Diabetes: O que é, tipos, sintomas, tratamento e mais
- 1. O que é diabetes?
- 2. Sintomas
- 3. Causas mais comuns de diabetes
- 4. Diagnóstico: como saber se tenho diabetes e tratamentos
- 5. Por que o número de pessoas com a doença cresce tanto?
- 6. Diabetes tem cura?
- 7. Tipos de diabetes
- 8. Diabetes gestacional
- 9. Diabetes em crianças
- 10. As diferentes especialidades envolvidas no cuidado do diabetes
- 11. Dieta para diabetes
- 12. Melhores exercícios para quem sofre de diabetes
- 13. Programas Vitat - Linha de Cuidados para quem sofre de diabetes
- 14. Agende os Serviços nos Espaços de Saúde e Bem-estar por Vitat
- 15. Links úteis
O mundo inteiro está sofrendo uma epidemia de diabetes. Atualmente, estima-se que cerca de 387 milhões de pessoas estejam com a doença em todo o mundo. Do mesmo modo, no Brasil, cerca de 8,9% da população está com a condição. O dado impressiona, pois corresponde a mais de 18 milhões de pessoas.
Primeiramente, vale explicar o que é. O diabetes é uma doença metabólica caracterizada pela diminuição na produção de insulina pelo pâncreas, bem como a diminuição da ação da insulina ou resistência à insulina nas células.
O que é diabetes?
Segundo a Dra. Maria Fernanda Barca, doutora em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o diabetes é dividido, principalmente, em dois tipos. Assim, o tipo 1 é uma doença autoimune, o que significa que o corpo produz anticorpos contra o pâncreas e a insulina produzida pelo paciente. Esse é mais conhecido como o tipo de diabetes que dá os primeiros sinais ainda na infância.
O diabetes tipo 2 é aquele que surge nos adultos. Ou seja, que dá os primeiros sinais mais adiante na vida, e começa com uma dificuldade da insulina produzida pelo organismo agir no corpo e transferir o açúcar ingerido para dentro das células – é uma forma de resistência à insulina que desgasta o pâncreas (onde a insulina é produzida), gerando o quadro de diabetes.
Além disso, existe também mais um tipo de diabetes, o diabetes gestacional, que surge em pacientes grávidas, durante a gestação. Nesse caso, assim como no anterior, a dificuldade é, justamente, a resistência do corpo à ação da insulina, aumentando os níveis de açúcar no sangue.
Sintomas
- Polifagia: fome excessiva ou extrema;
- Poliúria: necessidade excessiva de urinar, inclusive à noite;
- Polidipsia: sede excessiva;
- Fraqueza e cansaço;
- Por fim, falta de ânimo.
Muitas vezes, é um ciclo. Ou seja, a pessoa sente mais sede, toma sucos ao invés da água e aumenta a resistência à insulina, aumenta o açúcar no sangue e o corpo não consegue equilibrar. Assim, consequentemente, ela acaba piorando o quadro da doença.
Causas mais comuns de diabetes
- Sobrepeso/obesidade;
- Sedentarismo;
- Dietas ricas em carboidratos (principalmente os refinados, processados, industrializados);
- Histórico familiar;
- Hipertensão;
- HDL (“colesterol bom”) baixo;
- Triglicérides elevado;
- Uso de medicamento que aumentam a glicemia.
Diagnóstico: como saber se tenho diabetes e tratamentos
O principal tratamento segue sendo as mudanças de estilo de vida, principalmente com uma adaptação da dieta, equilibrando o consumo de carboidratos (optando pelos complexos), proteínas e verduras de boa qualidade, distribuídas nas refeições durante o dia.
Assim, apostar em alimentos ricos em fibra é sempre recomendado, já que a fibra diminui a absorção de açúcares. A maioria dos pacientes, explica a médica, não precisa de insulina para conviver bem com o diagnóstico, atualmente existem ótimos medicamentos que auxiliam no controle glicêmico, levando esses valores para outras pessoas com pré-diabetes.
Mas, tudo isso, claro, depende da avaliação de um médico endocrinologista. Por isso, a recomendação é sempre procurar um especialista caso os sintomas comecem a aparecer.
Exames de diabetes: Quais são os testes que confirmam o diagnóstico?
De acordo com a Dra. Lorena Lima Amato, endocrinologista Doutora pela Universidade de São Paulo, os exames que permitem o diagnóstico do diabetes são:
- Glicemia em jejum: É um exame feito através da coleta de exame de sangue após um jejum de 8 horas. Se o valor bem maior ou igual a 126 mg/dL é critério diagnóstico de diabetes;
- Hemoglobina glicada: Também é feita com a coleta de exame de sangue, e avalia como esteve a glicemia da pessoa nos últimos 3 meses. O valor para diagnóstico de diabetes é quando a hemoglobina glicada vem maior ou igual a 6,5%;
- Teste oral de tolerância à glicose: É feito, inicialmente, uma glicemia em jejum de 8 horas. Depois dessa primeira coleta, o paciente bebe um líquido (bem doce) que tem 75g de glicose. Após duas horas da infesta desse líquido, mantendo-se em repouso no laboratório, é feita nova coleta de exame de sangue. Nessa segunda coleta se os níveis de glicemia estão maiores ou iguais a 200 mg/dL é critério diagnóstico de diabetes.
Para diagnosticar a doença são necessários pelo menos dois exames do mesmo método ou de métodos diferentes, como o de glicemia em jejum e o de hemoglobina glicada alterados, por exemplo. Em caso de sintomas de hiperglicemia, como excesso de fome (polifagia), excesso de sede (polidipsia), perda de peso e excesso de urina (poliuria), somente uma glicemia alterada já permite fecharmos o diagnóstico de diabetes”, explica a médica.
Medicamentos para diabetes
Para tratar a diabetes tipo 1, é necessário o uso de insulina diária. Por outro lado, o tratamento do diabetes tipo 2 é feito, em geral, com medicamentos antidiabéticos em comprimidos, como metformina, glimepirida e gliclazida. Contudo, também pode ser necessário o auxílio de insulina. Além disto, seguir uma dieta controlada em açúcar e gordura e a prática de exercícios é essencial para complementar o tratamento.
