Diabetes insipidus: tudo o que você precisa saber sobre a doença

Saúde
18 de Fevereiro, 2022
Diabetes insipidus: tudo o que você precisa saber sobre a doença

O diabetes é uma doença bastante conhecida, certo? No entanto, se engana quem pensa que existe apenas um tipo de diabetes. Hoje, portanto, vamos conhecer mais sobre o diabetes insipidus.

O que é diabetes insipidus?

“O diabetes insipidus, apesar de ter o mesmo ‘primeiro’ nome do diabetes mellitus, que é causado por acúmulo de glicose no sangue, é uma doença bem mais rara, que ocorre por falta de produção do hormônio antidiurético pelo hipotálamo ou por incapacidade dos rins em responderem ao hormônio antidiurético (também chamado de vasopressina)”, explica Jacqueline Rizzoli, médica endocrinologista e diretora da ABESO.

Para quem não conhece, a função do hormônio antidiurético é regular a água do corpo. Desse modo, se o organismo não produz esse hormônio, ou se ele não age da maneira adequada, o paciente passa a perder muito líquido através da urina — essa perda pode ser de até 8 litros por dia!

Quais são os principais sintomas do diabetes insipidus?

Com essa quantidade de perda de líquidos, é possível determinar, logo de cara, dois dos principais sintomas dessa doença: a sede excessiva e a urina em altas quantidades, isto é, a necessidade de ir ao banheiro com uma frequência grande.

“Isso ocorre durante o dia e à noite. A pessoa passa a precisar tomar muita água, inclusive durante a madrugada, e urinar inúmeras vezes, independentemente do horário”, continua a médica. “A intensidade dos sintomas pode variar desde muito intensos, em casos de deficiência completa, ou mais leves, em casos de deficiência parcial.”

Além disso, sintomas como cansaço, fadiga e dores de cabeça podem estar associados também ao quadro de sede intensa e urina excessiva.

E acredite se quiser, não necessariamente as causas dessa doença são naturais, como acontece no caso do diabetes mellitus. Na verdade, a causa mais comum do diabetes insipidus de origem hipotalâmica é gerada por cirurgias na região do hipotálamo, no sistema nervoso central, radioterapia na região ou traumatismo craniano, causado por acidentes de carro, quedas, etc. Pode ser temporário (e a reversão acontece após algumas semanas ou meses) ou permanente.

“Outras causas podem ser inflamatórias (inflamação da hipófise), e algumas síndromes genéticas raras que já se manifestam desde o nascimento”, continua a médica. “Já os casos de origem renal podem estar relacionados a alterações metabólicas, insuficiência renal, uso de alguns medicamentos, entre outros.”

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito a partir dos sintomas clínicos (sede e diurese em excesso) com comprovação de que a pessoa adulta urina mais de 3 litros por dia e, na criança, segundo o cálculo baseado no peso corporal. Fora isso, faz-se uso também de exames laboratoriais que mostram a urina muito diluída, e é necessária a avaliação com um endocrinologista para conduzir a investigação da suspeita de diabetes insipidus.

“O tratamento é feito de acordo com a causa. Se for de origem hipotalâmica, é feita a reposição do hormônio antidiurético (desmopressina). Se for de origem renal, deve-se avaliar individualmente cada caso, pois não há tratamento específico. Alguns casos respondem à dieta pobre em sal e diuréticos como hidroclorotiazida e amilorida — esses, geralmente, são acompanhados pelo nefrologista”, completa.

Fonte: Jacqueline Rizzoli, médica endocrinologista e diretora da ABESO.

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