Berne: conheça as causas, sintomas e tratamento
Berne é o nome popular de uma doença parasitária de pele conhecida como miíase. É mais comum em áreas rurais, bem como ambientes quentes e úmidos. De acordo com Isis Veronez Minami, dermatologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, a doença é causado por larvas de moscas (varejeira, geralmente), mais comumente da espécie Dermatobium hominis. Essa larva penetra na pele íntegra ou machucada e lá se desenvolve.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dematologia, o berne pode ocorrer tanto em crianças como adultos, especialmente em regiões expostas da pele, inclusive no couro cabeludo. Eventualmente, a miíase pode ser consequência da deposição de larvas de determinadas moscas em ferimentos na pele, cavidades naturais (como nariz e orelhas) ou as larvas são ingeridas por meio de alimentos ou bebidas contaminados.
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Quais são os sintomas do berne?
Segundo a dermatologista, pessoas com berne adquirem um nódulo com vermelhidão, dor local e saída de secreção purulenta ou sanguinolenta – parecendo um furúnculo. A larva pode se desenvolver por um período de 30 a 60 dias. Nesse período, o paciente pode experimentar fisgada, ferroada ou sensação de movimentos na lesão.
Como diagnosticar?
O diagnóstico é confirmado com a extração da larva – já que a lesão clínica pode confundir com furúnculos e abscessos comuns. A larva é, geralmente, esbranquiçada ou acinzentada, com discretas faixas pretas.
Tratamento do berne
O tratamento é a extração da larva. Dessa forma, é importante tampar o orifício (com um esparadrapo, por exemplo) e esperar a larva morrer para então extraí-la.
“Na grande maioria dos casos, uma leve compressão ao redor da ferida é suficiente, mas às vezes é necessário abrir o orifício cirurgicamente. Esse procedimento deve ser realizado pelo dermatologista ou cirurgião geral. Também é comum ter infecções secundárias no local pela manipulação e por vezes é necessário uso de antibióticos associado”, explica a Dra. Isis.
Como prevenir?
A prevenção depende do combate às moscas. Assim, é indicado utilizar roupas que cubram boa parte do corpo e repelentes, telas nas janelas e mosquiteiros, passar as roupas com ferro após retiradas do varal, manter lixos bem fechados para evitar moscas por perto e procurar o dermatologista assim que notar alguma lesão na pele.
Fonte: Isis Veronez Minami, dermatologista do Hospital Edmundo Vasconcelos.