Como o remédio mais indicado para cada pessoa varia de acordo com vários fatores, que incluem o tipo de diabetes, a gravidade da doença e a idade, o tratamento deve sempre ser orientado por um médico especialista.
Por que o número de pessoas com a doença cresce tanto?
O culpado pelo aumento excessivo nos casos de diabetes é um grande conhecido nosso. Digo nosso, porque ele está presente na mesa de todo brasileiro: o carboidrato refinado.
Atualmente, sabemos que um alto consumo de carboidratos resulta no aumento da resposta da insulina, aumentando o nível glicêmico em nosso sangue, contribuindo para o desenvolvimento da obesidade. Portanto, como já foi demonstrado em milhares de análises e estudos, o acúmulo de gordura abdominal (“gordura visceral”) está diretamente associado à inflamação crônica. Essa, por sua vez, é diretamente ligada ao diabetes tipo 2 e a ataques cardíacos, como o derrame, por exemplo.
O carboidrato é o macronutriente que mais rapidamente, e em maior quantidade (100%), se converte em glicose. Por isso, seu consumo deve ser moderado para pacientes com pré-disposição a doenças como diabetes, especialmente na forma industrializada.
Diabetes tem cura?
Se você tem ou conhece alguém que sofre com o aumento da glicose no sangue (hiperglicemia), é possível que já tenha se perguntado se a diabetes tem cura. Sendo muito categórica e objetiva, a endocrinologista Paula Pires, formada pela Universidade de São Paulo (USP), afirma que a resposta para essa dúvida é não.
Isso é explicado pelo fato da diabetes ser crônica. A doença, que atinge 537 milhões de adultos no mundo inteiro, segundo a Federação Internacional de Diabetes, começa de forma gradual. Suas causas são variadas e a evolução costuma ser longa e até incerta. Ao mesmo tempo, o tratamento consiste em um processo de cuidado contínuo, mas que não surte efeito definitivo.
“Uma vez que a pessoa foi diagnosticada com diabetes, isso já significa alterações metabólicas irreversíveis, como resistência à insulina e alteração no funcionamento do pâncreas, que é o órgão que secreta insulina. Por isso, a prevenção é mesmo o melhor remédio”, adverte Paula.
Apesar desse cenário, existe uma boa notícia para as pessoas com diabetes: o problema oferece a possibilidade de remissão. “A remissão é quando a doença está silenciada. Ou seja, o paciente, mesmo sem tomar os medicamentos, não tem sinal, sintoma ou alteração laboratorial que indique o seu desenvolvimento”, explica Thais Mussi, endocrinologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Diferença entre cura e remissão
Thais afirma que, com frequência, os dois termos (remissão e cura) causam confusão quando o assunto é diabetes. Afinal, o estado de remissão pode levar a pessoa a acreditar que a condição simplesmente acabou ou desapareceu. A verdade, no entanto, é que, se ela deixar de seguir hábitos de vida saudáveis, sobretudo em relação à alimentação e exercícios, a doença irá retornar.
É importante ainda ressaltar que isso acontece apenas no caso da diabetes tipo 2, que representa cerca de 90% dos casos de pacientes com diabetes. “Ela é causada pela resistência à insulina, que diminui a ação do hormônio no corpo, fazendo com que o organismo aumente a produção de insulina para tentar garantir níveis normais da glicose. Quando esse ‘movimento’ deixa de ser sustentável, surge o diabetes”, detalha Thais.
Essa variedade se associa ao alto consumo de gorduras e carboidratos e à ausência de atividade física. Por consequência, afeta especialmente adultos a partir dos 50 anos, embora os índices da doença venham crescendo muito entre jovens, adolescentes e até crianças.
E na diabetes tipo 2?
Aliás, esse é o público que mais desenvolve a diabetes tipo 1, fruto de uma reação autoimune do organismo. Isso significa que o próprio sistema imunológico destrói as células que produzem a insulina no pâncreas. Quando esse hormônio não é produzido, a glicose acaba acumulando no sangue.
Por ser uma resposta do próprio corpo, a diabetes tipo 1 ainda não é passível de remissão. Por isso, é necessário o uso de insulina para controlar os níveis de glicose na corrente sanguínea. De acordo com Thais, até existem estudos sobre o tema em andamento, como é o caso do tratamento com células-tronco, mas ainda estão em fase inicial.
Como chegar ao estágio de remissão?
Para atingir o estágio de remissão, o ideal é que a pessoa com diabetes foque sua atenção em levar uma rotina saudável. É preciso, por exemplo, manter um peso adequado, adotar uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente. “É importante, claro, que qualquer tentativa de reverter a diabetes seja feita com acompanhamento de médicos”, aconselha Thais.
De acordo com a médica, algumas pesquisas recentes apontam que, “em pacientes com menos de seis anos de doença, dietas de baixa calorias por três meses, acompanhadas de uma reintrodução calórica progressiva e uma fase de acompanhamento de manutenção de peso perdido, podem fazer atingir o estágio de remissão sem a necessidade de medicamentos”.
Tipos de diabetes
Diabetes tipo 1
O que é
O diabetes tipo 1 acontece quando as células do pâncreas sofrem uma destruição autoimune e produzem pouca ou quase nenhuma insulina (hormônio responsável por ajudar a controlar os níveis de glicose no sangue). Isso acontece porque uma falha no sistema imunológico faz com que nossos anticorpos não reconheçam as células que fabricam essa substância e as ataquem.
Os portadores da doença, cerca de 5 a 10% dos pacientes com diabetes, necessitam de injeções diárias para a manutenção da insulina no sangue. Ela é a responsável por levar o açúcar às células e produzir energia.
A condição dura a vida toda e ainda não existe cura, apenas controle. Sua causa pode acontecer por herança genética somada a fatores ambientais. Embora aconteça em qualquer idade, é mais comum em crianças e jovens.
