Covid em crianças: Quais os cuidados a serem tomados?

Saúde
27 de Setembro, 2021
Covid em crianças: Quais os cuidados a serem tomados?

A vacinação contra a Covid-19 já está avançada em diversos países, e abrange grande parte das faixas etárias. Contudo, as crianças ainda não se enquadram entre as que podem receber qualquer uma das doses disponíveis. Apesar do número de casos ser menor em relação às outras idades, a Covid em crianças pode acontecer. Portanto, é necessário tomar os devidos cuidados para evitar o contágio. 

Segundo dados do Sistema de Informação de Vigilância da Gripe, o Brasil é o segundo país com mais mortes de crianças por Covid-19 até os nove anos – atrás apenas do Peru. “Por mais que grande parte dos casos registrados tenham apresentado sintomas leves, o isolamento para os pequenos também se torna uma das melhores medidas contra a doença, junto com o tratamento adequado recomendado pelo pediatra”, explica a Dra. Patrícia Consorte, pediatra e especialista em nutrição materno-infantil.

Mas a mortalidade pela Covid-19 ainda é baixa na faixa etária abaixo de 18 anos quando comparada a outras idades – mesmo com a variante Delta. 

Por que as crianças ainda não podem tomar a vacina contra a Covid-19?

A especialista explica que a decisão em vacinar as crianças deve ser avaliada e tomada com seriedade. Isso porque, normalmente, os testes com as vacinas são realizados inicialmente em adultos. 

Dessa maneira, apesar dos resultados com relação à efetividade e à segurança das vacinas terem sido positivos, as crianças ainda estão em desenvolvimento.

Além disso, outro fator a ser levado em consideração é que a mortalidade em crianças é significativamente menor do que em adultos e idosos. 

“Os percentuais de crianças e adolescentes que vieram a óbito devido à Covid-19 em nosso país corresponde a 0,5% do total de mortes. Ou seja, mesmo com o aumento do contato social, a maior parte deles apresenta sintomas leves ou é assintomática”, ressalta a pediatra.

“Pensando na coletividade, se as taxas de morte de adultos e idosos é bem maior, será que faz sentido iniciar a vacinação das crianças quando uma grande parte da população de maior risco ainda não conseguiu ser vacinada? A vacinação das crianças acaba também sendo uma decisão a ser tomada dentro do âmbito de política de saúde pública” afirma.

Sintomas da Covid em crianças

Os sintomas da doença podem variar conforme cada faixa etária. “Até os cinco anos, sinais respiratórios como coriza, tosse e febre baixa são os mais comuns. Para crianças acima de dez anos, que se enquadram dentre as que mais apresentam casos graves, podemos notar frequentemente dores abdominais, cefaléia e prostração, principalmente. Mesmo sem sequelas, a falta de atenção pode levar a consequências sérias”, diz Dra. Patrícia.

Leia também: Volta às aulas presenciais: Como preparar as crianças para o retorno com segurança

Quais cuidados os pais devem tomar para evitar a Covid em crianças?

De acordo com a Dra. Patrícia, é importante que os pais se atentem aos cuidados para evitar a Covid em crianças. “Os pais devem ficar constantemente alertas a qualquer sintoma diferente que a criança tenha, e não apenas aos mais característicos e comuns da doença. O melhor tratamento ainda é a prevenção: evite aglomerações, use máscaras e priorize a vacinação dos grupos adequados, a fim de proteger também os que não podem ser vacinados. Em qualquer suspeita, entre em contato com seu pediatra para que ele oriente a conduta e acompanhe o desenvolvimento dos sintomas” ressalta.

Veja abaixo quais são os cuidados:

Uso de máscaras

O uso de máscaras é recomendado, mas apenas para os maiores de dois anos. Isso porque crianças menores se encontram em uma intensa fase oral, com salivação constante, o que pode prejudicar a eficácia do objeto. Ainda, existe o risco de asfixia pela anatomia da via aérea própria da idade. A partir dos dois anos, vale ir apresentando aos poucos o acessório, pois nessa fase eles costumam levar muito a mão ao rosto, perdendo a eficácia da proteção. 

Já a partir dos cinco anos, a máscara deve ser utilizada, escolhendo uma que fique confortável no rosto. É importante apresentá-la de forma lúdica para uma melhor adaptação, especialmente a partir dos cinco anos, quando os pequenos já conseguem ter um melhor entendimento sobre sua importância.

Vale lembrar que, no ambiente escolar, o uso de máscaras é ainda mais importante. Dessa forma, as escolas precisam estar adaptadas para esse retorno às aulas: com professores e funcionários devidamente vacinados, constante higienização e álcool em gel espalhado por todo espaço. Crianças acima de 5 anos devem usar máscaras confortáveis a fim de evitar que levem as mãos ao rosto.

Qualquer criança com algum sintoma deve ser devidamente afastada até que seja descartado o risco de Covid-19.

Os pais devem estar vacinados

A grande forma que temos de proteger os pequenos é, inicialmente, nos vacinando. Dessa forma, conseguimos formar uma espécie de casulo de proteção dos menores, mesmo porque a vacinação em massa sabidamente diminui a circulação do vírus.

Alimentação saudável

Vários estudos relacionam uma alimentação mais saudável com uma melhor evolução frente à infecção pela Covid-19. Sendo assim, mantenha a rotina alimentar dos seus filhos e os exames deles em dia.

Fonte: Dra. Patrícia Consorte, pediatra e especialista em nutrição materno-infantil.

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

Leia também:

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Pessoas com histórico de infarto têm mais risco de desenvolver outros problemas de saúde a longo prazo, como insuficiências cardíaca e renal, arritmias e até depressão,

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Problemas como insuficiências cardíaca e até depressão são mais frequentes em quem sofreu um ataque cardíaco

Bem-estar Equilíbrio Saúde

“É impossível ser feliz sozinho”: cultivar relacionamentos está entre os segredos para viver mais

Indo na direção contrária da longevidade, um estudo revelou que quase ¼ das pessoas em todo o mundo se sentem sozinhas