Doenças que podem ser transmitidas por água de enchentes e como preveni-las

Saúde
05 de Janeiro, 2022
Doenças que podem ser transmitidas por água de enchentes e como preveni-las

Infelizmente, muitas pessoas no sul da Bahia não puderam comemorar o fim do ano como planejavam. Isso porque centenas de cidades da região estão sofrendo com uma série de enchentes, que já geraram cerca de 26 mortes, mais de 500 feridos e incontáveis perdas de casas, móveis, carros, comércios e plantações. Além disso, a população que teve contato com a água das enchentes corre o risco de contrair doenças infectocontagiosas, e precisa dar atenção à saúde. Saiba mais:

Doenças transmitidas pela água de enchentes

Leptospirose

A mais comum das doenças de enchentes, a leptospirose é causada pela bactéria Leptospira interrogans, geralmente encontrada na urina de ratos. Ela é potencialmente perigosa em períodos de chuva porque o micro-organismo que a causa se reproduz na água e em solos úmidos, penetrando na pele de indivíduos que tiveram contato com o líquido ou com a lama contaminados.

Dentre os sintomas, podem ser citados dor no corpo, febre alta, dor na panturrilha, náuseas, indisposição, diarreia e dor de cabeça, e, em alguns casos, diminuição do volume da urina e olhos amarelados. Ademais, se não combatida adequadamente, a leptospirose pode atacar rins, fígado e baço e levar à morte.

O tratamento inclui o uso de medicamentos para aliviar os sintomas, ingestão de muita água e utilização de antibióticos (dependendo da gravidade).

Leia também: IHU, nova variante do coronavírus, é encontrada na França

Cólera

Já a cólera, por outro lado, é uma doença infecciosa intestinal causada pela bactéria Vibrio cholerae, transmitida por meio da água e de alimentos contaminados com as fezes de alguém que contraiu a enfermidade. As toxinas do micro-organismo geram uma diarreia intensa no paciente. Outros sintomas são dores intestinais, desidratação, febre e cãibras.

O tratamento consiste na reidratação do corpo (que pode ser feita até por via intravenosa, dependendo do caso) e uso de antibióticos.

Hepatites A e E

A hepatite é causada por um vírus gerador de infecção hepática, adquirida em contato com pessoas, água ou alimentos contaminados. Assim, os principais sintomas são febre, náuseas, fraqueza, falta de apetite, colorações amareladas na pele e nos olhos (icterícia), urina escura e fezes esbranquiçadas.

A condição desaparece por conta própria e, portanto, o tratamento tenta ajudar o corpo a combater o vírus e amenizar os sintomas. Por isso, descanso, hidratação, alimentação adequada e alguns remédios para dor são essenciais.

Doenças de enchentes: Diarreia bacteriana

Ao ter contato com a água contaminada das enchentes, a pessoa também se expõe a diversos micro-organismos que podem gerar o problema.

Os principais sintomas são náuseas, enjoo, diarreia e até perda de sangue nas fezes. Por isso, o tratamento baseia-se na reidratação do corpo, no descanso e no uso de medicamentos (em alguns casos).

Leia também: Ministério da Saúde aprova vacinação de crianças contra COVID-19

Febre tifoide

Apesar de rara, ela pode acontecer. A febre tifoide é causada pela bactéria Salmonella tiphy. Os sintomas incluem febre alta, dor abdominal, constipação ou diarreia, aumento do volume do baço, fraqueza, dor de cabeça, irritação na pele (com pontos avermelhados) e até perda de peso.

O tratamento inclui o uso de antibióticos e a ingestão de líquidos.

Dengue

Inicialmente, o vírus da dengue pode ser encontrado em quatro tipos e é transmitido por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. É por isso que deve-se evitar locais com água parada, já que é aí que a fêmea coloca seus ovos.

O infectado pode apresentar febre alta, dores musculares e nas articulações, dor de cabeça e manchas no corpo. No caso da dengue hemorrágica, por outro lado, também há sangramentos.

Ingestão de líquidos e uso de analgésicos fazem parte do tratamento, que pode exigir internação hospitalar dependendo da gravidade.

Doenças de enchentes: Tétano

Também é uma das possíveis doenças transmitidas pela água das enchentes. Isso porque a bactéria Clostridium tetani entra no organismo da pessoa por meio de ferimentos, e pode causar espasmos corporais, rigidez no maxilar e outros músculos do pescoço, da nuca e do abdômen. Além disso, febre, sudorese, hipertensão e batimentos cardíacos acelerados também são comuns.

Já existe vacina para prevenir o tétano, e o tratamento fica resumido ao controle das complicações.

Toxoplasmose

A também conhecida como doença do gato é gerada pelo parasita Toxoplasma gondii, que pode ser transmitido por meio da ingestão de alimentos contaminados por esse parasita, consumo de leite não pasteurizado, transfusão sanguínea ou transmissão vertical, ou seja, quando a gestante adquire a doença e não faz o tratamento correto, resultando na infecção do bebê.

A toxoplasmose causa ínguas pelo corpo, febre, dor muscular, manchas avermelhadas, dificuldade para enxergar e dor de cabeça. O tratamento consiste no uso de medicamentos que eliminam o parasita.

Leia também: Cientistas buscam pílula com a mesma eficácia dos exercícios

Doenças de enchentes: Micose

Condição que acomete a pele e ocorre por conta do excesso de umidade em uma região do corpo (normalmente, os pés), o que acaba causando a proliferação desenfreada de fungos. Desse modo, o indivíduo sente coceira no local, sofre com vermelhidão e pode ter a sua unha deformada.

Geralmente, trata-se a micose com pomadas e cremes específicos.

Como prevenir as doenças causadas pela água das enchentes

A melhor forma de prevenir as doenças típicas das enchentes é evitar ao máximo o contato com a água. Mas, infelizmente, nem sempre é possível. Se isso ocorrer, é preciso providenciar a limpeza e a desinfecção de áreas afetadas — incluindo ambientes da casa, móveis, utensílios e outros objetos.

O ideal é descartar tudo o que teve contato com a inundação. Contudo, o que não puder ser trocado deve ser mergulhado em uma solução desinfetante com 200ml de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) e 800ml de água por cerca de uma hora. Chãos e móveis devem passar pelo mesmo processo.

Por fim, medicamentos e alimentos que tiveram contato com a água precisam ir para o lixo, mesmo que estejam embalados, pois ainda há risco de contaminação. Além disso, é claro, deve-se evitar beber água que teve contato com a chuva — ferva os líquidos antes de consumir para garantir qualidade.

Leia também: Flurona: conheça a cooinfecção de influenza e COVID-19

Sobre o autor

Redação
Todos os textos assinados pela nossa equipe editorial, nutricional e educadores físicos.

Leia também:

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Pessoas com histórico de infarto têm mais risco de desenvolver outros problemas de saúde a longo prazo, como insuficiências cardíaca e renal, arritmias e até depressão,

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Problemas como insuficiências cardíaca e até depressão são mais frequentes em quem sofreu um ataque cardíaco

Bem-estar Equilíbrio Saúde

“É impossível ser feliz sozinho”: cultivar relacionamentos está entre os segredos para viver mais

Indo na direção contrária da longevidade, um estudo revelou que quase ¼ das pessoas em todo o mundo se sentem sozinhas