Dicas para seu filho sair do mundo digital e ficar longe das telas

Equilíbrio
23 de Junho, 2021
Dicas para seu filho sair do mundo digital e ficar longe das telas

Nos dias atuais, a tecnologia vem ganhando cada vez mais força. Especialmente entre as crianças, que já nascem no mundo digital e crescem assistindo TV ou mexendo no celular. 

De acordo com um estudo realizado pela companhia de tecnologia infantil SuperAwesome, nos Estados Unidos, crianças de 6 a 12 anos estão passando cerca de 50% de seus dias mexendo em telas durante a quarentena.

Principalmente na pandemia, o uso das telas se intensificou, pois a maioria das crianças está estudando em casa. No entanto, isso pode trazer diversas consequências negativas para a saúde mental dos pequenos.

Já o Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP) realizou uma pesquisa com 7 mil pais de crianças e adolescentes com idade entre 5 e 17 anos. Assim, os resultados mostraram que 27% dos filhos das pessoas entrevistadas apresentaram transtornos como ansiedade ou depressão durante a pandemia.

O recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é que as crianças de 2 a 5 anos utilizem as telas uma hora por dia e as entre 6 e 10 anos, duas horas.

“De fato, identificamos muitos pacientes, especialmente crianças, que nunca tiveram nenhum tipo de transtorno e passaram a apresentar quadros ansiosos ou até depressivos. Quem já era acometido por algum transtorno teve uma piora significativa”, afirma Dra. Danielle H. Admoni, psiquiatra da Infância e Adolescência na Escola Paulista de Medicina UNIFESP e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

O resultado do isolamento social no mundo digital entre as crianças

Apesar de o uso excessivo das telas ser visto como algo negativo e poder prejudicar a saúde mental, durante o isolamento social, ele acabou se tornando uma forma de se distrair. 

“O cérebro humano foi desenhado para buscar uma estimulação constante. No entanto, para a criança, isso tem um custo alto, pois quando essa superestimulação é tirada, o cérebro dela não descansa e segue pedindo a continuação da estimulação”, explica a psiquiatra.

Entretanto, quando as crianças desligam as telas, elas se sentem “perdidas”. Isto é, a dependência do mundo digital faz com que elas não encontrem outras atividades que proporcionem a mesma sensação dos eletrônicos. 

A especialista ainda explica que a correria e o estresse resultantes da pandemia fizeram com que muitas famílias esquecessem outras maneiras de estimular os filhos.

Leia também: Como proteger a saúde mental das crianças durante a quarentena

Faça o “desmame das telas” com seus filhos:

Ainda de acordo com a psiquiatra, é necessário fazer o “desmame das telas”. Portanto, veja algumas dicas:

  • Deixe a criança entediada: Permita que ela mesma busque a estimulação que seu cérebro precisa. Se notar dificuldade, invente uma atividade com ela. Aos poucos, vá deixando que ela brinque sozinha, evitando criar uma dependência da sua presença;
  • Motive seu filho a brincar com algo que não tenha pilhas ou baterias: Vale presentear a criança com um brinquedo novo. Se ela quiser escolher, incentive jogos de construção, massinha de modelar, pinturas, quebra-cabeça com o tema do seu personagem favorito ou até brinquedos artesanais;
  • Proponha desafios, como organizar os brinquedos: Peça para seu filho escolher algo que não lhe interesse mais e sugira doar para alguma criança na rua ou para uma instituição. Só vale se seu filho participar deste ato. Isso porque será uma excelente oportunidade de ensina-lo a exercer a solidariedade;
  • Incentive a leitura: A leitura, que auxilia no desenvolvimento cognitivo, socioemocional e cultural, deve ser introduzida junto com os demais brinquedos como mais um objeto de prazer e de exploração do mundo;
  • Demonstre interesse pelas atividades de seu filho: Pergunte o que ele está fazendo, como está fazendo e se disponha a ajudá-lo no que for preciso. Além disso, elogie suas evoluções.
  • Não esqueça de dar o exemplo: Evite ao máximo usar o celular quando estiver com seu filho.

Fonte: Dra. Danielle H. Admoni, psiquiatra da Infância e Adolescência na Escola Paulista de Medicina UNIFESP e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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