Sintomas do diabetes tipo 1
- Fadiga;
- Fraqueza;
- Sede;
- Vontade de urinar diversas vezes;
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Perda de peso;
- Vômito;
- Náuseas;
- Mudanças de humor.
Essas sensações no corpo surgem de forma rápida. Portanto, se o diagnóstico do diabetes tipo 1 for tardio, o organismo começa a quebrar gordura e músculo para gerar energia. E quando isso acontece, corpos cetônicos entram na corrente sanguínea, causando um desequilíbrio chamado de cetoacidose diabética química. Ademais, esse problema gera os sintomas: respiração ofegante, dor abdominal, pele rosada, agitação e boca seca.
Diagnóstico do diabetes tipo 1
Além da avaliação dos sintomas, três exames podem auxiliar o médico a concluir o diagnóstico:
1 – Glicemia de jejum
Mede o nível de açúcar no seu sangue sem comer. Os valores de referência ficam entre 65 a 99 miligramas de glicose por decilitro de sangue (mg/dL).
2 – Hemoglobina glicada
A HbA1c é a fração da hemoglobina (proteína dentro do glóbulo vermelho) que se liga à glicose. O valor de referência para pessoas sadias fica entre 4,5% e 5,7%.
3 – Curva glicêmica
Usando intervalos, mede a velocidade com que o corpo absorve a glicose após a sua ingestão. Desse modo, os valores de referência são: em jejum, abaixo de 100mg/dl | Após 2 horas: 140mg/dl
Causas e fatores de risco
A causa exata do diabetes tipo 1 não está completamente entendida. Contudo, na maior parte dos casos acredita-se que se trata de um problema autoimune. Isto quer dizer que o sistema imunológico identifica uma substância natural do organismo como sendo nociva, passando a atacá-la. Assim, no caso do diabetes tipo 1, acredita-se que o sistema imunológico ataca as células do pâncreas, destruindo ou danificando o suficiente a ponto de parar a produção de insulina.
O diabetes tipo 1 pode acontecer por uma herança genética em conjunto com fatores ambientais como infecções virais.
Principais cuidados com o diabetes tipo 1
A doença não tem cura, mas alguns cuidados ajudam a controlar a glicemia e a manter uma vida saudável. Pessoas com diabetes tipo 1 devem cortar doces e carboidratos simples da dieta, pois eles contêm altos índices glicêmicos: açúcar, pães, massas, arroz, pizza, chocolate, etc. A absorção rápida acelera as taxas de glicose no sangue.
A prática de exercícios, de 3 a 5 vezes na semana, pode ajudar a afastar o risco de ganho de peso. Mas é preciso acompanhamento médico em casos de hipoglicemia ou glicemia elevada para não haver um descontrole.
Medir o nível de glicose em casa é uma tarefa obrigatória para os portadores do diabetes tipo 1. O glicosímetro é um dispositivo que determina a sua concentração no sangue. Basta furar a ponta do dedo e pingar a gota de sangue no reagente. Contudo, o médico é quem deve informar a frequência do autoexame e criar um planejamento, juntamente com o paciente, para manter as taxas sob controle.
Tratamento para o diabetes tipo 1
Apenas o médico pode dizer qual o medicamento mais indicado, a dosagem correta e a duração do tratamento. Além disso, o profissional deve orientar o paciente sobre a aplicação diária de insulina.
- Tipos de hormônio: Regular, análogo de insulina, NPH e pré-mistura;
- Local de aplicação: Braço, coxa, abdômen, cintura ou nádegas.
O diagnóstico tardio ou o tratamento incorreto podem causar complicações para os doentes, como lesões nas artérias, nos vasos sanguíneos dos rins e na retina. Além disso, há chances de formigamento, fraqueza muscular, infecções nos pés, infarto, hipertensão e AVC.
Diabetes tipo 2
O que é
De forma geral, o diabetes tipo 2 começa a se manifestar de maneira silenciosa. Afinal, diferente do tipo 1, a condição não está ligada somente a fatores genéticos, mas diz respeito a hábitos de vida pouco saudáveis, como sedentarismo e alimentação rica em carboidratos, gordura e açúcar. Costuma, assim, ser precedida por muitos anos de um quadro de resistência insulínica e pré-diabetes.
“Quando o paciente apresenta sintomas, significa que a doença muito provavelmente já está instalada há alguns anos, sendo os principais sinais a polifagia (fome em excesso), polidipsia (muita sede) e poliúria (vontade aumentada de urinar). Emagrecimento sem causa aparente e alterações visuais também podem estar presentes”, lista o médico endocrinologista Eduardo Lorena.
Com relação ao diagnóstico, o processo é feito através do resultado do exame de glicemia em jejum acima de 126mg/dl; glicemia no tempo 120′ do teste de tolerância à glicose oral acima de 200mg/dl; hemoglobina glicosilada acima de 6,5% (esse exame indica a média aproximada da glicemia nos últimos três meses); ou, então, glicemia em qualquer momento do dia acima de 200mg/dl.
Principais causas e fatores de risco
O endocrinologista informa que o desenvolvimento da doença tem como principais origens a resistência insulínica. Ou seja, a dificuldade de ação da insulina nos diversos órgãos e tecidos do corpo, e também a diminuição ou parada de secreção de insulina pelo pâncreas.
Há ainda fatores de risco que agravam as chances de uma pessoa apresentar o diabetes mellitus tipo 2. Em primeiro lugar, está a predisposição genética e a existência de antecedentes familiares da doença. Outras questões são: excesso de gordura corporal, principalmente o aumento da circunferência abdominal, o sobrepeso e a obesidade; avanço da idade; uso crônico de alguns medicamentos, entre eles corticóides; hipertensão arterial sistêmica e/ou alterações do colesterol/triglicérides; apnéia obstrutiva do sono; falta de atividades físicas; tabagismo; e por fim, para mulheres, diabetes gestacional.
