Atleta pode beber e fumar? Saiba se hábitos atrapalham o esporte
Quando adotamos um novo hábito saudável, como a prática de um esporte, é normal reduzir ou abandonar o consumo de algumas substâncias que não se enquadram ao novo estilo de vida. Recentemente, os atletas profissionais e BBBs Paulo André (atletismo) e Pedro Scooby (surfe), alegaram que a proibição ou restrição de álcool e cigarro no esporte é um mito. Ambos, inclusive, bebem e fumam. Afinal, atleta pode beber e fumar sem que isso prejudique sua saúde ou performance?
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A resposta depende de alguns fatores. “Antes de mais nada, é importante enfatizar que bebidas alcoólicas e cigarro não combinam com a proposta do esporte, seja ele qual for. O esporte traz benefícios de curto e longo prazo que refletem no comportamento da pessoa, que fica mais motivada a melhorar sua saúde e qualidade de vida. Logo, hábitos nocivos prejudicam o desempenho do indivíduo, caso ele queira evoluir na modalidade”, explica Victor Soraggi, médico do esporte da Care Club, em São Paulo (SP).
Atleta pode beber e fumar “socialmente”?
Existem dois tipos de atletas: o profissional e o amador. O primeiro tem o esporte como profissão, e todas as atividades, como alimentação, treino, descanso e suplementação são pensadas para torná-lo cada vez melhor. Portanto, a rotina de treinos desse tipo de atleta exige muito comprometimento para destacá-lo como profissional. Já o amador é o atleta, iniciante ou não, que encara o esporte como hobby e o concilia com outros pilares de sua rotina. A diferença entre esses atletas ajuda a responder a questão de “beber e fumar socialmente”, como fazem o surfista Pedro Scooby e o corredor Paulo André.
“Em ambos os casos desaconselhamos atitudes que não condizem com o esporte. Sobretudo para os atletas profissionais, pois o consumo de substâncias nocivas interferem diretamente na performance. Por exemplo, o cigarro compromete a saúde pulmonar, causa doenças respiratórias e limita a capacidade cardiorrespiratória. O álcool atrapalha a recuperação muscular e favorece a desidratação do atleta. Consequentemente, isso o deixará mais cansado e com menos potencial para seu esporte”, afirma Soraggi.
Amadores precisam fazer mudanças graduais
É fato que álcool, cigarro e outras substâncias desse grupo atrapalham os planos de evolução no esporte profissional ou amador. Por isso, para ambos os casos, é importante ter bom senso e entender seus objetivos. Um atleta profissional que está prestes a participar de uma competição decisiva para a carreira sabe que deverá abrir mão de hábitos e situações em prol de seu sucesso.
Para o amador, a relação com o esporte é diferente, principalmente para quem está dando os primeiros passos. Porém, os amadores que já estão em um patamar competitivo, de se superar a cada treino ou prova, costumam ter a mesma mentalidade de um atleta profissional. Então, o indivíduo irá notar queda no rendimento se for treinar após uma festa regada a excessos de álcool e outras substâncias.
“Eu sempre friso a importância de abandonar hábitos que não caminham com o esporte. Mas para quem está sedentário, é importante tomar uma iniciativa de cada vez. Firmada a rotina esportiva, de forma gradual o indivíduo torna-se mais sábio ao fazer escolhas alinhadas a um estilo de vida saudável. Logo, não será difícil reduzir ou cortar certos vícios e hábitos, pois o benefício proporcionado pelo esporte será maior”, esclarece Soraggi.
Portanto, se você está começando alguma atividade física, não há mal em ir a um happy hour com amigos ou ainda não ter parado de fumar. Nesse momento, a moderação é o melhor aliado para que o novo estilo de vida seja sustentável.
Fonte: Victor Soraggi, médico do esporte da Care Club – unidades Ibirapuera e Parque do Povo, em São Paulo/SP.