Ataque de fúria infantil: o que é e como lidar

Equilíbrio
19 de Abril, 2022
Ataque de fúria infantil: o que é e como lidar

Após o período de gestação e puerpério, começa uma das tarefas mais difíceis e importantes para os pais: educar as crianças. Levando em consideração que a maioria dos pais passam o dia todo fora de casa por conta do trabalho, nem sempre eles sabem lidar com algumas situações. Como por exemplo, quando ocorre o ataque de fúria infantil. 

Comportamentos agressivos são comuns quando a raiva toma conta da criança. Mas, muitas vezes, os pais não sabem identificar o motivo da crise e como agir diante disso. 

De acordo com Deise Moraes Saluti, psicóloga e neuropsicopedagoga, é necessário buscar os gatilhos, entender os porquês, analisar históricos, ponderar o ambiente e buscar o comportamento primário à ação. “Só a avaliação por um comportamento é errado, precisa-se observar todo o comportamento dos pais ou cuidadores responsáveis por essa criança para, então, tentar entender o episódio”, explica.

Como diferenciar o ataque de fúria da birra?

A birra é um comportamento emocional, correspondente a uma negação de atenção dos pais. Isso porque, onde a criança acredita que chorando, ficando isolada, se negando a olhar ou a comer, com esses episódios ela pode chamar a atenção dos pais na tentativa de conseguir algo, como uma recompensa pela sensação de abandono.

“Não podemos afirmar que seja só uma birra, ou seja, ninguém poderá julgar o sentimento dessa criança e muito menos o que ela está pensando”, ressalta Deise. 

Transtorno Explosivo Intermitente 

O Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) é a dificuldade que alguém tem de controlar suas emoções que incapacitam o indivíduo de gerenciar seus impulsos. O que leva a pessoa a um comportamento agressivo, explosivo, com ataque de fúria desproporcional ao evento que levou a isso. Os sinais podem variar de gritaria, xingamento e até mesmo agressões físicas.

Segundo Deise, quando os conflitos se externalizam é quando acontece o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) nas crianças. Assim, o transtorno se instala diante a uma sequência de sentimentos de insegurança.

Leia mais em: Transtorno Explosivo Intermitente: O que é e tratamento

Como os pais devem reagir ao ataque de fúria 

Os pais devem proporcionar muito amor e carinho. Mas se dedicar sem algo que possa dividir a atenção, como um celular, por exemplo.

Desse modo, criança precisa de atenção, necessita que os pais separem um tempo exclusivo. Não é comum para qualquer pessoa se sentir rejeitada, ignorada, portanto, para as crianças também não é diferente. 

“Uma dica: papais e mamães, lembrem-se sempre de que os pequeninos não pediram para vir ao mundo. Vocês os desejaram, vocês os planejaram de alguma forma, ou, em uma hipótese de não ter desejado seu bebê, você decidiu tê-lo e cuidá-lo. Portanto, faça da melhor maneira possível, pois caso você não corresponda às emoções do seu filho, ele poderá crescer um adulto extremamente triste, que não aprenderá a amar, assim como você não demonstrará seu amor”, afirma a psicóloga. 

Dicas para que as crianças elaborem essa raiva e não “carreguem” para as próximas fases da vida

Deise enfatiza que a busca por apoio psicológico é fundamental para as crianças trabalharem suas emoções. Por isso, os pais precisam passar para os seus pequenos que eles os amam, mas que podem estar vivenciando uma fase difícil e que não tem nenhuma ligação com o amor que eles sentem por seus filhos. 

“É fundamental pararmos com os ciclos de violência, agressividade, narcisismo, alienação de nossos históricos adoecedores e aprender com o amor que os filhos trouxeram. Afinal, eles já nos ensinam desde os primeiros batimentos cardíacos que a vida é um ciclo, que uns ciclos se encerram para outros começarem, e é com esse amor que aprendemos a nos dedicar para nossos bebês, até que o amor seja suficiente para ser distribuído pelo mundo”, finaliza a especialista.

Fonte: Deise Moraes Saluti, psicóloga e pós-graduada em Neuropsicopedagogia e Psicologia Infantil.

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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