Estratégias para lidar bem com a menopausa

Alimentação Bem-estar Saúde
18 de Março, 2024
Estratégias para lidar bem com a menopausa

É só reclamar do calor quando se está na casa dos quarenta que logo vem a frase: “Ihh, está na menopausa?”. Os temidos ‘fogachos’ fazem parte do combo de sintomas comuns nessa fase, que pode surgir dos 45 aos 55 anos. No entanto, a expectativa de vida das brasileiras é de 80,5 anos, segundo o IBGE. Isso significa que as mulheres viverão mais de 1/3 das suas vidas em uma configuração, no mínimo, diferente. Como, então, lidar com a menopausa com mais qualidade de vida?

O preconceito e a falta de informação ainda são grandes inimigos das mulheres que buscam maneiras de se adaptar à nova fase. Mas, ao contrário do que se pensa sobre a menopausa, esse período não indica velhice ou falta de vitalidade. Existem estratégias que contribuem para que a transição da fase seja mais tranquila, além de favorecer a saúde da mulher como um todo. Saiba mais a seguir! 

Leia também: O bem-estar delas: dicas de autocuidado com Alana Anijar

Tudo começa no climatério

Antes de entender como lidar com os sintomas da menopausa, é importante entender o que acontece fisiologicamente com o corpo da mulher nessa fase. À começar pelo climatério, período de vida que vai aproximadamente dos 45 aos 60 anos. Nessa fase, as mulheres começam a sentir que algo está se transformando no corpo com alguns sintomas típicos.

A menstruação pode ficar desregulada, pode acontecer ganho de peso, mais cansaço e calorões pelo corpo. Realmente são os hormônios que estão mudando. Em especial, dois deles: o estrogênio e a progesterona. Hormônios típicos da mulher que, além de outras funções, preparam o corpo para a gestação e amamentação. Eles simplesmente começam a diminuir, pois, o prazo para ter filhos também está acabando.

“Já nascemos com a produção de óvulos determinada e eles vão sendo utilizados ao longo da vida. Quando o último óvulo é liberado, entramos na menopausa, marcando a última ovulação”, diz a médica ginecologista Mariana Rosário. 

O último óvulo

A mulher entra oficialmente na menopausa quando ultrapassa a marca de 12 meses sem menstruar. Nesse período, mulheres podem experimentar sintomas como irritabilidade, ansiedade, tristeza e dificuldade de concentração. Por outro lado, os sinais podem ser mais visíveis com mudanças na textura da pele e cabelo, diminuição da lubrificação vaginal, baixa libido e energia. 

Todas essas mudanças são fruto das alterações hormonais que ocorrem nessa fase. Ou seja, os hormônios têm um papel crucial na regulação das características físicas, do humor e das emoções, o que pode afetar o equilíbrio emocional.

Para a psicóloga Rejane Sbrissa, é essencial que as mulheres percebam nessa fase que apenas é mais uma etapa no caminho da vida e que deve ser encarado com acolhimento e auto cuidado “sem fazer disso um terror”. Assim, compreender as mudanças físicas e mentais da menopausa pode contribuir para uma transição mais tranquila.

Estratégias para lidar bem com a menopausa

1. Busque informações

Nada como saber exatamente o que está acontecendo para reagir melhor às mudanças que podem surgir no caminho. Portanto, a palavra-chave aqui é autoconhecimentoAtravés dele, é possível identificar quais são as atividades, práticas e cuidados que trazem bem-estar e equilíbrio.

O primeiro passo para compreender todas essas alterações é buscar ajuda médica e não menosprezar os sintomas.

“Não hesite em buscar o apoio de profissionais de saúde, como ginecologistas e psicólogos que podem oferecer orientações e suporte emocional nessa fase de transição”, complementa a psicóloga Rejane.

2. Como lidar com a menopausa: Mais proteínas, legumes e frutas

Cuidar da alimentação na menopausa é essencial para se manter bem e ativa. Nessa fase, é necessário dar preferência a uma dieta equilibrada e rica em alimentos que ajudam a regular os hormônios, como frutas, legumes e grãos integrais. Para realizar a manutenção da massa magra, é preciso focar no consumo de proteínas. A indicação é de 1 a 1,2g de proteína por quilo de peso corporal diariamente. 

Além disso, as fibras presentes nas frutas, nas leguminosas e nos vegetais contribuem para a melhora do funcionamento digestivo e o aumento da sensação de saciedade. Um intestino saudável também impacta positivamente a imunidade e a saúde mental.

3. Seja constante no treino

De acordo com uma revisão de artigos publicada na revista Nature em novembro de 2023, as mulheres tendem a ganhar, em média, 6,8kg entre os 50 e os 60 anos – fase da vida na qual a maioria está entrando (ou já entrou) na menopausa.

Assim, a atividade física é uma grande aliada na menopausa e pode atenuar alguns sintomas indesejados. Isso porque se movimentar faz bem para a saúde física diminuindo o risco de hipertensão, Alzheimer e fortalecimento dos ossos. 

Por outro lado, fazer exercícios físicos é capaz de liberar endorfina na corrente sanguínea, o que melhora o bem-estar emocional nessa fase. Especialistas recomendam exercícios aeróbicos por 30 minutos, cinco vezes por semana, exercícios resistidos (musculação) duas vezes e alongamento incluído todos os dias.

4. Como lidar com a menopausa: Converse com o seu médico sobre reposição hormonal 

A reposição hormonal é uma estratégia muito usada para diminuir os incômodos comuns da menopausa. É uma terapia que consiste na “recuperação” de hormônios, cuja produção cai naturalmente com o envelhecimento. Principalmente o estrogênio e a progesterona, pois a queda é maior durante a menopausa.

Dra. Mariana Rosário, ginecologista e obstetra hospital Albert Einstein, explica que a estratégia deve ser individualizada para cada mulher. Ou seja, não existe receita padrão para todos os casos. 

Mas, apesar dos benefícios, nem todo mundo pode aderir ao tratamento, já que existem fatores de risco que contraindicam a reposição. Alguns deles são: histórico de câncer, problemas cardíacos, trombose e tabagismo. E complementa:

“A grande maioria das mulheres não tem contraindicação e pode usufruir dos benefícios da reposição hormonal”, finaliza. 

Fontes:

  • Dra. Mariana Rosário, médica ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein.
  • Rejane Sbrissa, psicóloga. 

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