Câncer de pele: conheça os principais tipos e como prevenir

Saúde
22 de Julho, 2021
Câncer de pele: conheça os principais tipos e como prevenir

No verão, geralmente ficamos muito preocupados com a alta exposição aos raios solares, que aumentam o risco de câncer de pele. Porém, essa preocupação deve ocorrer em todos os meses do ano.

Até no inverno, por exemplo, é necessário lembrar que o sol continua enviando raios UVA e UVB (ultravioletas) para a atmosfera. “E eles permanecem sendo prejudiciais, pois mesmo com índices mais baixos, o dano promovido por eles é cumulativo”, explica a dermatologista Ana Maria Bertelli, professora da Universidade Santo Amaro (Unisa).

Vale lembrar, então, que exposição solar “mais segura” é aquela feita antes das 10 horas e após as 16. Além disso, o uso do protetor solar com FPS mínimo de 30 deve ser mantido mesmo em ambientes fechados.

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Dados sobre o câncer de pele no Brasil

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele não melanoma (carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular) é o tipo mais frequente no Brasil, e sua incidência tende a ser maior em pessoas com mais de 40 anos.

A expectativa é de que ocorram mais de 176 mil novos casos no Brasil (83 mil em homens e 93 mil em mulheres) entre 2020 e 2022. Além disso, se somarmos a esses números os dados referentes à neoplasia do tipo melanoma (que é a mais agressiva), o número total sobe para 185 mil casos.

Principais tipos de câncer de pele

Carcinoma basocelular (CBC)

O mais prevalente, o CBC surge nas células basais da epiderme. Entretanto, tem baixa letalidade, pode ser curado quando há detecção precoce e geralmente ocorre em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.

“O tipo mais encontrado normalmente se apresenta como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central e que pode sangrar com facilidade. Uma ferida que não cicatriza é a dica para alertar sobre esse tipo de tumor”, diz a dermatologista.

Carcinoma espinocelular (CEC)

É o segundo mais prevalente dentre os tipos de câncer de pele. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte da camada superior da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, face, couro cabeludo e pescoço.

Nessas regiões, normalmente a pele apresenta sinais de dano solar como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres.

Geralmente, as lesões de CEC têm coloração avermelhada e forma de machucados ou feridas ásperas que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Ao contrário do carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular pode ser bastante agressivo e causar metástases (quando o tumor migra para outras partes do corpo). A detecção precoce e o tratamento adequado resultam em grandes chances de cura para o doente.

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Melanoma

O melanoma é o tipo menos frequente de câncer de pele, mas é o que tem o pior prognóstico e o índice mais alto de mortalidade. “Embora o diagnóstico de melanoma normalmente gere medo e apreensão ao paciente, as chances de cura são de mais de 90% quando há detecção precoce e tratamento adequado da doença”, tranquiliza Ana Maria Bertelli.

O melanoma tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Contudo, a mancha muda de cor, de formato ou de tamanho e pode apresentar sangramento.

Por isso, é importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um especialista caso detecte qualquer lesão suspeita. O melanoma pode surgir em áreas de difícil visualização pelo paciente, embora seja mais comum nas pernas, em mulheres; no tronco, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos. Além disso, vale lembrar que uma lesão considerada “normal” para um leigo pode ser suspeita para um médico.

Pessoas de pele clara e que se queimam com facilidade quando expostas ao sol têm mais risco de desenvolver a doença. O melanoma tem origem nos melanócitos, células que produzem melanina (o pigmento que dá cor à pele). Nos estágios iniciais, se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor.

Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de se espalhar para outros órgãos. Por isso, o diagnóstico precoce do melanoma é fundamental.

Cuidados essenciais para prevenir o câncer de pele

A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do câncer de pele. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.

O mais importante é a conscientização sobre a importância do uso do protetor solar para evitar o desenvolvimento de câncer de pele. “Em paralelo, é importante que todos estejam atentos a novas ‘pintas’ ou mudanças nas lesões já existentes. Nessas situações, busque imediatamente um especialista. Não tenho dúvida ao afirmar, portanto, que a melhor forma de combater o câncer de pele ainda é o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Já a melhor prevenção é o uso de protetor solar”, finaliza a profissional.

Fonte: Ana Maria Bertelli, dermatologista e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa.

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