Autoexame de mama: o que é, quando e como fazer
Você já deve ter ouvido falar mais de uma vez sobre o autoexame de mama. É um tipo de avaliação das mamas que toda mulher pode fazer em casa e que funciona como uma prevenção ao câncer de mama.
“O autoexame é a palpação minuciosa e a observação visual das mamas que deve ser realizado uma vez por mês com a finalidade de identificar, o mais sistemática e precocemente possíveis, alterações suspeitas de alguma moléstia dos seios, cuja confirmação subsequente permita sucesso em seu tratamento”, explica a oncologista Dra. Mariana Marcondes.
Ou seja, a finalidade desse exame tão comum é, justamente, identificar doenças potencialmente malignas ainda em estágio inicial e minimizar a sua taxa de mortalidade. – vale lembrar que o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres brasileiras.
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Como fazer o autoexame de mama?
O autoexame deve ser feito uma vez por mês, preferivelmente uma semana após a menstruação, quando os seios já se encontram menos dilatados e inchados. A partir daí, a mulher deve:
- Posicionar-se em frente a um espelho com a parte superior do tronco desnuda.
- Com os braços pendendo na lateral do corpo a pessoa deve observar os seios.
- A seguir, com as mãos na cintura, a pessoa deve inclinar o tronco para a frente, deixando os seios caírem o mais livremente possível para a mesma direção pela ação da gravidade, objetivando observar a simetria das mamas assim como quaisquer alterações nelas ou entre as duas.
- A seguir, colocando as mãos atrás da cabeça, a pessoa deve observar o tamanho, possíveis diferenças e irregularidades dos mamilos, bem como a sua simetria.
- Depois, mantendo a mão esquerda atrás da cabeça, a pessoa deve levar a mão direita ao seio esquerdo, usando a ponta dos dedos para examiná-lo. A pessoa deverá buscar reconhecer possíveis diferenças na consistência das áreas palpadas e possíveis nodulações.
- Repetir o procedimento, agora deixando a mão direita atrás da cabeça e usando a mão esquerda para examinar a mama direita.
- Por fim, a pessoa deve pressionar gentilmente os bicos dos seios (mamilos) para observar se há saída de algum líquido ou secreção.
“Quaisquer nódulos (principalmente os mais duros ou menos soltinhos), quaisquer alterações na pele, principalmente aquelas que parecem como o que chamamos de ‘casca de laranja’, ou mesmo uma simples inflamação avermelhada, como um eczema, devem ser motivos de alerta”, explica o também oncologista Dr. Artur Malzyner, da Clinonco. “A saída de secreção mamilar, alteração do tamanho das mamas, feridas que não cicatrizam, retração do mamilo ou protrusão do mesmo devem ser também motivo de alerta.”
Vale a pena fazer o autoexame?
O autoexame é recomendado como uma forma de as pessoas conhecerem melhor seus corpos dentro de uma rotina que ajude o sistema de saúde a identificar e reportar ao médico precocemente qualquer mudança do padrão individual. Também é útil porque garante certo controle entre os exames oficiais de rastreamento, como a mamografia, feitos, em geral, a intervalos anuais.
“Mas é importantíssimo alertar as pessoas que o autoexame não costuma detectar lesões mínimas ou sequer menores que 1 cm. Situação que permitiria os melhores desfechos a longo prazo no tratamento, com vantagem na possibilidade de cura do câncer de mama”, alertam os profissionais.
Isso significa que o autoexame não substitui, sob hipótese alguma, o exame médico de rotina e os exames radiológicos de rastreamento. Sendo eles a mamografia e a ultrassonografia, capazes de detectar as lesões menores. Portanto, de forma mais precoce do que o mais cuidadoso e experiente o autoexame de mama.
“A maior preocupação dos médicos e gestores de saúde com o incentivo ao autoexame é que, ao não identificar alterações, a mulher julgue não mais ser necessário procurar o atendimento médico ou realizar exames de rastreio, perdendo, assim, a melhor das armas de cura”, dizem.
Ainda assim, caso a mulher perceba alguma alteração no seu autoexame, a recomendação é procurar um médico para melhor avaliação e dar continuidade à exploração diagnóstica. A maioria dos achados, reforçam os médicos, tendem a não ser graves. Mas, caso essa tendência não se confirme, um passo importante para a resolução do quadro já terá sido dado: o diagnóstico precoce.
Fonte: Mariana Marcondes, oncologista; Artur Malzyner, oncologista.