Dermatite de contato: o que é, sintomas, causas e tratamento

Saúde
21 de Abril, 2022
Dermatite de contato: o que é, sintomas, causas e tratamento

Você já ouviu falar sobre dermatite de contato? Sabia que existem vários tipos de dermatite? Neste artigo, nós iremos responder todas as dúvidas a respeito dessa doença de pele, que acomete diferentes regiões do corpo. 

A seguir, saiba o que é, os principais sintomas, as causas mais comuns e os melhores tratamentos para a dermatite de contato. Boa leitura!

O que é dermatite de contato?

A dermatite de contato também é chamada de eczema de contato, uma condição inflamatória na pele, que surge a partir do contato com substâncias capazes de provocar irritação ou alergia.

Conversamos com a Dra. Maria Fernanda Romano, dermatologista credenciada da Academia da Pele, para nos explicar melhor sobre essa doença. 

Primeiramente, a especialista informa o que é a dermatite: “uma doença de pele inflamatória, não contagiosa, a qual pode acometer qualquer idade e várias áreas do corpo”, diz.

Além disso, a dermatologista lembra que existem vários tipos de dermatite, e dentre as mais comuns são: dermatite de contato, dermatite alérgica, dermatite atópica, dermatite seborreica, dermatite ocre e dermatite perioral.

Quais os sintomas?

Os sintomas da dermatite de contato podem surgir alguns minutos ou horas depois do contato com o objeto, ou a substância irritante. Então, em alguns casos de dermatite alérgica, os sintomas podem surgir em até 6 dias.

Saiba quais são os sintomas desse tipo de dermatite, segundo a Dra. Maria Fernanda Romano: 

  • Coceira;
  • Vermelhidão;
  • Ardência;
  • Descamação;
  • Pequenas bolhas na pele.

“No entanto, é importante ressaltar que cada tipo específico de dermatite apresenta sinais e sintomas peculiares, permitindo o médico distinguir entre os vários tipos existentes”, complementa a especialista.

Quais as causas da dermatite de contato?

Cada paciente pode ter seus sintomas desencadeados pelo contato com algum objeto ou substância irritante. 

Assim, existem diversos casos de dermatite de contato com urtiga, borracha, látex, fragrâncias, metais (níquel e cobalto), entre outros.

A nossa dermatologista consultada reforça que os diferentes tipos de dermatites podem ser causadas por diversos fatores, então, alergias, efeitos colaterais de medicamentos, fatores genéticos, banhos quentes, agentes externos, tecidos sintéticos, plantas, metais, produtos químicos, produtos de limpeza e produtos cosméticos. 

“Cada tipo de dermatite tem uma causa específica, e por isso é importante o diagnóstico correto para prosseguir com o tratamento adequado”, solicita a especialista credenciada da Academia da Pele.

De acordo com a dermatologista, além dos sintomas clínicos e histórias relatadas pelos pacientes, o médico pode ainda precisar do auxílio de exames laboratoriais, testes de contato ou mesmo biópsia da pele para o esclarecimento do diagnóstico. 

Prevenções

Para cada tipo de dermatite há uma prevenção que varia de acordo com a sua causa. Contudo, a Dra. Maria Fernanda Romano, informa que existe um tipo de prevenção comum para todos: o cuidado da pele quando ela está irritada. Dessa forma, esses cuidados são: 

  • Tomar banhos rápidos e menos quentes;
  • Nunca utilizar bucha no banho; 
  • Hidratar a pele após o banho com cremes hidratantes de preferência sem cheiro e/ou cor;
  • Utilizar sabonetes neutros; 
  • Evitar ao máximo coçar o local irritado.

Além disso, a dermatologista informa que a dermatite pode causar desconforto estético e funcional ao paciente. 

“O médico deve ser sempre consultado, tanto para início do tratamento quanto para o esclarecimento do diagnóstico, pois o não controle da doença ou a contínua exposição ao agente pode agravar ou generalizar a dermatite”, conclui a especialista.

Quais os tipos de dermatite de contato?

Pedimos ao Dr. Luann Lôbo, dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), explicar quais são os tipos de dermatites de contato. Veja quais são: 

  • Dermatite de contato irritativa

A dermatite de contato irritativa é causada por substâncias que podem agredir e irritar diretamente a pele, como solventes, detergentes, alguns sabonetes e outras substâncias químicas ácidas ou alcalinas; 

  • Dermatite de contato alérgica

A dermatite de contato alérgica pode ocorrer a partir de exposições consecutivas a um certo produto ou substância química. Por isso, acaba promovendo uma sensibilização no sistema imunológico do paciente, provocando a reação alérgica.

Como é o diagnóstico?

De acordo com o dermatologista, o diagnóstico da dermatite de contato é clínico e pode ser corroborado pelo teste alérgico de contato, também chamado de patch-test

“Neste exame, um especialista aplica adesivos com diferentes substâncias nas costas para permanecer em contato com a pele por cerca de 48 horas. Após este período, nós dermatologistas analisamos se existe alguma substância capaz de promover uma reação patológica na pele do paciente”, informa o Dr. Luann Lôbo. 

Quais os tratamentos da dermatite de contato?

De acordo com o membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), os tratamentos da fase aguda da dermatite de contato consistem no uso de cremes, loções, pomadas com corticoides ou agentes imunomoduladores. 

“Em alguns casos específicos, também necessitamos de medicamentos administrados via oral. Portanto, o tratamento deve ser individualizado, a partir da extensão e da gravidade do quadro clínico. Já na fase de remissão, principalmente, é imprescindível o uso de emolientes e agentes hidratantes, a fim de fortalecer a barreira de proteção da pele”, finaliza o dermatologista. 

O que piora a dermatite?

Por fim, alguns fatores podem piorar o quadro de dermatite atópica, por isso devem ser evitados. Veja quais são eles:  

  • Tomar banho com água muito quente, afinal isso é capaz de remover a camada lipídica da pele e piorar o ressecamento;
  • Ter contato com produtos irritantes, como perfumes, maquiagens e tintas, capazes de irritar a pele;
  • Usar roupas sintéticas e apertadas capazes de agredir a pele sensível ao invés de vestir roupas de algodão;
  • Permanecer por muito tempo em um local com clima muito quente faz com que o suor agrida a pele e precipita crises de dermatite;
  • Ter estresse pode influenciar a dermatite, principalmente alterando a relação do paciente e aumentando a vontade de coçar mais;
  • Por fim, consumir uma alimentação rica em corantes, conservantes e produtos químicos, que costumam piorar o quadro de dermatite.

Fontes: Dra. Maria Fernanda Romano, dermatologista credenciada da Academia da Pele. Dr. Luann Lôbo, dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

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