Dermocosméticos na gravidez: o que é importante saber?
Mundialmente, o Brasil é o 4º maior mercado consumidor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. O dado é uma evidência clara do quanto o brasileiro se preocupa com o autocuidado. Mas o que é importante saber quando o assunto são o uso de dermocosméticos na gravidez?
“É bom ver que cada vez mais homens estão assumindo também estarem preocupados com a própria aparência. Porém, minha percepção é que, nesse universo, as mulheres ainda são maioria. Às vezes, inclusive, é desafiador convencer algumas a suspender certos procedimentos ou uso de produtos durante a gestação”, explica Dra. Paula Fettback, especialista em reprodução humana.
Principais cuidados com dermocosméticos na gravidez
Confira abaixo os conselhos mais recorrentes que a Dra. Paula costuma repassar às pacientes que estão à espera de um bebê:
Uso de ácidos pede atenção e protetores solares não podem faltar
A recomendação é que as gestantes não usem os ácidos, como por exemplo o salicílico, retinóico, hidroquinona, glicólico e ureia, durante a gravidez. Por outro lado, a Vitamina C pura, o dexpantenol e a glicerina são liberados. O protetor solar, por sua vez, é uso obrigatório para qualquer pessoa que deseja ter uma pele saudável, incluindo quem está gerando um bebê.
Fragrâncias podem incomodar
Durante a gestação, algumas mulheres podem ficar mais sensíveis aos odores, principalmente aqueles que remetem a menta, cravo e canela. Além disso, é um período em que a pele da mulher fica naturalmente mais sensível. Por isso, a recomendação é que as grávidas optem por produtos sem perfume ou com uma fragrância bem suave.
Dermocosméticos na gravidez: procedimento invasivo são proibidos
Tratamentos injetáveis ou aqueles que utilizam laser, luz pulsada e radiofrequência são contraindicados, tanto para respeitar as alterações hormonais da mulher quanto para evitar que alguma substância ou frequência seja absorvida pela placenta e prejudique o desenvolvimento do bebê.
Limpeza de pele está liberada, mas com ressalvas
Desde que o procedimento não inclua nenhum produto ácido, calmante, secativo ou descongestionante, a gestante pode desfrutar da limpeza de pele. Trata-se, inclusive, de um procedimento muito bem-vindo. Porém, é necessário ter atenção redobrada para evitar manchas, tendo em vista que na gestação a pele fica, naturalmente, mais suscetível a elas.
Cabelos pedem atenção especial
Devem ser evitados todos os procedimentos químicos, incluindo os que alisam, colorem e descolorem o cabelo, principalmente aqueles que tenham contato com o couro cabeludo. Isso porque seus componentes podem penetrar na corrente sanguínea da mãe, afetando o bebê de alguma forma. Além disso, como os hormônios da mulher sofrem muitas alterações durante a gestação, alterando as reações do corpo, é possível que o resultado do uso do produto não seja o habitual.
Fonte: Dra Paula é ginecologista especialista em infertilidade com ênfase em alta complexidade. É doutora pela Faculdade de Medicina da USP e atua com reprodução assistida desde 2006, com consultórios em São Paulo e no Paraná.