Burnout parental: O que é, como evitar e tratar

Equilíbrio
29 de Maio, 2020
Burnout parental: O que é,  como evitar e tratar

Provavelmente você já ouviu falar sobre a Síndrome de Burnout, que é quando ocorre um esgotamento físico e mental causada pelo estresse excessivo. Muitas vezes por causa da pressão no trabalho e acúmulo de funções e responsabilidades que, ao longo do tempo, causam consequências para a saúde. Mas você sabia que também existe o Burnout parental?

O burnout parental está relacionado ao extremo cansaço dos pais e mães em relação à criação dos filhos. Assim, os pais podem ter uma noite inteira de sono, mas na sensação de descanso não chega nunca. Além disso, outros sintomas associados são problemas no sono e apetite e até mesmo aumento nos vícios.

As causas são diversas, mas em geral, elas estão aliadas a uma sobrecarga de funções. 

Leia mais em: Síndrome de Burnout: O que é e como evitá-la

Isolamento social e o burnout parental

O isolamento social exige mais das pessoas no cumprimento das responsabilidades parentais, familiares, profissionais, etc. Dessa maneira, isso aumenta o estresse e a vulnerabilidade para o desgaste emocional. Por isso, o burnout parental ocorre ainda mais durante esse momento. 

Leia também: Como proteger a saúde mental das crianças durante a quarentena

Segundo a psicóloga Ana Carolina de Carvalho, a questão do home office tem contribuído para o desenvolvimento dessa síndrome. Isso porque antes da quarentena o contato com os filhos era menos intenso, pois eles passavam mais tempo na escola e os pais no trabalho. 

“Muitos pais estão sendo demandados a ajudar os filhos no horário de aula e isso pode estar ocasionando essa condição” explica.

As consequências

O burnout parental pode ter sérias consequências. Em alguns casos, pode ocorrer a negligência no cuidado dos filhos, porque o pai ou a mãe não aguentam mais a pressão sobre eles.

Dito isso, segundo pesquisas, em casos graves podem ocorrer agressões verbais e psicológicas e agressão física nas crianças.

Como lidar

Para a psicóloga, muitas vezes num âmbito geral pode ser difícil se prevenir dessa questão, pois normalmente as pessoas começam a analisar esse comportamento quando a condição já está ocorrendo. Mas, existem maneiras de lidar com o burnout parental ou evitá-lo. Deve ser feito ajustes, como por exemplo, dividir tarefas, reforçar o tempo de qualidade em família, priorizando brincadeiras e conversas. Pense em atividades que irão incluir as crianças ou peça sugestões para elas. 

Além disso, é importante cuidar de si mesmo e da saúde mental. Sempre que possível, separe um tempo sozinho para fazer o que gosta ou simplesmente fazer uma pausa. Não se culpe por estar passando por isso com os filhos, estamos vivendo um momento caótico e acaba sendo normal sentir-se sobrecarregado. A culpa muitas vezes pode levar à ansiedade e depressão.

Tratamento

Ao observar que você não consegue voltar a si, nem ficar feliz ou muitas vezes levar suas atividades de vida, busque ajuda.

Assim como outros distúrbios, existe tratamento para o burnout parental. O diagnóstico é feito por meio da avaliação de um psicólogo ou psiquiatra e o tratamento indicado depende de cada um. O método mais usado é a terapia e, em casos mais graves são receitados medicamentos.

Fonte: Ana Carolina de Carvalho Pacheco, psicóloga clínica e mestre em psicologia forense.

Leia também: Como equilibrar trabalho, filhos e estresse durante a quarentena

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

Leia também:

Bem-estar Equilíbrio Saúde

“É impossível ser feliz sozinho”: cultivar relacionamentos está entre os segredos para viver mais

Indo na direção contrária da longevidade, um estudo revelou que quase ¼ das pessoas em todo o mundo se sentem sozinhas

misofonia
Bem-estar Equilíbrio

Misofonia: O que é a síndrome que viralizou no TikTok?

A misofonia é uma condição que provoca uma reação negativa aos sons. Saiba mais

Bem-estar Equilíbrio Saúde

Taxas de suicídio e de autolesão de crianças e jovens aumentam no Brasil

País registrou o aumento de 3,7% nas taxas de suicídio e de 21% nos casos de automutilação entre os anos de 2011 e 2022