Estratégia de baixo consumo em carboidratos e jejum intermitente
Possivelmente, você já ouviu alguém falando sobre jejum intermitente, certo? O curioso é que, apesar dessa estratégia ser muito divulgada agora, está longe de ser uma novidade.
O jejum vem de muito tempo atrás: os gregos usavam o jejum para o tratamento de doenças. As religiões milenares, como o cristianismo, budismo, hinduísmo e os muçulmanos também já utilizavam a estratégia.
O ato de jejuar já é conhecido e, inclusive, muito bem estudado, e posso dizer que em relação a estratégias de restrição alimentar, é a opção que mais possui evidência científica. Portanto, pode ser bem-vinda na sua rotina. Principalmente, pensando em otimizar os processos que promovem longevidade com qualidade de vida.
4 fases importantes de um protocolo de jejum intermitente
1° fase: Até 24h após finalizar a última refeição
Quando nos alimentamos, mantemos a glicemia elevada. Essa glicemia ativa dentro do corpo o “modo captação de glicose”, que é o direcionamento de energia (glicose) para o cérebro, tecidos e órgãos, conforme as respectivas necessidades. Todo o restante dessa energia vai para o fígado, onde será estocada como glicogênio muscular.
Nessas primeiras 24h de jejum o organismo faz a utilização total dos estoques de energia que ficam armazenados no fígado.
2° fase: De 24h até 48h que o corpo já está em jejum
A partir desse momento, o estoque de glicogênio hepático já foi totalmente utilizado. Por conta disso, começa a ocorrer de forma intensa o processo de gliconeogênese. Esse processo utiliza algumas moléculas para gerar glicose a partir de outros substratos. Principalmente, os aminoácidos provenientes do catabolismo muscular (degradação/quebra dos tecidos musculares).
Mas, não precisa se preocupar em perder músculos por 2 motivos:
- Porque eu não vou pedir para você ficar 24h ou mais sem comer.
- Porque a quebra dos músculos não é tão significativa assim. Durante esse processo, utilizamos em média 50-70g de músculos por dia.
3° fase: De 48h em diante que o corpo está em jejum
Lembra que na fase anterior o organismo começou a usar os músculos para gerar glicose?
Como a nossa espécie não existe para ser sedentária, muito menos atrofiada, a partir desse momento, o organismo começa a produzir de forma significativa o hormônio GH, extremamente importante para preservar a massa muscular. Assim, inibindo o processo de produção de energia a partir dos nossos músculos, e encaminhando o processo lipolítico, que é a quebra das moléculas de gordura para que elas sejam utilizadas prioritariamente como fornecedoras de energia para o organismo.
Além de todas essas atividades acima, já sabemos que, de todas as estratégias, o jejum é uma das mais inteligentes para a renovação celular, que diz muito sobre a longevidade com qualidade de vida.
Só para fechar, é muito importante que você entenda que não existe superioridade entre jejum intermitente e dieta hipocalórica.
O corpo humano sabe perfeitamente que a poupança de energia que existe dentro dele é a gordura. Mas, se o jejum acontecer sem o controle do consumo calórico alimentar, você não perderá gordura.