Dieta do índice glicêmico: O que é e como fazer
Você sabe o que é índice glicêmico (IG)? Trata-se da velocidade em que o carboidrato é digerido e transformado em açúcar no sangue. A escala baseia-se na ingestão do pão branco como comida padrão, assumindo que esse alimento possui índice glicêmico igual a 100. Essa numeração foi, de início, estabelecida pelo britânico David Jenkins, professor de Nutrição no Canadá, para que pessoas com diabetes pudessem controlar o nível de glicose no sangue.
Quando consumimos alimentos com índice glicêmico alto, a quantidade de açúcar no sangue aumenta. Isso exige que o organismo produza e libere uma quantidade maior de insulina, para equilibrar. Se acontecer repetidas vezes, pode sobrecarregar o pâncreas, causando resistência à insulina e até o próprio diabetes.
Acontece também que, quando o nível de açúcar se eleva demais, há maior tendência do organismo a armazenar gordura, porque a insulina é um hormônio que favorece esse acúmulo. Portanto, a dieta do índice glicêmico tem por base priorizar o consumo de alimentos com baixo IG.
Além de evitar o acúmulo de gordura causado pelos picos de glicose, há outro benefício: com a glicemia estabilizada, vai embora aquela vontade incontrolável de comer um bolo de chocolate inteiro. E outro efeito é que a saciedade tende a aumentar. Isso porque, em geral, os alimentos de baixo IG são ricos em fibra. E aquela fominha no meio da tarde tende a diminuir.
Vantagens da dieta do índice glicêmico
Além dos benefícios citados, a dieta do índice glicêmico é bem fácil de seguir em casa. De posse da lista do índice glicêmico de cada alimento, é possível montar o próprio cardápio e escolher o que irá ingerir. Um livro, escrito por Rick Gallop, um americano que conseguiu emagrecer com a dieta, categoriza os alimentos em cores: vermelho para os de IG alto, amarelo para médios e verde para baixo. Essa classificação é bem fácil de entender e pode facilitar ainda mais a dieta.
Porém, existem algumas diretrizes que vão além da simples escolha dos alimentos. Por exemplo, é recomendado consumir entre 100 a 150 gramas de carboidratos com baixo IG por dia e, ao mesmo tempo, aumentar a quantidade de proteínas. Isso porque são elas que dão mais sensação de saciedade. A consequência é a ingestão de menos calorias.
Cerca de 35 a 50% do total de calorias diárias devem vir de fontes proteicas. Porém, a dica é escolher proteínas magras, como frango e frutos do mar. Isso vai limitar a ingestão de gordura e reduzir os efeitos negativos associados a dietas ricas em gordura. A combinação de um plano alimentar com bastante proteínas a uma dieta de baixo IG resulta na redução da gordura corporal, assim como o melhor controle sobre o açúcar no sangue. Essa dieta é ideal para pessoas que querem perder peso, ganhar massa muscular e controlar a saúde. Outra vantagem é que não exclui nenhum grupo alimentar.
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Desvantagens
O principal ponto negativo da dieta do índice glicêmico é que alguns dos alimentos com baixo IG possuem alta concentração de gordura, o que pode levar a um excesso de calorias. É o caso, por exemplo, do amendoim. Além disso, diversos fatores interferem na resposta glicêmica dos alimentos: sua procedência, a maneira como se deu o cultivo, o processamento, cocção (de forma geral, alimentos crus possuem IG mais baixo), teor de fibras… Por fim, ainda existem controvérsias sobre esse método ser realmente eficaz.
Alimentos permitidos
É bom ter em mente que apenas carboidratos podem ser classificados pelo IG, já que proteínas e gorduras não afetam tanto o nível de açúcar no sangue. Vegetais, frutas, peixes e carnes magras são os alimentos que mais ajudarão a se sentir satisfeito. Alimentos classificados em 60 ou menos são considerados de baixo IG.
Veja algumas boas opções para incluir no cardápio:
- Frutas: abacate, ameixa vermelha, carambola, cereja, damasco, figo, goiaba, maçã, pera, pêssego, tangerina.
- Hortaliças: abobrinha, acelga, agrião, aipo, alface, alho, almeirão, aspargo, berinjela, brócolis, broto de alfafa, broto de bambu, cebola, cebolinha, cenoura, chicória, coentro, cogumelo, couve, couve-flor, espinafre, jiló, maxixe, mostarda, nabo, palmito, pepino, pimentão, quiabo, rabanete, repolho, rúcula, salsa, taioba, tomate e vagem.
- Carnes: cortes magros, sem gordura, peixes e frango sem pele.
- Leites e derivados desnatados
- Oleaginosas: nozes, amendoim e castanhas.
- Adoçantes naturais frutose e stévia.
Conheça o índice glicêmico de alguns alimentos:
- Amendoim (21)
- Feijão de soja (23)
- Iogurte sem sacarose (27)
- Frutose (32)
- Lentilhas (38)
- Leite integral (39)
- Damasco seco (44)
- Feijão manteiga (44)
- Leite desnatado (46)
- Iogurte com sacarose (48)
- Maçã (52)
- Pêra (54)
- Sopa de tomate (54)
- Suco de maçã (58)
- Espaguete (59)
Alimentos restritos
Embora não exista exatamente uma proibição, para que a dieta faça efeito é preciso restringir ao máximo alimentos com IG alto. A maior parte deles são os que possuem farinha branca ou bastante processados, pobres em nutrientes essenciais. Veja a lista:
- Farinhas refinadas: macarrão, pão francês, bolos, biscoitos.
- Açúcar refinado, mascavo, mel, melado e refrigerantes.
- Frutas: abacaxi, banana, mamão, manga, melancia, melão, uva passa, caqui, fruta-do-conde, kiwi, morango.
- Adoçantes artificiais sacarina, ciclamato, aspartame.
Conheça o IG de alguns alimentos que devem ser evitados ou consumidos com moderação:
- Arroz branco (81)
- Banana (83)
- Sopa de feijão (84)
- Sorvete (84)
- Chocolate (84)
- Mingau de aveia (87)
- Bolos (87)
- Sacarose (87)
- Biscoitos (90)
- Milho (98)
- Farinha de trigo (99)
- Pão branco (100)
- Mel (104)
- Trigo cozido (105)
- Batata frita (107)
- Tapioca (115)
- Cereais à base de flocos de milho (119)
- Batata cozida (121)