Mas, vale mencionar que o diabetes mellitus tipo 2 está associado ao surgimento e agravamento de uma série de doenças, com destaque para insuficiência renal crônica, doença aterosclerótica (que causa angina, infarto do coração e acidente vascular cerebral), neuropatia diabética, e problemas oculares, como retinopatia diabética e glaucoma.
Diagnóstico e exames
O diagnóstico do DM2 é feito a partir da realização do exame de glicose em jejum. Mas, mesmo que os níveis de glicose no sangue estejam acima daqueles considerados normais ou saudáveis, é preciso que este teste seja repetido em outro momento, e que sejam realizados diferentes exames, antes de determinar se o paciente está ou não com diabetes. Isso porque, o resultado pontual do teste pode estar influenciado por alguns fatores, como a prática de atividades físicas ou a ingestão de certos alimentos. Dessa maneira, se o nível de glicose estiver igual ou maior que 126 mg/dL, em pelo menos duas ocasiões, já assegura a presença de diabetes.
Causas de diabetes tipo 2
Diferentemente do tipo 1, o problema não começa com um ataque das próprias células de defesa ao pâncreas, a fábrica de insulina. Portanto, o tipo 2 começa com a resistência à insulina, o hormônio que ajuda a colocar a glicose (nutriente vindo dos alimentos) para dentro das células.
Em outras palavras, esse hormônio é produzido, mas não consegue atuar direito. Para compensar a situação, o pâncreas acelera a produção de insulina. Mas, isso tem um preço: com o tempo, o órgão fica exausto e as células começam a falhar. Até que, um dia, não dá conta mais da sobrecarga – é aí que o açúcar no sangue dispara e fica permanentemente alto.
A longo prazo, a glicemia elevada pode causar sérios danos ao organismo. Com isso, entre as complicações, destacam-se lesões e placas nos vasos sanguíneos, que comprometem a oxigenação dos órgãos e catapultam o risco de infartos e AVCs.
Tratamento para diabetes tipo 2
“Normalmente, o tratamento se inicia com orientações sobre mudanças comportamentais, como alterações na dieta, redução de peso, atividade física regular, parar de fumar, entre outros”, detalha Eduardo.
Em seguida, a partir do valor da glicemia, da capacidade de produção de insulina e da presença ou não de outras comorbidades, pode ser mandatório iniciar um tratamento medicamentoso para controlar a doença. “Os medicamentos atuam facilitando a ação da insulina, aumentando sua secreção, promovendo a perda de glicose pela urina ou, nos casos de incapacidade de produção adequada de insulina, a sua reposição.”
O médico sugere que o melhor caminho para quem convive com o diabetes mellitus tipo 2 é realizar consultas médicas e exames laboratoriais regularmente. “Usar as medicações e, principalmente, fazer mudanças comportamentais que resultam em redução da gordura corporal e melhora do condicionamento físico, como dieta balanceada (a avaliação com nutricionista é fundamental) e atividade física regular, são fatores determinantes que, associados com a prescrição médica adequada, melhoram a qualidade de vida dos pacientes”, conclui.
Diabetes gestacional
O diabetes gestacional é uma complicação que acomete de 2% a 15% das grávidas. E apesar de haver alguns fatores que contribuem para o seu aparecimento, ele pode ocorrer com qualquer mulher e raramente vem acompanhado de sintomas — o que torna ainda mais importante o alerta sobre o assunto para as futuras mães.
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O que é diabetes gestacional e por que acontece?
Ele é caracterizado pelo aumento nos níveis de glicose (carboidrato utilizado como fonte de energia) no sangue da grávida. E geralmente ocorre porque, durante a gestação, o organismo materno sofre algumas alterações hormonais para ajudar no desenvolvimento do bebê.
Além disso, boa parte da glicose presente na corrente sanguínea da mulher precisa ir para o feto. E quanto mais ele cresce, maior é a sua necessidade (principalmente a partir do segundo trimestre). Isso faz com que a mãe tenha um maior risco de hipoglicemia (glicose sanguínea baixa) em jejum ou durante o sono.
Para evitar esse problema, o corpo lança mão de alguns mecanismos: a placenta, por exemplo, produz substâncias (estrogênios, progesterona e somatomamotropina coriônica) que reduzem a ação da insulina no corpo (responsável pela captação e utilização do carboidrato).
A questão é que o efeito dessas substâncias é tão forte que, ao final da gravidez, o pâncreas precisa aumentar a sua fabricação de insulina em até 50% a fim de dar conta de equilibrar a quantidade de glicose no sangue da mãe. Contudo, em alguns casos, o órgão não consegue atingir o objetivo, e é aí que acontece o diabetes gestacional.
Diabetes gestacional: riscos
Ter concentrações muito altas de açúcar no sangue pode significar problemas na saúde da mulher e do bebê. Isso porque a criança pode crescer excessivamente (macrossomia fetal) e ser obesa ou desenvolver diabetes na vida adulta. Além disso, o feto sofre com maiores riscos de morte, de problemas cardíacos, de doenças respiratórias e de icterícia (pele e/ou olhos amarelados). Sem contar que o parto costuma ser mais traumático e requer mais cuidados.
Algumas características aumentam a chance de diabetes gestacional. Confira:
- Idade materna mais avançada;
- Ganho de peso excessivo durante a gestação;
- Sobrepeso ou obesidade;
- Síndrome dos ovários policísticos;
- Histórico prévio de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional;
- História familiar de diabetes em parentes de 1º grau;
- Histórico de diabetes gestacional na mãe da gestante;
- Hipertensão arterial sistêmica na gestação;
- Gestação múltipla (gravidez de gêmeos).
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Sintomas
Além de não ser tão comum a manifestação de sintomas, alguns sinais do diabetes gestacional podem ser confundidos com peculiaridades da gravidez (como maior frequência urinária e sono). Entretanto, podem ocorrer:
- Aumento da sede;
- O aumento da micção;
- Mais fome;
- Visão turva.
