Os perigos da comida estragada: Riscos e cuidados
Um estudante de 19 anos de New England, nos Estados Unidos, sofreu com um quadro grave de sepse e teve as suas duas pernas amputadas depois de comer uma comida estragada e contaminada que estava na geladeira de um amigo. O caso foi descrito por médicos do Massachusetts General Hospital em um artigo publicado no New England Journal of Medicine.
O paciente sentiu mal-estar, dor de estômago e náuseas logo após ingerir sobras de arroz, frango e lo mein (prato típico chinês que leva macarrão de ovo e frutos do mar) na casa de um amigo. De acordo com colegas, a refeição tinha sido armazenada no refrigerador no dia anterior.
Ao perceber que a sua pele estava ficando roxa, o jovem correu para o hospital e, em seguida, foi diagnosticado com meningococcemia fulminante, uma infecção causada pela bactéria Neisseria meningitidis. Apesar de já existir uma vacina que previna a doença, o rapaz havia tomado apenas a primeira dose do imunizante, mas não o reforço (indicado depois de quatro anos).
A sepse é uma reação exagerada do corpo a uma condição. Ela ocorre quando o sistema imunológico começa a danificar os tecidos e órgãos do corpo. Além disso, em situações mais graves, pode levar à morte.
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Os perigos da comida estragada
Apesar de o caso dos Estados Unidos ser bem específico (afinal, combinou-se comida estragada, falta de imunização contra a doença e, posteriormente, uma reação exagerada do corpo), alimentos contaminados com bactérias, vírus, fungos e outros parasitas prejudiciais ao corpo humano representam riscos à saúde — como a intoxicação alimentar.
Os micro-organismos que geralmente causam intoxicação alimentar são Salmonella, Shigella, E. coli, Staphilococus, Clostridium, vírus Rotavírus (ou por suas respectivas toxinas), fungos, componentes tóxicos encontrados em certos vegetais (como a planta “comigo-ninguém-pode” e mandioca brava) e produtos químicos.
Ademais, os órgãos mais afetados geralmente são o estômago e o intestino, que podem responder com enjoos, mal-estar, vômitos, diarreia, cólicas e gases. Além disso, a febre costuma aparecer, assim como a desidratação e a queda na pressão arterial em quadros mais graves.
Para evitar o problema, é essencial higienizar corretamente os ingredientes que vamos consumir, além de armazená-los adequadamente. Confira, então, algumas dicas:
- Lave frutas, verduras e legumes com uma solução contendo hipoclorito de sódio e água;
- Mantenha carnes, frutos do mar e peixes na geladeira ou no congelador — certifique-se de comprar em locais confiáveis;
- Cozinhe bem o frango e a carne de porco;
- Armazene imediatamente as sobras das refeições na geladeira (e em potes herméticos);
- Lave as mãos antes de comer ou de cozinhar;
- Use apenas água devidamente tratada;
- Na hora de preparar, não use a mesma faca/tábua para a carne e os legumes, por exemplo — há risco de contaminação cruzada.
Referências:
- Os riscos causados pela intoxicação alimentar; Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Alagoas;
- Case 7-2021: A 19-Year-Old Man with Shock, Multiple Organ Failure, and Rash; New England Journal of Medicine.