Doce sem açúcar é mesmo mais saudável?

Alimentação
08 de Maio, 2020
Doce sem açúcar é mesmo mais saudável?

A formiguinha que existe dentro de você adora um docinho. Mas você já sabe que exagerar na sobremesa tem efeitos negativos tanto na balança quanto na saúde. Nesse caso, um doce sem açúcar parece uma ótima solução para o problema, certo?  

Mas, na verdade, essas opções podem acabar se tornando uma verdadeira armadilha. Isso porque a indústria, ao fabricar esses alimentos, utiliza outros ingredientes para substituir o açúcar refinado. Entre os adoçantes artificiais mais comuns estão a sucralose, o aspartame e a sacarina. Álcool de açúcar, como xilitol e sorbitol, e outros aditivos (maltodextrina, por exemplo) também são muito utilizados. Já a estévia, um adoçante natural, vem conquistando cada vez mais espaço. 

“Quando consumidos em pequenas quantidades eles não causam prejuízo à saúde. Contudo, quem ingere muito industrializado ou usa adoçante em tudo comete um grave engano, pois todos em excesso fazem mal, até mesmo os naturais”, informa Fabiana Nalon, Mestre e pesquisadora de Doutorado em Nutrição Humana pela Universidade de Brasília (UnB).

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Assim, entre os problemas causados pelo consumo exagerado desses ingredientes estão sensações como gases e inchaço abdominal e até doenças graves, entre elas epilepsia e Alzheimer. “Além disso, outra situação listada mais recentemente é o impacto negativo na microbiota intestinal, que afeta a digestão e o sistema imunológico”, diz Fabiana. “E mais, todos danificam o paladar: a pessoa fica mais resistente ao sabor doce e acaba desejando algo cada vez mais cheio de açúcar.”

Doce sem açúcar = menos calorias?

Segundo Fabiana, nem sempre essa conta é verdadeira. Às vezes, a retirada do açúcar de um produto pode resultar em maior necessidade de gordura. E aí, nesses casos, o valor calórico final pode ser até maior no pacotinho zero açúcar. 

Além disso, as versões sem açúcar estão cheias, não só de adoçantes, mas outros ingredientes e também carboidratos. Isso é particularmente ruim parapessoas com diabetes: “Quem tem diabetes tem que calcular todo carboidrato que ingere, não apenas o açúcar. Ele pode até mesmo comer alguma coisa que contenha açúcar desde que esteja dentro da cota de carboidrato compatível com o horário da refeição e com a medicação recomendada pelo médico”.  

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Quem encara uma dieta com restrição calórica conhece bem aquela vontade incontrolável de comer um docinho, seja depois do almoço ou no meio da tarde. Para ajudar nesses momentos, a nutricionista Adriana Stavro, membro da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), preparou algumas dicas com alternativas mais saudáveis aos doces industrializados sem açúcar.

Melhores opções para quando precisar de um docinho

Chocolate: escolha versões com pelo menos 70% cacau. “Embora ainda contenha açúcar e gordura, essas substâncias estão presentes em menor quantidade em relação ao chocolate branco e ao leite. O chocolate amargo é uma boa fonte de polifenóis, que têm função antioxidante e fazem bem à saúde cardiovascular”, descreve. O limite? Dois quadradinhos ao dia.

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Frutas assadas: banana, maçã e pera podem ser levadas ao forno ou aquecidas no micro-ondas com um pouco de mel ou adoçante xilitol e uma pitada de canela ou cacau em pó. Essa é uma sobremesa deliciosa e saudável. Por conter muitas fibras, as frutas ajudam a aumentar a sensação de saciedade. Já a banana tem triptofano, que contribui para a regulação do humor e da ansiedade.

Mingau de aveia: pode ser preparado com leite vegetal, mel ou adoçante xilitol. É uma opção nutritiva que reduz a compulsão por doces. Inclua algumas oleaginosas (nozes, amêndoas e castanhas), ricas em minerais, entre eles o selênio, que têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias – isso ajuda a controlar o ganho de peso e combate diversas doenças. Por conta do alto teor calórico, o recomendado é ingerir até 30 gramas por dia.

Frutas secas: mesmo com elevado teor de carboidratos, são uma ótima opção para substituir os doces sem açúcar. Afinal, contêm fibras e podem ser combinadas com nozes e castanhas, resultando em um lanchinho saudável e prático. Mas lembre-se: escolha as versões sem adição de açúcar. 

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