Doenças inflamatórias intestinais: conheça as principais e suas causas

Saúde
19 de Maio, 2022
Doenças inflamatórias intestinais: conheça as principais e suas causas

Desconforto abdominal, gases, cólicas ou mudanças no funcionamento do intestino, são sintomas comuns para muita gente. Entretanto, esses sinais podem indicar problemas mais sérios, como colite ulcerativa e doença de Crohn. As doenças inflamatórias intestinais são condições crônicas, ou seja, sem cura. Elas afetam cerca de 5 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP). Somente no Brasil, a doença registrou um aumento de 15% ao ano.

Leia mais: Síndrome do intestino irritável: conheça as causas, sintomas e tratamentos

Afinal, o que são as doenças inflamatórias intestinais?

Doença inflamatória intestinal (DII) é um termo genérico usado para descrever distúrbios que envolvem inflamação crônica do trato digestivo. “A DII é uma resposta inflamatória exacerbada aos microorganismos presentes dentro do intestino, e podem ser desencadeadas em momentos de estresse ou outras doenças que desequilibram o sistema imunológico. Além disso, possui relação estreita com a hereditariedade, mais do que fatores ambientais ou sociais”, explica o Dr. André Ibrahim David, cirurgião geral e diretor clínico do Hospital Samaritano Higienópolis.

Os principais tipos de DII são: 

Colite ulcerativa: condição que envolve inflamação e feridas (úlceras) ao longo do revestimento superficial do intestino grosso (cólon) e do reto. 

Doença de Crohn: é caracterizada pela inflamação do revestimento do trato digestivo, que muitas vezes pode envolver as camadas mais profundas.

Sintomas das doenças intestinais

De acordo com o médico, os principais sintomas são dores abdominais, como cólica de forte intensidade e alterações do hábito intestinal, incluindo diarreia ou intestino preso.

A Doença de Crohn também pode causar sangramento retal, bem como febre e perda de apetite. Já a cocolite causa sintomas parecidos com os da Doença de Crohn, incluindo diarreia sanguinolenta, eliminação de muco, cólicas abdominais e urgência para evacuar.

Alguns fatores podem agravar os sintomas, como uma dieta rica em carboidratos e gorduras, estresse, desequilíbrio da microbiota intestinal e baixa imunidade. Dessa forma, o mais importante durante o tratamento de uma DII são os hábitos alimentares.

Como diagnosticar?

A princípio, o diagnóstico é realizado através da história clínica, exame físico e de imagem, incluindo tomografia, ressonância de abdome e colonoscopia.

“A maioria dos estudos mostram uma maior incidência no sexo feminino, mas há estudos que mostram maior incidência da colite no sexo masculino. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico das doenças, melhor será seu tratamento e mais positivo será o desfecho na vida do paciente”, afirma o cirurgião.

Tratamento das doenças inflamatórias intestinais

A DII não tem cura, mas seu tratamento visa a melhorar os sintomas como, dor, prisão de ventre e diarreia. Normalmente, os pacientes precisam fazer mudanças na alimentação e no estilo de vida, além de fazer uso de medicamentos. Vale reforçar, ainda, que o paciente pode passar longos períodos sem manifestações clínicas, mas o problema sempre pode retornar, tanto por distúrbios intestinais quanto por fatores emocionais.

Para o tratamento, podem ser receitados medicamentos moduladores da função intestinal, antibióticos e anti-inflamatórios tópicos da mucosa intestinal, assim como medicamentos imunomoduladores e biológicos nos casos mais graves. Para aliviar as dores, analgésicos e anti-espoasmódicos também estão indicados, além de cirurgia nos casos de complicações graves, como obstruções ou fístulas.

Principais alimentos a serem evitados:

  • Comidas gordurosas;
  • Álcool;
  • Cafeína;
  • Açúcar;
  • Produtos com sorbitol (como balas sem açúcar e chicletes);
  • Vegetais que aumentam a produção de gases (como feijão, repolho e batata doce);
  • Leite e derivados;
  • Alimentos picantes ou com muitos conservantes.

Outras recomendações

  • Faça uma lista dos alimentos que possam estar associados ao aparecimento das crises e evite-os;
  • Adote uma dieta com baixo teor de gordura e rica em fibras, mas cuidado com os vegetais que aumentam a produção de gases, como repolho, couve-flor, batata doce e feijão, por exemplo;
  • Evite ingerir bebidas alcoólicas e as que contêm cafeína;
  • Procure não mascar chicletes nem chupar balas que contenham sorbitol;
  • Pratique exercícios físicos;
  • Não fume;
  • Técnicas terapêuticas, como a psicoterapia e o relaxamento, por exemplo, podem trazer benefícios.

Leia mais: Intestino e saúde: afinal, qual é a importância das fibras para a microbiota?

Fonte: Dr. André Ibrahim David, cirurgião geral e diretor clínico do Hospital Samaritano Higienópolis.

Referências:
Biblioteca de Saúde – Ministério da Saúde

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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