Derrame: causas, sintomas e como prevenir
O acidente vascular cerebral (AVC), comumente chamado de derrame, é a segunda principal causa de morte no Brasil, e pode provocar efeitos incapacitantes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), em 2020, mais de 80 mil pacientes com AVC foram a óbito.
Além disso, cerca de 70% das pessoas acometidas por AVC não conseguem ter condições de retomar as atividades profissionais, em decorrência de sequelas. A boa notícia é que é possível prevenir o problema controlando os fatores de risco. Conheça agora as causas, sintomas e como evitar o derrame.
Leia mais: Dieta vegetariana pode reduzir risco de AVC
As causas do derrame
Doenças cardiovasculares, incluindo o derrame, matam 400 mil brasileiros todos os anos. No caso de acidente vascular cerebral, dez fatores de risco são responsáveis por 92% dos casos no mundo: hipertensão arterial, tabagismo, obesidade abdominal, diabetes, álcool, estresse e depressão, fatores de risco cardíacos e colesterol alterado.
Tais fatores podem causar o derrame, ou seja, o entupimento e/ou rompimento dos vasos que levam sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, ocasionando a morte de neurônios e consequente perda ou redução da função da região cerebral comprometida. Embora o AVC atinja mais frequentemente indivíduos com idade acima de 60 anos, tem crescido entre jovens e pode, inclusive, afetar crianças.
Outros fatores
Além disso, outros fatores também podem causar derrame:
- Doenças que ocasionam a formação de placas nos vasos, aumentando a chance de entupimento;
- Problemas no coração que levam a formação de trombose (coágulos) no coração. Tais coágulo podem se soltar (embolo) e causar o entupimento de vasos no cérebro;
- Alterações na coagulação do sangue, que sempre deve ser investigada no caso de pacientes mais jovens;
- Derrames sem causa conhecida (criptogênicos).
Sintomas de derrame
O derrame pode ser isquêmico, quando ocorre entupimento de um vaso que leva sangue para o cérebro ou hemorrágico, quando um vaso se rompe/estoura dentro do cérebro. Dessa forma, é importante ficar atento a todo sintoma neurológico que surja muito rápido (de forma aguda):
- Perda de força, formigamento ou dormência em rosto e/ou braço e/ou perna de um lado do corpo;
- Dificuldade para falar/compreender o que estão dizendo;
- Dificuldade para enxergar;
- Tontura sem causa conhecida, alterando a coordenação ou o equilíbrio;
- Dor de cabeça muito forte e que não melhora;
- Dificuldade para engolir;
- Confusão mental.
Prevenção
Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil será o país com maior número de casos de morte por doenças cardiovasculares em 2040. Dessa forma, a prevenção é o principal aliada para evitar diversas patologias, incluindo o derrame. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia revelam, por exemplo, que a ingestão de frutas e legumes diariamente reduz em aproximadamente 20% a mortalidade da doença.
Dessa forma, para prevenir o derrame, deve-se manter uma vida saudável, incluindo uma alimentação saudável, consumo de água, prática regular de atividade física, evitar vícios como cigarro, bebida e drogas, além de controlar o peso e diminuir o risco de doenças como pressão alta, diabetes e colesterol alto. Exames preventivos também são fundamentais, pois muitas doenças podem ser silenciosas em um primeiro momento, sendo descobertas somente após o derrame já ter acontecido.
Por fim, havendo sequelas, o tratamento geralmente é multidisciplinar, incluindo fisioterapia, além de acompanhamento com fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, psicóloga, entre outros, a depender da sequela de cada paciente.
Leia mais: Problemas que você evita ao deixar o sedentarismo
Fonte: Dra Alessandra Billi Falcão Gonçalves, neurologista do Dr. Consulta – CRM – 129038-SP/RQE-34406