Dengue na gravidez: Principais riscos e tratamento

Gravidez e maternidade
14 de Fevereiro, 2022
Dengue na gravidez: Principais riscos e tratamento

A dengue é uma doença infecciosa comum em países de clima tropical. Isso porque o vírus causador da enfermidade, classificado no meio científico como um arbovírus, é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. A condição exige cuidados, que devem ser redobrados em casos de dengue na gravidez.

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Principais riscos da dengue na gravidez

A doença oferece riscos tanto para a mãe, quanto para o bebê. No caso da mulher, há maiores chances de parto prematuro, bem como de hemorragia durante o procedimento (seja ele normal ou cesárea).

Já com relação ao bebê, podem ocorrer abortos (principalmente durante o primeiro trimestre), baixo peso ao nascer e até transmissão vertical (isto é, quando a doença infecta o bebê através da mãe) — esta última mais comum nas últimas semanas de gestação.

Mas não para por aí. A dengue também aumenta em 50% o risco de a criança nascer com problemas neurológicos, apontou um estudo publicado em 2018 por pesquisadores brasileiros na revista Emerging Infectious Diseases.

Nele, os cientistas analisaram registros de 16 milhões de recém-nascidos entre 2006 e 2012 no país. Como resultado, observaram que casos de má-formação da medula espinhal e do cérebro foram quatro vezes mais frequentes em mulheres com dengue durante a gestação.

O mesmo grupo já havia desenvolvido dois artigos sobre a condição em grávidas anteriormente. O primeiro deles mostrava que a dengue pode aumentar em quatro vezes as chances de morte materna (ou seja, desde a gestação até 42 dias após o parto). Ademais, se a dengue for hemorrágica, a probabilidade fica 450 vezes maior.

O segundo, por outro lado, identificou que a enfermidade quase dobra a probabilidade de um bebê nascer morto ou morrer durante o parto, enquanto a dengue severa aumentaria em cinco vezes as chances de um natimorto.

Principais sintomas da dengue

A dengue manifesta os mesmos sintomas em gestantes e em pessoas que não estão grávidas. Porém, eles podem evoluir de forma mais grave no primeiro caso, devido às transformações fisiológicas que a futura mamãe sofre. Os sinais incluem:

  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Dores pelo corpo;
  • Náuseas;
  • Até mesmo não apresentar qualquer sintoma.

O aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar um sinal de alarme para dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.

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Tratamento da dengue na gravidez

O tratamento é basicamente o mesmo para todos os pacientes (uso de medicamentos para aliviar os sintomas, repouso e hidratação), mas a gestante geralmente precisa de um acompanhamento mais frequente da equipe médica. Além disso, devem ser realizados exames laboratoriais e ultrassonografia obstétrica a fim de verificar a saúde da mulher e do bebê. Em quadros mais preocupantes, o especialista também pode pedir a internação da paciente.

Referências:

Como proceder diante de uma gestante com suspeita de dengue?, Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) — Ministério da Saúde (MS), 2015.

Dengue na gravidez pode causar má-formação do cérebro do bebê, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 2018.

Quais as consequências da infecção por Dengue, Chikungunya e Zika vírus na gestação?, Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) — Ministério da Saúde (MS), 2016.

Dengue, Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) — Ministério da Saúde (MS).

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