Artrogripose: tudo sobre a síndrome que afeta bebês
A artrogripose múltipla congênita é uma condição rara que se manifesta durante a formação do bebê na gestação. Como resultado, ocorre a malformação ou deformação das articulações e tendões do feto, que se tornam fibrosos e espessos, além de atrofia muscular. Por essa razão, o bebê apresenta limitações nos movimentos ligados às articulações e membros afetados pela doença.
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Quais são as causas da artrogripose?
Segundo Carolina Cunha, médica ginecologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, não se sabe ao certo o que leva à artrogripose. “A princípio, acredita-se que a principal causa é a falta de movimento do bebê dentro do útero, que danificaria as articulações e atrofiaria os músculos, resultando na limitação dos movimentos”, explica.
Esse tipo que tem como maior responsável a compressão do bebê é chamado amioplasia ou artrogripose clássica. Outra variação é a artrogripose distal, que está provavelmente ligada a anomalias genéticas que levam a outras síndromes, como defeitos esqueléticos e doenças musculares. Este último caso normalmente não atinge as articulações maiores, mas prejudica mãos e pés.
Contudo, outras condições também podem ser responsáveis pela síndrome:
- Anencefalia e redução das células nervosas da medula.
- Perda de líquido amniótico.
- Gestações gemelares, que fazem com que haja menos espaço no útero.
- Complicações da saúde da mãe e diferentes modificações genéticas.
De que forma é feito o diagnóstico?
Em síntese, o maior sinal ou sintoma da artrogripose é a falta de movimento das articulações, sobretudo se for a amioplasia. “Portanto, na hora do nascimento, o médico já consegue identificar se o bebê possui artrogripose ou não, pois a criança nasce com a articulação estendida ou flexionada, e não consegue mudar a posição”, explica Cunha, que alega que o diagnóstico pré-natal é muito difícil. “Pode-se suspeitar quando encontramos a combinação de acinesia fetal (bebê que não se mexe), posição anormal dos membros, retardo de crescimento intrauterino e polidrâmnio (líquido amniótico excessivo)”, acrescenta.
Afinal, existe tratamento para a artrogripose?
Muitas mães e família do bebê ficam preocupadas com as condições da malformação. Sobretudo por sentirem medo da gravidade da situação, que afeta cada bebê de forma diferente. Felizmente a artrogripose tem cura e o tratamento pode começar logo nas primeiras semanas de vida. “Essa condição não é progressiva, então o objetivo do tratamento é deixar a criança independente. Cada caso é diferente, portanto, o tipo de tratamento depende disso. Podem ser feitas cirurgias específicas — para liberar aos poucos os movimentos, tratamento através de troca gessada — com trocas de gesso periódicas que colocam a articulação no lugar, com o tempo e a fisioterapia para retomar os movimentos aos poucos”, detalha Cunha.
Fonte: Carolina Cunha, médica ginecologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo (SP); e Revista Brasileira de Ortopedia.