Bichectomia: cirurgião plástico aponta os principais riscos e cuidados

Beleza
31 de Março, 2022
Bichectomia: cirurgião plástico aponta os principais riscos e cuidados

Já faz algum tempo que a bichectomia caiu no gosto das pessoas que sempre desejaram ter um rosto mais fino e com a região maxilar realçada.

Prova disso são as centenas de celebridades mundo afora que apostaram neste procedimento nos últimos anos: Victoria Beckham, Megan Fox e Mila Kunis são apenas algumas delas!

Por mais que pareça simples, contudo, a cirurgia possui alguns cuidados e restrições que devem ser levados em consideração antes de decidir se submeter a ela.

Diante disso, o cirurgião plástico Luís Felipe Maatz, de São Paulo, explicou todos os detalhes sobre a técnica. Aos detalhes:

O que é bichectomia

A palavra bichectomia surgiu a partir da referência à bola de Bichat. Trata-se de um tecido gorduroso localizado nas bochechas e que foi batizado em homenagem ao anatomista francês Marie François Xavier Bichat, o primeiro a descrever esta estrutura.

A cirurgia, portanto, consiste na retirada de uma porção das bolas de Bichat através de um corte pequeno feito por dentro da boca. Desta forma, o procedimento não deixa qualquer cicatriz aparente.

“A bichectomia é indicada para diminuir a proeminência da bochecha, melhorando o formato arredondado do rosto, realçando a região malar (maçã do rosto) e resultando em uma face mais magra e harmoniosa”, explica Maatz.

Riscos da cirurgia

A bichectomia pode até ser considerada uma cirurgia simples. Contudo, ela se torna um procedimento delicado por conta do local onde ficam as bolas de Bichat: próximas às estruturas nobres da face, como artérias, nervos e ducto salivar.

Por este motivo, Maatz indica que a técnica seja realizada apenas hospital ou clínica com estrutura adequada, com sedação ou anestesia local.

Os possíveis riscos, segundo o cirurgião plástico, são:

  • Infecção do local da cirurgia
  • “É um risco que está associado a todos os tipos de cirurgia devido ao corte provocado na pele, mas que normalmente é evitado com o uso de antibióticos que pode ser indicado antes ou após o procedimento”, ele explica.
  • Paralisia facial temporária ou definitiva
  • Este problema pode surgir caso aconteça o corte acidental de algum nervo facial durante a cirurgia.
  • Redução da produção de saliva

Segundo Maatz, este caso é mais comum em cirurgias mais complicadas, onde pode acontecer a lesão das glândulas salivares ao retirar o excesso de gordura.

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“É preciso ter pleno conhecimento das variações anatômicas e domínio da técnica cirúrgica. Se o procedimento for realizado por um cirurgião plástico experiente e capacitado, as complicações são raras. Mas, se houver lesão de alguma dessas estruturas, é possível a reparação”, alerta o profissional.

Vale ressaltar que a cirurgia é contraindicada para pacientes submetidos à radioterapia ou quimioterapia, com infecções locais ou sistêmicas, trismo (limitação de abertura bucal); cardiopatias severas, sistemicamente não compensados; deficiência de fatores de coagulação e com problemas hepáticos e renais graves. Menores de idade e grávidas também não devem se submeter a ela.

Bichectomia: pós-operatório

Segundo Maatz, a recuperação da bichectomia costuma ser rápida.

“Em geral, o paciente recebe alta no mesmo dia da cirurgia. O inchaço local dura cerca de uma semana, e é mais intenso nos três primeiros dias. Já o afastamento do trabalho é de dois a três dias, desde que o inchaço não atrapalhe a rotina do paciente”, ele aponta.

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Durante este período do pós-operatório, o paciente deve ter alguns cuidados:

  • Aplicar compressas geladas no rosto 3 a 4 vezes por dia durante 1 semana;
  • Dormir com a cabeça mais levantada até o inchaço diminuir;
  • Fazer uma dieta pastosa e morna durante os primeiros 10 dias para evitar abertura dos cortes;
  • Evitar esforço físico pesado;
  • Evitar exposição solar.

“Os resultados começam a se tornar visíveis após os primeiros sete dias. Mas, só quando desinchar de vez, será possível ver o resultado definitivo, e isso pode levar algumas semanas”, conclui ele.

Fonte: Luís Felipe Maatz, cirurgião plástico com especialização em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Sobre o autor

Ana Paula Ferreira
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em beleza e bem-estar.

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