede pública. Dessa forma, o diagnóstico é feito por meio de exame de sangue e o tratamento é feito com medicamentos. Já as pessoas diagnosticadas com a hepatite A, contraíram a doença por relações sexuais com pessoas infectadas ou alimentos contaminados. Nesse sentido, os sintomas podem incluir cansaço, tontura, enjoo e pele e olhos amarelados.
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Doenças mais comuns no carnaval: Sífilis
Transmitida por relações sexuais ou de forma congênita (da mãe para o bebê), a bactéria da sífilis pode ficar no organismo sem manifestar sintomas por até 40 dias, quando passa a exibir feridas nos genitais ou manchas no corpo. Se não for tratada, no longo prazo, a enfermidade chega a causar danos neurológicos e cardiovasculares, além de cegueira e até a morte.
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Tricomoníase
Com maior incidência entre mulheres, a tricomoníase é a mais comum das ISTs. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, calcula-se que existam 156 milhões de pessoas infectadas no mundo. Causada por um protozoário, esse parasita encontra em vaginas e uretras um ambiente favorável para a sua sobrevivência.
Dessa forma, a doença é transmitida exclusivamente pela via sexual e não costuma manifestar sintomas, porém pode ser detectada em exames de urina ou análises de secreções vaginais e uretrais. Sem tratamento, a infecção dispara uretrites e vaginites, além de complicações na gravidez. E mais: tamém facilita a transmissão das ISTs mais graves, como HIV, gonorreia e clamídia.
Clamídia
A clamídia é causada por uma bactéria, a Chlamydia trachomatis, e afeta homens e mulheres que sejam sexualmente ativos e que não façam o uso de preservativos. A doença também pode ser transmitida de mãe para bebê, durante o nascimento via canal do parto.
Sendo assim, afeta, geralmente, a área genital de homens e mulheres, mas há casos de pessoas que também foram infectadas nos olhos e na garganta.
O uso de preservativos durante atos sexuais é a melhor forma de impedir a disseminação da doença, já que essa é uma condição capaz de causar fortes dores nos pacientes do sexo masculino. Além disso, se não for tratada, pode até mesmo causar a infertilidade em homens e mulheres.
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Gonorreia
A gonorreia é causada pelas bactérias Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, que passa de um paciente infectado ao outro por meio do contato sexual desprotegido. A doença também pode ser transmitida durante a gravidez, de mãe para filho, sendo que o bebê é tratado para a condição logo após seu nascimento. Do contrário, pode causar a conjuntivite neonatal, que pode levar à cegueira.
Pacientes do sexo feminino costumam não apresentar sintomas, porém, podem apresentar dor no pé da barriga, corrimento amarelado fora do período menstrual e também dor e sangramento durante a relação sexual, por exemplo. Já pacientes do sexo masculino costumam ter, sobretudo, dor ao urinar, com eliminação de pus e de corrimento, e também dor nos testículos.
Em pacientes adultos, se a gonorreia não for corretamente tratada, pode acabar fazendo com que ele desenvolva doença inflamatória pélvica e até mesmo infertilidade. A boa notícia é que a gonorreia tem cura e seu tratamento costuma ser realizado por meio de antibióticos.
Outras doenças mais comuns no carnaval:
- Herpes simples: É uma infecção viral que se manifesta através do surgimento de pequenas bolhas muito doloridas ao redor da boca ou dos lábios genitais, que estouram e formam lesões crostosas.
- Cancro mole: Causada pela bactéria Haemophilus ducrey, se caracteriza pelo aparecimento de lesões dolorosas na região genital. Dessa forma, a secreção dessas feridas pode contaminar diretamente, sem ter relações sexuais, outras pessoas e outras partes do corpo.
- Mycoplasma genitalium: É uma bactéria de transmissão sexual que causa doença semelhante à clamídia e à gonorreia, mas com uma secreção mais transparente.
- HTLV (Vírus Linfotrópico T humano): Há dois subtipos: primeiramente, o HTLV-1, que pode causar um quadro raro de leucemia e de doenças neurológicas. Já o HTLV-2, por sua vez, possui quadro clínico ainda não estabelecido.