Doação de órgãos: Mitos e verdades sobre o assunto

Saúde
09 de Setembro, 2021
Doação de órgãos: Mitos e verdades sobre o assunto

O Setembro Verde é uma campanha que tem como objetivo ressaltar a importância da doação de órgãos. Isso porque é um ato de amor ao próximo, em que uma ou mais partes do corpo são doadas para ajudar no tratamento de outras pessoas.

No Brasil, mais de 45 mil pessoas aguardam a doação de um órgão, segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). 

Contudo, muitos ainda têm dúvidas sobre a doação de órgãos e, com isso, surgem também informações falsas. Portanto, a Fundação Pró-Rim — instituição que realiza o tratamento de pessoas com doença renal crônica — listou alguns mitos e verdades sobre o tema. “Nossa intenção é esclarecer as informações, sensibilizando mais pessoas a falarem ‘sim’ para doação de órgãos e a salvarem outras vidas”, ressalta Marcos A Vieira, médico nefrologista e presidente da Instituição.

Veja abaixo o que é mito e o que é verdade sobre a doação de órgãos: 

Verdades

A doação de órgãos pode beneficiar muitas pessoas

O número de pessoas que aguardam a doação de órgãos é alto. No entanto, um único doador pode beneficiar até 10 pessoas que aguardam na fila do transplante.

Quase todos os órgãos podem ser doados

Esse fato é verdade, pois quase todos os órgãos e tecidos podem ser doados. Coração, rins, pulmão, fígado, pâncreas, pele, ossos e córneas são alguns exemplos.

Não é necessário ter um documento ou registro expressando a vontade de ser doador de órgãos

O mais importante é que você expresse esse sentimento para sua família. Isso porque, no momento da doação, serão os familiares que assinarão o termo de consentimento. Portanto, se você tem vontade de doar os seus órgãos, é indispensável conversar com seus pais, filhos, cônjuges ou irmãos sobre isso.

Mitos

Os custos da doação de órgãos deverão ser pagos pela família do doador

Ao contrário das especulações, o doador e sua família não terão nenhum custo com a doação dos órgãos. Além disso, não terão nenhum ganho financeiro.

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 O corpo fica deformado após a doação de órgãos

Os órgãos doados são removidos cirurgicamente e não há nenhuma desfiguração do corpo. Dessa forma, após o procedimento, o corpo pode ser velado ou cremado normalmente.

Pessoas que têm histórico de doenças não podem ser doadores

Qualquer pessoa pode ser um potencial doador de órgãos. O que determina a possibilidade de transplante dos órgãos ou dos tecidos é a condição de saúde atual na qual eles se encontram. Isto é, na ocasião da morte, a equipe médica fará uma avaliação do seu histórico médico e de seus órgãos.

Idosos não podem doar seus órgãos por conta da idade

Como já mencionado na questão anterior, o que determina a possibilidade da doação dos órgãos e dos tecidos é a condição deles. Hoje, muitos idosos de 60 anos podem apresentam melhor quadro de saúde do que pessoas de 30 ou 40 anos.

Os órgãos podem ser vendidos após a morte do meu familiar

A venda e a compra de órgãos são proibidas por lei no Brasil. A Lei Federal 9.434/97 estabelece, entre outras coisas, que comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano (artigo 15) é ação passível de pena de “reclusão, de três a oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa”, conforme trecho da lei. Após o consentimento da família, as Centrais de Transplantes das Secretarias Estaduais de Saúde fazem todo o controle do processo, da retirada dos órgãos até a indicação do receptor e o transporte aos locais onde será feito o transplante dos órgãos e/ou tecidos doados.

A morte encefálica pode ser confundida com o coma

A declaração de morte encefálica é atestada por dois médicos diferentes, seguindo os critérios do Conselho Federal de Medicina. Um exame gráfico, como ultrassom com Doppler ou arteriografia e eletroencefalograma (EEG), é realizado para comprovar que o encéfalo já não funciona. Assim, a pessoa que está em coma pode respirar sem a ajuda do ventilador, apresentando atividade cerebral e fluxo sanguíneo no cérebro. Diferente da morte encefálica, em que o sangue que vem do corpo e supre o cérebro é bloqueado, fazendo com que o órgão morra.

Se eu estiver internado, posso correr o risco de morrer para que ocorra a doação de órgãos

Quando você procura um hospital por causa de uma doença ou em busca de um diagnóstico, a prioridade da equipe médica é salvar sua vida, independentemente da sua condição de saúde. Sendo assim, a doação de órgãos só ocorrerá após a sua morte e mediante consentimento familiar.

Fonte: Dr. Marcos A. Vieira, médico nefrologista e presidente da Fundação Pró-Rim, instituição que realiza o tratamento de pessoas com doença renal crônica e que já ultrapassou a marca de 1.800 transplantes renais.

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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