Doenças do recém-nascido: 4 condições que merecem atenção

Gravidez e maternidade Saúde
16 de Agosto, 2021
Doenças do recém-nascido: 4 condições que merecem atenção

Se o último ano e meio provou alguma coisa, é que algumas doenças podem ser extremamente imprevisíveis. Isso porque a Covid-19 mostrou ser capaz de produzir sintomas completamente distintos nas pessoas: algumas tiveram consequências agudas e até precisaram de internação; já outras conseguiram tratar a enfermidade em casa, sem grandes complicações. É por isso, então, que devemos ficar de olho nas doenças infecciosas, sobretudo naquelas que acometem o recém-nascido.

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Enquanto o coronavírus é transmitido principalmente por meio de pequenas partículas e gotículas expelidas por uma pessoa infectada, há vírus e outros micro-organismos que podem ser transmitidos de maneiras mais sutis — como é o caso, por exemplo, de infecções que passam da grávida para o feto. Confira, então, quais são as doenças do recém-nascido:

Doenças típicas do recém-nascido para ficar de olho

Citomegalovírus (CMV)

O citomegalovírus é um tipo de vírus da herpes que ocorre em 1 em cada 200 nascimentos. Ele pode gerar uma série de malformações congênitas, como perda de audição, danos cerebrais e problemas de visão.

O CMV pode afetar todas as idades, e especialistas afirmam que mais da metade dos adultos terá sido infectada pelo CMV antes dos 40 anos. E embora esse tipo de vírus seja inofensivo em pessoas que não são imunossuprimidas, ele pode ser transmitido ao bebê pela grávida e gerar complicações.

De acordo com a National CMV Foundation, uma em cada cinco crianças nascidas infectadas pode desenvolver as malformações citadas anteriormente. Geralmente, ela precisa conviver com essa doença por toda a vida, porque atualmente não há vacina e nem tratamento para o CMV.

Para prevenir as complicações, a doença pode ser identificada no recém-nascido três semanas após o seu nascimento. E se o CMV for diagnosticado, alguns medicamentos podem reduzir a gravidade da perda auditiva e melhorar os resultados do desenvolvimento cognitivo.

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Além disso, as futuras mamães podem tomar medidas para evitar a contaminação:

  • Não compartilhe alimentos, utensílios, bebidas, canudos ou escovas de dente e não coloque a chupeta da criança na boca. Isso vale especialmente para crianças entre um e cinco anos;
  • Beije uma criança na bochecha ou na cabeça, e nunca na boca;
  • Lave as mãos com água e sabão por 15 a 20 segundos após trocar fraldas, alimentar, manusear brinquedos e limpar baba, nariz ou lágrimas de uma criança pequena.

Toxoplasmose

Se você tem um pet felino, provavelmente já ouviu falar na toxoplasmose. Ela é uma doença causada por um parasita que habita fezes de gatos, carnes cruas e água ou objetos contaminados, e a maneira mais comum de infecção por esse bichinho é por meio dos olhos ou da boca.

Embora muitas pessoas desenvolvam sintomas leves e temporários de gripe, a toxoplasmose, quando transmitida ao feto, pode resultar em uma série de complicações. Crianças nascidas com toxoplasmose congênita podem desenvolver perda auditiva, problemas de visão (incluindo cegueira) e deficiências mentais, de acordo com a Mayo Clinic. Se você for infectada com o vírus durante a gravidez, pode transmiti-lo ao seu bebê. De acordo com pesquisadores, essa chance pode chegar a 20% durante o primeiro trimestre e 60% durante o terceiro trimestre.

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Há uma variedade de tratamentos disponíveis para bebês que nascem com toxoplasmose congênita, mas a melhor aposta é tomar medidas preventivas na gestação, como:

  • Evite limpar ou ter contato com fezes de gato: peça para outra pessoa limpar a caixa de areia do seu bichano, por exemplo;
  • Se o seu gato for livre, mantenha-o dentro de casa no período da gravidez. Ademais, alimente-o com comida enlatada ou embalada;
  • Não coma carnes cruas ou mal cozidas e lave bem todos os utensílios e tábuas da cozinha;
  • Lave as mãos com frequência;
  • Só beba leite pasteurizado.

Herpes simplex

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), herpes simplex é uma infecção viral comum, e 99% da população adulta já adquiriu imunidade na infância e na adolescência. O que é bom: uma vez contaminado com o vírus, o organismo humano adquire resistência para a vida toda. E se você teve herpes antes de engravidar, é bem difícil que passe para o seu pequeno.

Contudo, se você contrair o vírus pela primeira vez ao final da gravidez, (principalmente nos órgãos genitais), o risco de transmissão para o bebê é muito maior.

A condição ocorre em 30 a cada 100.000 nascimentos, e a maioria dos sintomas (que são considerados graves) surge na primeira e na segunda semana de vida do bebê. Se você está grávida, praticar sexo seguro (usar preservativo) é crucial. E se um indivíduo tiver afta, evite beijar essa pessoa ou compartilhar bebidas.

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Doenças do recém-nascido: Zika vírus

Os brasileiros lembram muito bem da epidemia de zika vírus que se espalhou no país de 2015 a 2017. Assim como o CMV, adultos saudáveis ​​normalmente não desenvolvem sintomas quando infectados, e eles tendem a desaparecer por conta própria.

Mas se o zika é transmitido ao bebê pelo útero, ele pode gerar complicações sérias. A mais conhecida é a microcefalia (cabeça muito pequena comparada ao corpo). Contudo, também há riscos de danos cerebrais, hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro) e coriorretinite (inflamação da retina).

A contaminação do feto quando a mãe está infectada não é garantida. Em gestantes com zika, há uma chance de 5 a 10% de o vírus passar para o recém-nascido.

Mulheres grávidas devem evitar viajar para países que atualmente têm casos de zika. E como o vírus é transmitido principalmente pela picada de um mosquito infectado, as futuras mamães também devem ter cuidado em regiões tropicais ou subtropicais (como o Brasil).

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