Câncer de bexiga: conheça os sintomas, causas e tratamento
O câncer de bexiga é uma doença que figura em 7º lugar no Brasil dentre os tipos de tumores mais comuns na população. Seu principal fator de risco é o tabagismo, e o sintoma característico é a presença de sangue na urina.
Recentemente, o apresentador Celso Portiolli revelou que foi diagnosticado com câncer de bexiga, mas que já fez a retirada do tumor. Agora, ele passa por imunoterapia para tratar a doença. “Eu tive um câncer de bexiga encontrado na fase mais precoce possível, já é uma notícia boa”, disse. “Fiz um tratamento endoscópico para a remoção desse pólipo [crescimento anormal de células], e agora eu vou ter que fazer um tratamento dentro da bexiga, uma imunoterapia chamada BCG”, disse, tranquilizando seus fãs.
A doença é até três vezes mais comum em homens do que mulheres, sendo que 90% dos casos são diagnosticados após 55 anos. Conheça agora as causas, sintomas e tratamentos mais indicados para o câncer de bexiga.
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As causas do câncer na bexiga
Não há uma causa específica para o câncer de bexiga, mas sim alguns fatores de risco. Como já foi falado, o principal é o tabagismo, que representa, em média, de 50 a 70% dos casos. Além disso, pessoas que fumam têm o risco de ter a doença quatro vezes maior do que não fumantes. Além disso, outro fator de risco importante é a baixa ingestão de líquidos.
Do mesmo modo, a exposição a diversos componentes químicos também é um fator de risco. Quem manipula, por exemplo, aminas aromáticas, corantes, benzeno, benzidina e derivados do petróleo têm mais chance de desenvolver a doença, assim como trabalhadores de setores como agricultura, indústria têxtil, produtos de borracha, plásticos e sintéticos, couro, dentre outras categorias profissionais.
Outra causa comum para o surgimento do câncer de bexiga é tomar, durante bastante tempo, uma droga antineoplásica conhecida como Ciclofosfamida. A exposição a tratamento de radioterapia em áreas próximas à bexiga também podem causar a doença. Por fim, fatores hereditários – como o diagnóstico da doença em algum parente de 1º grau – também causam o câncer de bexiga.
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Quais são os sintomas e como diagnosticar o câncer de bexiga?
O primeiro sinal de alerta para a investigação do câncer de bexiga é a presença de sangue na urina, também chamado de hematúria. O sintoma pode ser microscópico, ou seja, invisível a olho nu, ou macroscópica, quando é visível. A intensidade, por sua vez, depende da extensão da doença.
Além disso, outros sintomas comuns incluem urgência miccional, aumento da frequência das micções e sensação de dor ou queimação ao urinar.
O diagnóstico pode ser feito por meio de exames de urina ou imagem, como tomografia, ultrassonografia ou ressonância magnética da região pélvica. Além disso, caso haja a presença de lesões suspeitas, elas devem ser confirmadas por exame de Cistoscopia ou RTU. Nesse caso, um instrumento é introduzido via uretra para visualizar as lesões e realizar as biópsias do tumor.
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Quais as formas de tratamento?
As opções de tratamento do câncer de bexiga dependem do risco de recorrência ou progressão de doença, que pode ser classificada em grupos de baixo risco, intermediário, alto e muito alto. Dessa forma, o tratamento é feito de três maneiras:
- Cirurgia para remoção do tumor, da lesão ou de toda a bexiga.
- Terapia intravesical, que pode ter duração de até 12 meses. Nesse caso, medicamentos são administrados diretamente na bexiga, através de um cateter, em vez de utilizar a via oral ou venosa. O medicamento permanece na bexiga por até 2 horas. Também podem ser utilizados quimioterápicos
- Quimioterapia sistêmica: utilizada em casos de metástases ósseas, pulmonares ou outras.
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É possível prevenir a doença?
Embora não seja possível evitar o surgimento do câncer de bexiga, é possível evitar os fatores de risco. O principal é parar de fumar, seguido do aumento na ingestão de líquidos durante o dia, principalmente durante estações quentes.
A falta de água não só favorece o surgimento do câncer de bexiga, como também pode aumentar as chances de ocorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Além disso, pouca água no organismo dificulta a recuperação, caso ocorra o derrame.
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Fonte: Dra. Walkiria Tamelini, Oncologista Clínica no Hospital e Maternidade São Cristóvão.