Apneia do sono pode aumentar risco de problemas cardíacos

Sono
16 de Agosto, 2021
Apneia do sono pode aumentar risco de problemas cardíacos

Engana-se quem acredita que um sono inadequado não traz problemas. Isso porque a apneia do sono, por exemplo, pode estar relacionada ao aumento de problemas cardíacos. 

Na maioria das vezes, a causa da apneia obstrutiva do sono (AOS) é multifatorial. Sendo consequência do colapso ou do grande estreitamento das vias aéreas superiores durante o sono. O estreitamento e o colapso das vias aéreas podem ser causados pelo relaxamento da musculatura da faringe ou por alterações anatômicas, entre outros fatores. Como consequência, há um risco aumentado para problemas cardiovasculares, como pressão alta (hipertensão arterial), batimento cardíaco irregular (arritmia cardíaca), infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).

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Mas como a apneia do sono está relacionada a problemas cardíacos?

O médico cardiologista Luciano Drager alerta que os sintomas da apneia desencadeiam uma série de respostas que podem sobrecarregar o coração de forma importante. 

Dessa maneira, a apneia, ao interromper temporariamente a entrada de ar nos pulmões, reduz a pressão dentro do tórax, fazendo com que o coração trabalhe mais. Além disso, o especialista adverte que a condição promove fragmentação do sono e ativação de adrenalina no corpo, contribuindo para acelerar e sobrecarregar o coração. 

“Hoje, existem evidências de que a apneia do sono pode contribuir para aumentar a pressão arterial, o risco de arritmias e a ocorrência de infartos e derrames. A relação, às vezes, pode ser reversa, ou seja, algumas doenças do coração podem favorecer também o surgimento ou a piora da apneia do sono”,  aponta Drager.

 “Sabe-se que ao dormir, o excesso de líquido no corpo pode ir dos membros inferiores do corpo para regiões superiores, e parte desse líquido pode parar na região da garganta, local em que ocorre a apneia”, afirma.

Segundo o médico, todo o paciente com apneia grave é particularmente mais suscetível a doenças do coração. “As pessoas, no geral, devem avaliar a qualidade do sono. Estou respeitando o horário de dormir e a minha necessidade do sono? No período próximo ao horário de dormir, estou evitando situações estressantes ou estímulos visuais que possam atrapalhar meu sono? Essas perguntas são importantes para que possamos fazer uma autoavaliação da qualidade do sono. Para que, dessa forma, em caso de alguma queixa ou sintoma, o paciente procure atendimento médico para orientação adequada de diagnóstico e tratamento”, finaliza o especialista. 

Fonte: Luciano Drager, médico cardiologista especialista em Medicina do Sono pela Associação Médica Brasileira (AMB).

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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