Dermatite de fraldas em crianças: prevenção e tratamento

Gravidez e maternidade
17 de Maio, 2022
Dermatite de fraldas em crianças: prevenção e tratamento

A dermatite de fraldas é um problema muito comum em bebês e crianças, mas é mais conhecida pelo nome de assadura. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, estima-se 25% das crianças sofram com ela até os dois anos.

Por isso, conheça as prevenções e os tratamentos para o problema, que não significa negligência dos pais com a higiene dos bebês. Saiba mais!

O que é dermatite de fraldas?

A Dra Daniela Anderson, médica especialista em Pediatria, Neonatologia e Medicina Intensiva Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que dermatite de fraldas é uma reação da pele que acontece na área da fralda, incluindo o bumbum, a região perianal, os órgãos genitais, as coxas e a cintura do bebê ou da criança.

Popularmente conhecido pelas mães e pais como “assadura”, essa dermatose causa uma condição de pele principalmente na primeira infância, podendo gerar desconforto e dor.

Causas da dermatite de fraldas

Mesmo cuidando da higiene do bebê, as mamães e os papais se perguntam como essa inflamação ocorre. De acordo com a pediatra, ela é provocada pela retenção da umidade e pelo contato excessivo de urina e fezes com a região.

Além disso, existem outros motivos que podem causar esse tipo de dermatite em bebês e crianças que usam fraldas. Veja quais são:

  • Os movimentos da criança podem criar atrito entre a pele e a fralda;
  • O aumento da temperatura causado pela fralda gera a infecção;
  • As fezes dos bebês e das crianças possuem enzimas digestivas, portanto, quando em contato prolongado com a superfície da pele, causam alterações e irritações na pele;
  • A degradação da urina causa bactérias que liberam amônia, que piora o quadro;
  • A causa pode ser o próprio material da fralda, então é preciso trocar a marca;
  • Os produtos utilizados para fazer a higiene na região íntima também podem irritar a pele;
  • A região machucada sofre com uma infecção secundária, como a candidíase.

Sintomas

A Dra Daniela Anderson informa quais são os principais sintomas: “a pele fica machucada, avermelhada e, às vezes, pode ter descamação”, diz.

Em casos mais simples, há a irritação avermelhada no bumbum, secura na região, descamação, erupções na pele, descascamentos, coceiras, fissuras e inchaços.

Porém, em casos mais graves, podem ocorrer sintomas como febre e irritação.

As assaduras geralmente aparecem nas regiões mais abafadas do corpo, como nas áreas íntimas, mas principalmente onde há dobras. No entanto, elas podem atingir qualquer lugar do corpo.

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Diagnóstico da dermatite de fraldas

Os responsáveis podem não saber identificar a dermatite causada pelas fraldas, principalmente porque esse problema pode aparecer de forma inesperada.

Mas ao notar os primeiros sintomas nas regiões que entram em contato com a fralda, o ideal é procurar um médico para ter um diagnóstico.

A especialista recomenda levar a criança ao pediatra caso surjam vermelhidão e irritação na região do períneo. Isso porque nada substitui o exame clínico. “Só o médico irá descobrir se aquela irritação é uma dermatite perineal ou uma alergia à fralda”, completa.

Sendo assim, um médico especialista em dermatologia pediátrica pode realizar o diagnóstico clínico, feito a partir do análise da área afetada e do teste de contato.

Em casos mais graves, esse especialista pode realizar uma biópsia para descobrir se a causa da irritação na pele é a dermatite de fraldas.

Prevenção

Alguns cuidados devem ser tomados para evitar a dermatite de fralda em bebês e crianças. De acordo com a Dra Daniela Anderson, é preciso trocar as fraldas sempre para que a urina ou as fezes não fiquem em contato com a pele por muito tempo.

“A recomendação é que a cada três ou quatro horas, as fraldas sejam trocadas. Mas se antes disso os pais perceberem que a fralda está cheia, a troca deve ser na hora”, solicita a pediatra. Além disso, a médica indica que a região deve ser limpa, de preferência, com água morna após cada evacuação.

“Durante os passeios, eu recomendo que os pais levem uma garrafa térmica com água morna e algodão, para fazer a limpeza completa. Os lenços umedecidos até podem ser usados, mas de vez em quando, pois podem causar irritação na pele do bebê”, esclarece a especialista.

Tratamentos da dermatite de fraldas

Segundo a médica, o tratamento para casos mais simples envolve pomadas e trocas regulares das fraldas. É preciso também manter a pele seca e limpa, além de fazer limpeza com água morna e sabonete líquido neutro.

As mães e os pais devem sempre lembrar de lavar as mãos antes e após a troca das fraldas. O ideal é deixar a pele ser ventilada durante alguns minutos do dia.

Porém, se sentir que esses tratamentos em casa não estão funcionando, procure o pediatra para realizar o diagnóstico correto da causa da assadura e indicar o melhor tratamento. Em algumas situações, o médico pode recomendar o uso de pomada com corticoide de baixa potência, antifúngicos tópicos ou antibióticos tópicos.

“Tem muitas pomadas boas para dermatite de fraldas no mercado, que criam uma ótima camada de proteção”, diz a especialista. Sendo assim, o pediatra saberá recomendar aos pais a melhor pomada para resolver o problema.

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Receitas caseiras para assaduras

De acordo com a Dra Daniela Anderson, se os pais mantiverem o períneo do bebê limpo e seco, não precisam fazer receitas caseiras para o tratamento da dermatite de fraldas. “Entretanto, eu costumo recomendar para os meus pacientes o uso do amido de milho. Salpicando o produto na fralda, você ajudará a manter o local mais seco, pois ele retém a umidade”, sugere.

Fraldas descartáveis ou de pano?

Muitos pais se perguntam qual é a melhor forma de evitar a dermatite em bebês e crianças: usar fraldas descartáveis ou de pano?

Segundo a pediatra, essa é uma escolha da família: “vemos cada vez mais modelos das fraldas ecológicas que facilitam o uso e podem ser lavadas. Mas, nesse sentido, não há uma melhor que a outra”, finaliza.

Fonte: Dra Daniela Anderson, médica especialista em Pediatria, Neonatologia e Medicina Intensiva Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

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