Diabetes gestacional: diagnóstico
Existem inúmeras formas de diagnosticar a condição. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), por exemplo, recomenda que todas as grávidas façam exames regulares de glicemia a partir da primeira consulta pré-natal. Se o resultado for, em média:
- 85 mg/dl ou menos: valor ideal. Nenhuma outra investigação é feita, principalmente se a mulher não apresentar fatores de risco;
- De 86 a 126 mg/dl: grupo de risco para o diabetes;
- Maiores que 127 mg/dl: indicativo de diabetes. O exame provavelmente será repetido duas vezes para a confirmação, mas a mãe precisará iniciar o tratamento adequado.
Em adição aos exames tradicionais, as mulheres geralmente fazem um teste de tolerância oral à glicose (ou curva glicêmica) entre a 24ª e a 28ª semana. Nele, são coletadas amostras de sangue em três momentos diferentes: em jejum; depois de uma hora do consumo de um xarope de glicose; e, por fim, depois de duas horas da ingestão do carboidrato. Os números ideais são:
- Glicemia Jejum: normal até 92 mg/dl;
- Após 1 hora: normal até 180 mg/dl;
- Glicemia após 2 horas: normal até 153 mg/dl.
Desse modo, se a mulher tiver duas dessas três referências alteradas, ela possui, sim, diabetes gestacional.
Diabetes gestacional: tratamentos
Grávidas com a condição precisam de um acompanhamento adequado e frequente. Além disso, mudanças no estilo de vida são fundamentais para uma gestação tranquila e sem complicações.
1 – Atividade física na gravidez
Os exercícios físicos são fundamentais para as gestantes, pois relaxam, melhoram a postura, diminuem a dor lombar e ajudam a controlar o diabetes gestacional. Ademais, se movimentar também é recomendado para aliviar desconfortos causados pelas mudanças no organismo.
Contudo, é importante buscar liberação médica e instruções adequadas de um treinador especializado.
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2 – O que comer com diabetes gestacional
Uma alimentação adequada talvez seja o ponto mais importante para o tratamento do diabetes gestacional. A dieta deverá incluir mais frutas, verduras, legumes e grãos integrais. E evitar carboidratos refinados (como o açúcar e a farinha branca) e alimentos muito gordurosos.
As refeições também precisarão ocorrer de forma programada, com porções definidas e a ajuda de um nutricionista ou nutrólogo. Dessa forma, a mãe não só previne problemas como também garante nutrientes adequados para a criança.
3 – Uso de insulina na gravidez
Em casos nos quais a glicemia não normaliza (mesmo com a adoção de hábitos saudáveis), são utilizados insulina e/ou medicamentos via oral para o controle da glicose. Entretanto, tudo deve ser feito com prescrição e orientação profissionais.
Diabetes em crianças
O diabetes infantil ocorre quando há grande circulação de glicose (açúcar) no sangue da criança. O tipo 1 costuma atingir os pequenos com mais frequência, enquanto o tipo 2 pode aparecer quando os hábitos de vida não são saudáveis — contudo, pode ser revertido se em estágios iniciais. Saiba tudo sobre a condição:
Diabetes infantil tipo 1
No diabetes infantil tipo 1, as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina são destruídas (hormônio que ajuda a regular as taxas de açúcar no sangue). Mas, infelizmente, ele não tem cura, e o tratamento é feito com a aplicação da substância via injeções na barriga, no interior da coxa, na parte posterior do braço ou nos glúteos do pequeno — tudo com a orientação do pediatra, é claro.
A principal causa é a herança genética, mas má alimentação e sedentarismo contribuem para a piora do quadro.
Diabetes infantil tipo 2
Diferentemente do tipo 1, o problema não começa com um ataque das próprias células de defesa ao pâncreas, a fábrica de insulina. Portanto, o tipo 2 começa com a resistência à insulina, o hormônio que ajuda a colocar a glicose (nutriente vindo dos alimentos) para dentro das células.
Em outras palavras, esse hormônio é produzido, mas não consegue atuar direito. Para compensar a situação, o pâncreas acelera a produção de insulina. Mas, isso tem um preço: com o tempo, o órgão fica exausto e as células começam a falhar. Até que, um dia, não dá conta mais da sobrecarga – é aí que o açúcar no sangue dispara e fica permanentemente alto.
A longo prazo, a glicemia elevada pode causar sérios danos ao organismo. Por isso, entre as complicações, destacam-se lesões e placas nos vasos sanguíneos, que comprometem a oxigenação dos órgãos e catapultam o risco de infartos e AVCs.
Principais sintomas
Os pais devem prestar atenção nos sinais da doença:
- Aumento da fome;
- Sensação constante de sede;
- Boca seca;
- Aumento da vontade de urina, mesmo durante a noite;
- Visão embaçada;
- Cansaço excessivo;
- Sonolência;
- Além disso, falta de vontade para brincar;
- Náuseas e vômitos;
- Perda de peso;
- Infecções recorrentes;
- Irritabilidade e mudanças de humor;
- Por fim, dificuldade para compreender e aprender.
O diagnóstico é feito com um exame de sangue em jejum, que mede a glicemia (taxa de glicose no sangue) da criança.
Tratamentos
Além dos dos possíveis tratamentos medicamentosos recomendados pelo médico, é muito importante que os pais incentivem hábitos saudáveis. Por exemplo, manter uma boa alimentação, rica em frutas e verduras, e praticar atividades físicas regularmente.
