Dextrocardia: o que é, sintomas, causas e tratamento

Saúde
29 de Março, 2022
Dextrocardia: o que é, sintomas, causas e tratamento

A dextrocardia é uma anormalidade cardíaca rara na qual o coração não aponta para o lado padrão. Nesse cenário, o paciente que é diagnosticado com o quadro tem o órgão posicionado para a direita em vez do lado esquerdo do peito. A condição é congênita, ou seja, as pessoas já nascem com o problema. Menos 1% da população é diagnosticada com essa alteração. Saiba mais sobre a dextrocardia.

Leia mais: Saúde do coração: 5 fatos importantes sobre o que afeta este órgão

Afinal, o que é dextrocardia?

O Dr. Nilton Carneiro, cardiologista explica com mais detalhes a condição. “A dextrocardia é o posicionamento não habitual do coração na cavidade torácica, com tendência à localização na metade direita do tórax. Pode vir associada ao posicionamento ou funcionamento inadequado de outros órgãos, quando trará sintomas associados a este fato. Mas também pode ser uma alteração isolada, sem alterações de outros órgãos e com funcionamento normal do coração”, destaca.  

Além disso, a dextrocardia pode surgir em uma condição denominada de situs inversus. Na prática, além do coração, o fígado, o baço e outros órgãos também podem estar posicionados no lado oposto. As alterações genéticas e um desenvolvimento inadequado na fase embrionária são as principais causas da dextrocardia, conforme aponta o cardiologista. A boa notícia é que os pacientes com dextrocardia isolada conseguem ter uma vida normal.

Sintomas da dextrocardia 

Em alguns casos, o paciente com dextrocardia não tem sintomas. Porém, indivíduos com esse quadro podem ter mais chances de contrair infecções pulmonares, infecções sinusais ou pneumonia

Além disso, os cílios dos pulmões — responsáveis por filtrar o ar que o ser humano respira — podem não trabalhar normalmente. Quando não têm capacidade para filtrar os vírus e germes, a probabilidade de ficar mais doente é maior. 

Possíveis complicações da dextrocardia

Nos pacientes em que há disfunção associada ao mal posicionamento do coração, podem ocorrer baixa oxigenação, arritmias, cansaço, maior propensão a infecções respiratórias e casos de insuficiência cardíaca, de acordo com o cardiologista. Assim, para entender melhor o cenário do paciente, são feitos exames de imagem, como raio-X do tórax, tomografia ou ecocardiograma.  

Crianças 

De acordo com o Dr. Alonso Augusto Moreira Filho e Dra. Vandenise Krepker de Oliveira, crianças com essa anormalidade podem ter dificuldades de desenvolvimento e, devido a esse fator, podem passar por cirurgia cardíaca para reparar esses e outros problemas anatômicos. Além disso, quando as anormalidades atingem o fígado, os pacientes podem ser diagnosticados com icterícia

Bebês 

Os profissionais explicam ainda que os bebês com dextrocardia têm mais chances de lidar com orifícios no septo do coração, que são responsáveis por separar as câmaras cardíacas esquerda e direita. 

Nesse cenário, pode ocorrer problemas na forma como o sangue percorre o interior e o exterior do coração. A situação pode causar um sopro no órgão, que pode ser observado com o auxílio de um estetoscópio.

Os pequenos que nascem com dextrocardia podem não ter o baço, um órgão essencial para o sistema imunológico cuja ausência pode influenciar no aumento de infecções. 

Tratamento da dextrocardia

A dextrocardia não é uma condição que necessita de tratamento, mas é necessário redobrar a atenção se for o caso de impedir que os outros órgãos trabalhem com eficiência. Para o especialista, caso ocorra defeitos septais, a cirurgia é uma ótima saída para ajustá-los. Além disso, alguns antibióticos também podem auxiliar o paciente a longo prazo para diminuir a chance de infecção, especialmente se não há um baço ou ele não funcione adequadamente. 

Dr. Nilton Carneiro, cardiologista e arritmologista responsável pelo setor de diagnóstico cardiológico no Hospital Santa Catarina – Paulista.

Sobre o autor

Redação
Todos os textos assinados pela nossa equipe editorial, nutricional e educadores físicos.

Leia também:

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Pessoas com histórico de infarto têm mais risco de desenvolver outros problemas de saúde a longo prazo, como insuficiências cardíaca e renal, arritmias e até depressão,

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Problemas como insuficiências cardíaca e até depressão são mais frequentes em quem sofreu um ataque cardíaco

Bem-estar Equilíbrio Saúde

“É impossível ser feliz sozinho”: cultivar relacionamentos está entre os segredos para viver mais

Indo na direção contrária da longevidade, um estudo revelou que quase ¼ das pessoas em todo o mundo se sentem sozinhas