Deficiência nutricional: o que causa e como evitar
Dentro da nutrição, existem alguns grupos alimentares essenciais. Eles precisam ser ingeridos de forma equilibrada em prol de uma boa alimentação. Dessa forma, na hora de montar um prato saudável, proteínas, amidos, açúcares, lipídios, vitaminas e minerais devem estar presentes de maneira balanceada. Por isso, quando algum desses componentes está em falta, ocorre uma desarmonia, podendo ocasionar a deficiência nutricional.
De acordo com a médica nutróloga Marianna Magri, a deficiência nutricional ocorre quando há baixo consumo ou baixa absorção de certos nutrientes. “Ela é caracterizada pela falta de micronutrientes, macronutrientes, vitaminas e minerais necessários para o organismo e indispensáveis para a manutenção do metabolismo e o bom funcionamento de todo o corpo”, esclarece.
Tal condição afeta cerca de 3 bilhões de pessoas ao redor do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Assim, o cenário reforça a necessidade da adoção de uma dieta equilibrada e rica em nutrientes essenciais.
Consequências da deficiência nutricional
Entre as consequências da deficiência nutricional, a especialista destaca, acima de tudo: doenças graves como anemia, câncer, infecções, e até mesmo baixa no sistema imune.
Além disso, a profissional explica que a condição pode causar mudanças significativas na disposição física, na energia, na capacidade mental e na clareza de pensamentos. Dessa forma, a deficiência nutricional pode prejudicar a produtividade nos estudos ou no trabalho.
No caso da ausência de vitamina A, por exemplo, problemas como cegueira infantil e mortes por doenças diarreicas e sarampos têm mais chances de acontecer. No ano de 2013, a Organização Mundial de Saúde declarou que a falta de vitamina A é um problema de saúde pública. Haja vista que ela afeta um terço das crianças dos cinco aos seis anos de idade no mundo. Só na África subsaariana e no Sul da Ásia, esse número chega a quase 50%.
Antes de mais nada, o combate à deficiência nutricional envolve mudanças na preparação e na organização das refeições. Entretanto, é preciso levar em conta que a fome ainda é uma realidade em diversos países. Dados de um levantamento realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) revelaram que 116 milhões de pessoas no Brasil convivem com algum tipo de insegurança alimentar. Além disso, ao menos 19 milhões de brasileiros estão passando fome.
Casos extremos como esses envolvem outras variáveis que, na maioria das vezes, estão fora do controle das pessoas. Mas ao trazermos para o debate a situação de deficiência nutricional daqueles que possuem condições para ter uma alimentação de qualidade e saudável, a profissional pontua quais nutrientes não devem faltar.
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Alimentos essenciais contra a deficiência nutricional
“Dietas repletas de vegetais e frutas são, sobretudo, uma ótima forma de obter micronutrientes. Estudos comprovaram que o consumo de vegetais tem grande relevância contra as deficiências nutricionais. Ele pode diminuir o risco de doenças, por exemplo, acidentes vasculares cerebrais, doenças coronárias e síndrome metabólica”, afirma.
Vitamina A
Encontra-se normalmente em alimentos coloridos. A vitamina A ajuda a potencializar o sistema imune, melhora a visão e a saúde da pele e mantém membranas mucosas e revestimentos de partes do corpo que levam ao exterior, como o nariz. Assim, os principais alimentos que contêm esse nutriente são o tomate, abóbora, cenoura, couve e espinafre.
Deficiência nutricional: vitamina C
Primeiramente, ela possui muitas propriedades antioxidantes, e ajuda no metabolismo de importantes químicos corporais e hormônios. A vitamina C tem, sobretudo, uma ação significativa na luta contra infecções, na cicatrização e na absorção de ferro, que pode ajudar a prevenir anemia. Alguns alimentos ricos em vitamina C são: pimentão, brócolis, laranja, pimenta, tomilho, kiwi, melancia e tomate.
Vitamina D
Acima de tudo, a exposição solar proporciona uma quantidade abundante de vitamina D. Essa vitamina é vital para a regulação do metabolismo ósseo e ajuda a evitar dores musculares.
Os principais sintomas de deficiência nutricional por vitamina D são deformidades, dores e fraquezas nos músculos, desmaios, convulsões, tétano e cardiomiopatia. Um estudo realizado pela Universidade de Califórnia San Diego descobriu que a deficiência de vitamina D pode causar alto risco de câncer colorretal. Em cidades com menor incidência solar há mais diagnósticos de deficiência de vitamina D.
Deficiência nutricional: magnésio
É um mineral com uma função crucial no corpo humano. Tem como tarefa manter o organismo forte e ajudar no crescimento, na produção de energia, na regeneração de células, na síntese de proteína, em atividades das enzimas, no combate ao estresse e à inflamação e na regulação da pressão sanguínea. “Você encontra uma quantidade rica de magnésio em alimentos, por exemplo, alface, espinafre, couve, castanha, feijão e cereais.” cita a nutróloga.
Dessa forma, a deficiência nutricional de magnésio gera o desenvolvimento de agitação, irritabilidade e dificuldade de concentração. O mineral é utilizado pelo organismo para combater o estresse. Além disso, na fase infantil, pode acabar sendo liberado em maior quantidade.
Potássio
Um mineral que auxilia os músculos do coração a funcionarem e a controlarem os líquidos corporais é o potássio.
Alimentos que contêm potássio:
- Abacate;
- Banana;
- Batata-doce;
- Folhas de coloração verde escura;
- Iogurte;
- Molho de tomate;
- Peixes.
Zinco
O zinco contribui para a produção de novas células e enzimas e o processamento de carboidratos, gordura e proteínas.
Alimentos que contêm zinco:
- Amendoim.
- Amêndoa.
- Camarão.
- Carne vermelha.
- Castanhas.
- Chocolate amargo.
- Feijão.
- Grão-de-bico.
Fósforo
Tem papel fundamental na construção de ossos fortes e na manutenção da arcada dentária. Por fim, o fósforo também ajuda na liberação de energia dos alimentos.
Alimentos que contêm fósforo:
- Carnes em geral;
- Oleaginosas (amendoim, castanha, nozes e avelãs);
- Ovos;
- Leguminosas, que são os grãos (por exemplo, feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, soja).
Fonte: Marianna Magri, médica nutróloga.