As diferentes especialidades envolvidas no cuidado do diabetes
- Clínico geral, geriatra, médico de família ou endocrinologista: é quem faz o diagnóstico, prescreve o tratamento e a medicação (quando necessário), identifica os fatores de risco para a doença e para as complicações, avalia as condições de saúde associadas e orienta sobre como prevenir e lidar com possíveis complicações. O recomendado é ter consultas a cada três meses ou conforme a necessidade;
- Nutricionista: é quem personaliza as recomendações de uma alimentação saudável de acordo com a necessidade, os gostos e a rotina de cada pessoa. Esse profissional fará um plano alimentar adequado à sua condição e aos objetivos traçados juntos com o médico e indicará o que comer, como e quando. A recomendação é consultar pelo menos uma vez ao ano;
- Educador físico: cria um plano de atividade física de acordo com a necessidade e capacidade da pessoa atendida, além de acompanhar e orientar a execução dos exercícios. As consultas são conforme a necessidade;
- Psicólogo: cuida das emoções, pensamentos e comportamentos, auxiliando a saúde mental e, por consequência, a física. Nem sempre é fácil lidar com o diagnóstico ou com os desafios que a vida impõe, então ter um apoio psicológico pode fazer total diferença no bem-estar físico e emocional. As consultas são conforme a necessidade de cada pessoa;
- Cardiologista: é o médico que vai acompanhar e ver se está tudo bem com o coração. Como o diabetes pode estar associado a problemas cardíacos, é recomendado se consultar com um cardiologista pelo menos uma vez por ano;
- Oftalmologista: consultas de rotina para ver a saúde dos olhos são recomendadas para todas as pessoas. Porém, como o diabetes pode gerar possíveis complicações na visão, como forma de prevenção recomenda-se passar em uma consulta com esse profissional pelo menos uma vez por ano;
Outras especialidades complementares
- Enfermeiro: tem o papel de acompanhar, tirar dúvidas e incentivar os hábitos saudáveis e a adesão ao tratamento proposto pelo médico e demais profissionais da equipe de saúde. As consultas com esse profissional podem ser feitas pelo menos uma vez ao ano;
- Farmacêutico: pode auxiliar com informações sobre como tomar o medicamento da forma correta, além de orientar sobre possíveis interações entre medicamentos, muitas vezes prescritos para tratar diferentes condições. Ele também é capaz de ensinar a forma correta de usar equipamentos como o glicosímetro e dispositivos para a aplicação de insulina, como seringas e canetas;
- Dentista: o ideal seria que todas as pessoas fizessem consultas odontológicas regulares, não só quem tem diabetes. Mas quem tem a condição e não consegue controlar tão bem a glicemia pode ficar mais suscetível a problemas bucais como mau hálito, cáries, infecções e gengivite. Fazer um acompanhamento preventivo semestral (pelo menos) pode tanto evitar essas complicações como prevenir que fiquem mais graves caso aconteçam.
O que perguntar para o médico na consulta
1. Que tipo de diabetes eu tenho?
Existem alguns tipos diferentes de diabetes, sendo as duas formas primárias o tipo 1 e o tipo 2. Diabetes tipo 1 é um distúrbio autoimune no qual o pâncreas não produz insulina suficiente (ou nenhuma). O diabetes tipo 1 é relativamente raro, representando cerca de 5 a 10% de todos os casos de diabetes.
Por outro lado, o diabetes tipo 2 é a forma mais comum, representando 90 a 95% de todos os casos. Assim, a doença se desenvolve lentamente, geralmente ao longo de vários meses ou até anos. O corpo desenvolve uma resistência à insulina e não é capaz de produzir insulina suficiente para superar a resistência. O tipo 2 pode ocorrer em pessoas de todas as idades. Mas, tende a acontecer com mais frequência em indivíduos mais velhos e com excesso de peso.
É importante fazer o teste imediatamente para determinar qual tipo de diabetes você tem. Porque as doenças são diferentes e têm protocolos de tratamento distintos. Mas, com ambas as doenças, iniciar o tratamento precocemente pode reduzir a gravidade da doença e retardar sua progressão.
2. Quais medicamentos devo tomar?
Atualmente, existem vários medicamentos disponíveis para pacientes com diabetes que podem ajudar a controlar o açúcar no sangue. A metformina é um medicamento oral comum com o qual muitos pacientes com diabetes tipo 2 começam. Pacientes com diabetes tipo 1 geralmente precisam de insulina injetável. Além disso, existem também novas tecnologias, como insulina inalada, dispositivos de monitoramento contínuo de glicose e bombas de insulina, que podem ser oferecidas dependendo do tipo e estágio da doença.
Assim, a maioria das pessoas com diabetes recém-diagnosticadas tem muito a aprender rapidamente sobre como gerenciar sua doença. Na consulta, o médico irá configurar um medidor de glicose e você será instruído a verificar seus níveis de açúcar no sangue várias vezes ao dia. Manter o controle dos níveis de açúcar no sangue pode dar muito trabalho. Mas, controlar esses níveis ajudará você a se sentir melhor e pode retardar a progressão da doença.
3. Quais são alguns sinais de que o açúcar no sangue está muito alto ou muito baixo?
Alguns medicamentos para diabetes reduzem muito o nível de açúcar no sangue e causam hipoglicemia. Isso pode desencadear:
- Palpitações do coração
- Ansiedade
- Fome
- Sudorese
- Irritabilidade
- Fadiga
Assim, a hipoglicemia não resolvida pode levar a complicações graves, como:
- Desorientação, como se você estivesse embriagado
- Confusão
- Convulsões
- Perda de consciência
O açúcar elevado no sangue é chamado de hiperglicemia. Muitas pessoas não sentem sintomas, especialmente se os níveis estiverem regularmente elevados. Assim, alguns sintomas da hiperglicemia são:
- Micção frequente
- Aumento da sede e fome
- Visão embaçada
- Fadiga
- Cortes e feridas que não cicatrizam
A hiperglicemia a longo prazo pode levar a complicações crônicas ao longo do tempo, como danos nos olhos, nervos, vasos sanguíneos ou nos rins.
4. Que mudanças de estilo de vida precisarei fazer?
Como o diabetes está relacionado à forma como o corpo usa os alimentos que você come, fazer algumas mudanças na dieta e nos exercícios será essencial para o tratamento. A comida se torna uma entidade diferente para pessoas com diabetes. Isso tende a ser mais verdadeiro para pessoas com diabetes tipo 2 do que para pessoas com tipo 1. Mas, pacientes com ambas as doenças precisam estar atentos ao que estão comendo, quando se alimentam e como os alimentos podem mudar o funcionamento dos medicamentos e da insulina.
