Cisto no ovário: veja o que causa e se há riscos para a saúde

Saúde
01 de Abril, 2022
Cisto no ovário: veja o que causa e se há riscos para a saúde

Ao fazer um ultrassom transvaginal ou outro tipo de exame de imagem, muitas mulheres ficam apreensivas quando descobrem que possuem um cisto no ovário. Contudo, a natureza do cisto ovariano é benigna e a maioria dos casos exige acompanhamento para não causar certos desconfortos.

Veja também: Endometriose: o que é e como tratar com a ajuda da alimentação

Qual a composição do cisto no ovário?

Carolina Curci, médica ginecologista e obstetra, explica que os cistos no ovário são pequenas bolsinhas de fluido ou sangue. Entretanto, alguns tipos são mais inusitados, como o teratoma, podem conter dentes, cabelos e fragmentos ósseos que já nascem com a mulher, mas é facilmente retirado com cirurgia. “Em geral, o cisto pode ter diversos tamanhos, e pode ser um folículo que não se desprendeu do óvulo durante a menstruação e acumulou líquido ou sangue. O tecido que envolve o conteúdo é bem fino, e muitos tendem a desaparecer ou reduzir o tamanho de forma espontânea”, afirma a especialista.

Causas e tipos

A princípio, o surgimento de um cisto no ovário possui diversos fatores. Por exemplo, alterações hormonais, uso de medicamentos, endometriose e hereditariedade. Veja alguns tipos de cisto:

  • Hemorrágico: acontece quando há sangramento interno do folículo durante a ovulação. Dessa forma, dependendo do tamanho do cisto, a mulher pode ter sangramentos fora do período menstrual.
  • Folicular: aparece na ausência de ovulação ou quando um folículo fica preso ao ovário durante o período fértil.
  • Cisto de corpo lúteo: seu tamanho varia entre 3 cm e 4 cm, e pode surgir após a saída do óvulo.
  • Endometrioma ovariano: fruto da endometriose nos ovários.
  • Fibradenoma: mais comum durante a menopausa, o cisto pode ser pequenino ou chegar a pesar quilos.

Diferença entre cisto no ovário e síndrome do ovário policístico

É muito comum acreditar que ambos são a mesma coisa, mas há uma diferença relevante entre eles. Mas o cisto no ovário não possui sintomas nem apresenta efeitos colaterais para a mulher – o único obstáculo pode ser o incômodo e dor abdominal de acordo com o seu tamanho.

Por sua vez, a síndrome do ovário policístico é um conjunto de múltiplos cistos que alteram o tamanho do órgão e impacta na atividade hormonal da mulher. Como consequência, pode haver aumento ou proliferação de pelos em novas partes do corpo (hirsutismo) e causar irregularidade na menstruação, o que prejudica a ovulação. Ou seja, com a ovulação afetada, as chances de engravidar são comprometidas. Ao contrário do cisto, que tem origens definidas, não há consenso médico e científico sobre a causa da síndrome.

Riscos e diagnóstico

De acordo com Curci, a melhor forma de descobrir um cisto no ovário é por meio de exames e consulta de rotina. “Solicitamos exames de imagem, como o ultrassom pélvico ou transvaginal, que ajudam a identificar a presença do cisto. Se existir algum tipo de cisto, observamos o seu tamanho, acompanhamos o crescimento ou fazemos outros exames para checar seu tipo. Logo, é preciso refazer os exames a cada três meses. Assim conseguimos avaliar a progressão do cisto e se há necessidade de medicamentos ou outros tipos de intervenção”, explica.

Os cistos não causam riscos para a saúde feminina. No entanto, se houver um desenvolvimento muito rápido, o tamanho do cisto pode começar a incomodar. “Quando a bolsa cresce demais, existe o risco de ela literalmente torcer na base ou até se romper, causando dor súbita na mulher, que precisa ir ao atendimento médico para tratar”, relata a médica. Além disso, a mulher pode sentir peso no baixo ventre, dor ao ter relações sexuais, sangramentos (escapes) fora da menstruação e dificuldade para engravidar.

Tratamento

As intervenções envolvendo medicamento e cirurgia só são necessárias quando o aumento do cisto pode trazer complicações futuras, como as mencionadas acima. Para evitar o risco de rompimento, Curci alega que é possível recorrer primeiro aos medicamentos e terapia hormonal para reduzir o cisto. “Em último caso nós fazemos a retirada por meio cirúrgico (laparoscopia), pois a intervenção pode diminuir a reserva ovariana, que é essencial para mulheres que estão na fase de constituir família”, orienta.

Por fim, o ideal é sempre fazer um check-up anual e, se houver o diagnóstico do cisto ou de algum outro tipo de problema, talvez seja necessário repetir os exames a cada três ou seis meses, dependendo do caso.

Fonte: Carolina Curci, médica ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana; e Febrasgo.

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