Doenças cardiovasculares em mulheres são responsáveis pela maioria das mortes

Saúde
10 de Março, 2022
Doenças cardiovasculares em mulheres são responsáveis pela maioria das mortes

Doenças cardiovasculares são as que mais causam morte em mulheres. Motivos não faltam. Estresse no trabalho, jornada tripla nos cuidados com a casa, dos filhos e das relações afetivas, perdas familiares por conta da pandemia ou situações de conflito, por exemplo, são alguns. Essa é a rotina de grande parte das mulheres modernas. A fatura de tamanha sobrecarga física e emocional não costuma tardar. Por isso, as doenças cardiovasculares em mulheres são responsáveis por 53% dos casos de óbito.

Doenças cardiovasculares em mulheres: conheça as principais

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o infarto e o acidente vascular cerebral estão entre as doenças que mais matam o sexo feminino. Além disso, durante a pandemia da covid-19, outro mal no coração das mulheres teve aumento nos casos. Trata-se da síndrome de Takotsubo, também conhecida como a síndrome do coração partido.

Casos da síndrome do coração partido aumentaram na pandemia

Dados da Cleveland Clinic atestam que o número de casos da síndrome do coração partido nos Estados Unidos saltou de 1,7% para 7,8% na pandemia. De acordo com a Dra. Walkiria Ávila, cardiologista do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), a síndrome acomete principalmente as mulheres.

A condição ocorre após a vivência de uma situação ou episódio de estresse máximo e pode apresentar sintomas similares ao de um infarto, como dor intensa no peito, sudorese e palidez. Caso não seja atendida rapidamente, a doença pode evoluir para casos mais graves ou até para a arritmia cardíaca, com risco de morte.

“É importante que as mulheres fiquem atentas aos sintomas, pois elas tendem a minimizar o que estão sentindo. Geralmente os homens ficam mais alertas diante de qualquer sensação de dor de peito. As mulheres, muitas vezes, estão cuidando dos filhos, do trabalho e da casa e acabam por subestimar esse sintoma, adiando sua investigação. A procura por ajuda nesse momento é crucial, pois pode se tratar da síndrome de Takotsubo ou até mesmo um infarto agudo do miocárdio, que em 12 ou 24 horas pode evoluir para um quadro grave”, afirma a Dra. Walkiria.

Um episódio de grande estresse anterior ao início dos sintomas também pode ser um indicativo. Porém, apenas um médico vai conseguir identificar e definir o melhor tratamento para cada quadro através de exames clínicos, diz a médica. 

Como prevenir?

Com a pandemia, as pessoas deixaram de fazer seus exames de rotina. Além disso, o acompanhamento clínico foi abandonado por medo da contaminação durante as consultas, nos exames e nas atividades externas.

A cardiologista alerta que as consultas médicas para a prevenção dos fatores de risco das doenças cardiovasculares é determinante para reduzir a mortalidade. De acordo com a especialista, é importante acompanhar os números os níveis de glicemia, colesterol, entre outros índices. A mulher deve saber também qual a sua predisposição genética.

Por isso, no que se refere à prevenção, é importante que as mulheres busquem praticar exercícios físicos cinco vezes por semana, por pelo menos 30 minutos por dia. Manter uma dieta equilibrada, rica em antioxidantes naturais como frutas e verduras, além de evitar fatores como tabagismo e alcoolismo também ajudam amplamente na prevenção de doenças cardiovasculares.

“Socialização, ter amigos, ter um ‘hobbie’, se divertir, dançar, fazer atividades prazerosas, cuidar da autoestima, meditação, entusiasmo, amor, respirar ar puro, procurar fazer programas alegres, evitar conflito, são todos artifícios ‘amigos do coração’. Isso reduz a adrenalina, a frequência cardíaca, evita o desgaste do órgão e é capaz de impactar positivamente toda a saúde da mulher”, conclui Dra. Walkiria.   

Fonte: Dra. Walkiria Ávila, cardiologista, coordenadora do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Cardiopatia e Gravidez e Aconselhamento Reprodutivo do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP).

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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