Assim, o médico deve orientar sobre a dieta e pode recomendar a remoção de carboidratos simples e refinados ou alimentos com alto teor de açúcar, como refrigerante, biscoitos, doces, pão, arroz e batatas.
Além disso, pacientes com diabetes precisam aprender como a atividade física pode ajudá-los a regular o açúcar no sangue. Pois, o exercício melhora a eficiência da insulina e, portanto, age como uma dose de insulina. Apenas caminhar ao redor do quarteirão diminuirá o açúcar no sangue, mesmo que você não tenha tomado nenhum medicamento. Dessa maneira, converse com seu médico sobre quanto exercício você deve fazer diariamente e qual a melhor forma de atividade.
5. Como a doença vai progredir?
Diabetes progride com o tempo. É uma doença crônica progressiva e que exigirá gerenciamento desde o momento do diagnóstico e pelo resto da vida. Ou seja, não temos como curar o diabetes. Mas, podemos ser capazes de colocá-lo em remissão com alguns cuidados.
Dito isso, o paciente tem muito controle sobre a rapidez com que a doença progride. Assim, quando se é diagnosticado com diabetes tipo 2, é preciso controlar o peso e se manter dentro de um IMC saudável. Mas, a pessoa que não emagrece ou continua engordando, se alimenta com excesso de açúcar, carboidratos refinados e industrializados, e não toma o remédio, os remédios não funcionam com o tempo e, assim, pode ser necessário adicionar insulina ao tratamento.
O resultado final é que a intervenção precoce pode mudar a trajetória da doença. Portanto, é fundamental seguir os conselhos médicos sobre controle de peso e medicamentos desde o início. Resumindo, no momento do diagnóstico, os pacientes têm o poder de determinar como vai progredir, contanto que adotem hábitos saudáveis e sigam o tratamento à risca.
Dieta para diabetes
Ao contrário do que muitos imaginam, não existe uma dieta fixa para quem sofre de diabetes. Assim, cada paciente deve ser analisado por um nutricionista, que será capa de listar qual o melhor estilo nutricional adotar para o controle da doença.
Mas, de maneira geral, a dieta para diabetes deve ter baixo consumo de alimentos como açúcar refinado, pão branco, frituras e carnes com gordura. Por outro lado, deve ser rica em fibras, que ajudam a controlar os níveis de açúcar no sangue.
Piores alimentos para o diabetes
Se você é do tipo que adora consumir ultraprocessados, saiba que pesquisas sugerem que eles podem aumentar o risco de diabetes tipo 2. Para chegar a essa conclusão, um estudo examinou os hábitos alimentares de mais de 100.000 pessoas.
A pesquisa durou uma década, de 2009 a 2019, e foi comandada pelo Centro de Pesquisa em Epidemiologia e Estatística da Universidade de Paris, na França. Os pesquisadores coletaram, então, dados sobre a ingestão alimentar dos participantes, em que perguntaram sobre o consumo de cerca de 3.500 alimentos diferentes.
Então, os especialistas classificaram os itens alimentares de acordo com seu grau de processamento. Com isso, foram descritas quatro categorias: alimentos não processados/minimamente processados, ingredientes culinários, alimentos processados e alimentos ultraprocessados (refrigerante, bolacha, salgadinho, fast food, lasanha congelada…).
Assim, ao cruzar os registros com um questionário de hábitos alimentares, atividades físicas e histórico familiar dos voluntários, os profissionais encontraram uma associação consistente entre a quantidade absoluta de consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de diabetes tipo 2.
Melhores alimentos para o diabetes
Não tem fórmula mágica, e muito menos alimentos milagrosos: a melhor forma de prevenir o diabetes tipo 2 é mantendo uma dieta equilibrada. Por isso, invista em:
1 – Alimentos ricos em fibras: Aveia, trigo integral, soja, chia
A quantidade de fibras presente nesses alimentos ajuda a manter estável o nível de glicose no sangue, evitando a temida hipoglicemia (glicemia muito baixa).
2 – Itens ricos em “gorduras boas”: Salmão, abacate, chia, linhaça
Isso se deve ao fato de serem anti-inflamatórios e, por conterem uma grande quantidade de gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas, beneficiam a saúde cardiovascular, bem como do sangue, ajudando a prevenir e combater diversos problemas, inclusive a diabetes.
3 – Legumes e leguminosas: Feijão, soja, grão-de-bico, lentilha, ervilha
Justamente por serem ricos em vitaminas, antioxidantes, minerais diversos e fibras, esses dois grupos alimentícios nutritivos são grandes aliados. Tanto de quem já sofre com a diabetes, quanto de quem deseja prevenir esse diagnóstico (como é o caso de pessoas com pré-diabetes). A pré-diabetes é a condição em que o açúcar no sangue está elevado, mas não o suficiente para ser classificado como diabetes do tipo 2.
4 – Frutas no geral
Uma recente pesquisa conduzida pela Edith Cowan University (ECU), na Austrália, e publicada no Journal of Clinical and Endocrinology and Metabolism, mostrou que ingerir duas porções de frutas frescas por dia pode reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2 em mais de um terço.
Reduzir carboidratos evita o diabetes tipo 2
Evitar o consumo de carboidratos e alimentos industrializados se mostrou como um grande aliado do combate à diabetes.
De acordo com os renomados doutores Frederick Allen e Elliott P. Joslin, os pais da ciência do diabetes, seus pacientes diagnosticados com diabetes foram tratados com uma dieta muito baixa em carboidratos. Essa dieta com uma baixa concentração de carboidratos, após anos de estudo, foi chamada de low carb.
Desde 2003, muitos ensaios clínicos confirmaram que reduzir os carboidratos é mais eficiente do que reduzir as gorduras de sua dieta, tanto na redução do peso, quanto em melhorar o controle da glicose. Mas, recentemente, uma análise de vários estudos mostrou a redução da carga glicêmica (quantidade de glicose) e do índice glicêmico (o efeito de um determinado alimento na glicemia) estava associada com uma redução no risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Além disso, após a redução do peso, manter uma dieta focada em comida de verdade (com redução de alimentos de alto índice glicêmico e com mais proteína) demonstrou ser uma estratégia superior em manter a perda de peso já atingida – e por um tempo maior do que qualquer outra composição de dieta.
Assim, fica bem difícil contestar e ignorar a eficácia da dieta low-carb para tratamento do diabetes tipo 2 (e até mesmo esteatose hepática).
Melhores exercícios para quem sofre de diabetes
O exercício físico é essencial para todos, especialmente para quem sofre com diabetes. Isso porque se mexer regularmente pode ajudar a gerenciar o peso e os níveis de açúcar no sangue. Atividade física também é uma arma poderosa para pessoas que têm pré-diabetes.
Além disso, o exercício pode ajudar o corpo a combater doenças, aumentando a atividade do sistema imunológico. Em tempos de pandemia global, pessoas com uma doença crônica correm mais risco de desenvolver complicações caso adoeçam. Por isso é importante manter-se saudável.
Atividades físicas também ajudam a emagrecer e melhorar o equilíbrio. No entanto, a conformidade com um programa de exercícios deve ser consistente para obter resultados duradouros.
Antes da prática de exercício físico
- Veja qual será o tipo, tempo e intensidade do treino
- Observe a quantidade de insulina no sangue
- Programe o aparelho para alertar sobre a eventual ocorrência de hipoglicemia
Durante o exercício
- Caso o sensor mostre que sua glicemia está entre 7.0 mmol/l e 10 mmol/l (126mg/dl a 180mg/dl), você está apto para fazer exercício imediatamente
- Quando a glicemia estiver no limite do 7.0 mmol e com a seta (indicação de aumento ou redução da glicemia no sangue) na horizontal sugere-se a ingestão de 10 a 15g de carboidrato
- Quando a seta está um pouco para baixo aumente para de 15 a 25g. E em casos dela estar apontando totalmente para baixo, alimente-se de 20 a 35g
- Exercícios devem ser suspensos quando a glicemia estiver abaixo do 3.9 mmol/l (70mg/dl)Nesses casos ingerir uma quantidade de carboidrato aumenta a glicemia. Se isso ocorrer pode voltar aos exercícios. Mas, caso o paciente apresente menos de 3.0 mmol/l (54mg/dl), é necessário interromper o treino na hora.
- A interrupção deve ocorrer também quando o aparelho estiver marcando acima de 15 mmol/l (>270mg/dl)
Após o exercício
- Durante os 90 minutos subsequentes ao exercício, os níveis de glicemia precisam estar entre 4.4mmol/l a 10mmol/l (80mg/dl a 180mg/dl). Contudo, caso isso não ocorra, é sugerido que se alimente de 10 a 15 g de carboidrato.
- Por fim, em casos nos quais seja necessário a aplicação de insulina, o paciente deve programar um alarme para administração de no máximo 4.4mmol/l e realizar outra consulta antes de dormir
Se você for uma pessoa sedentária e deseja iniciar um programa de exercícios, consulte um médico antes, para garantir que não haja restrições ou precauções especiais. Assim, veja a seguir os melhores exercícios para quem sofre com diabetes. Dessa maneira, com o tempo, você pode aumentar a duração e a intensidade da sua rotina.
Caminhada
Se engana quem acredita que precisa de uma academia ou de equipamentos caros para exercitar-se. Assim, caminhar é uma ótima opção para quem está treinando em casa. Ou seja, tudo que você precisa é de um par de tênis e um lugar seguro para caminhar – mantendo distância de outras pessoas. O recomendado é fazer uma caminhada rápida de 30 minutos, cinco dias por semana.
De acordo com uma revisão de estudos feita de 2014, caminhar pode ajudar as pessoas com diabetes tipo 2 a diminuir seus níveis de açúcar no sangue e perder peso.
Andar de bicicleta
O ciclismo também é uma forma de exercício aeróbico, fortalece o coração e os pulmões funcionam melhor, além de queimar calorias. Para pedalar, você nem precisa sair de casa: uma bicicleta ergométrica pode ser útil porque você pode fazer independentemente do clima.
Natação
Atividades aquáticas como natação, hidroginástica e corrida aquática podem exercitar coração, pulmões e músculos, enquanto exercem pouco esforço sobre as articulações.
Segundo um estudo feito em 2017, o exercício aquático pode ajudar a diminuir os níveis de açúcar no sangue, assim como o exercícios no chão.
Yoga
Yoga pode ajudar as pessoas com diabetes tipo 2 a gerenciar seu açúcar no sangue, níveis de colesterol e peso. Além disso, pode diminuir a pressão arterial, melhorar a qualidade do sono e melhorar o humor.
Pilates
O pilates é um programa de condicionamento físico desenvolvido para melhorar a força, a coordenação e o equilíbrio do núcleo. Assim, de acordo com um estudo recente de mulheres mais velhas com diabetes tipo 2, também pode ajudar a melhorar o controle do açúcar no sangue.
Programas Vitat – Linha de Cuidados para quem sofre de diabetes
Convivendo com o Diabetes
Convivendo com Diabetes e Pressão Alta
Agende os Serviços nos Espaços de Saúde e Bem-estar por Vitat
- Medição de glicemia
- Hemoglobina glicada
- Aplicação de libre
- Hemoglobina glicada + Aferição de glicemia
- Hemoglobina Glicada + Colocação de FS Libre
- Aplicação de insulina + Hemoglobina Glicada + Aferição de Glicemia
Fontes: Dra. Maria Fernanda Barca, doutora em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Dra. Paula Pires, endocrinologista formada pela Universidade de São Paulo (USP) e Thais Mussi, endocrinologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Dra. Lorena Lima Amato, endocrinologista Doutora pela Universidade de São Paulo.
Eduardo Lorena, médico especialista em Clínica Médica e Endocrinologia e Metabologia e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.
Links úteis
Clique aqui para baixar o Manual de nutrição da SBD
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia: SBEM
Biblioteca Nacional em Saúde do Ministério da Saúde