Apendicite em crianças: sintomas, diagnóstico e tratamento
Apesar de pouco conhecida, a apendicite em crianças não pode ser ignorada. Trata-se da inflamação que ocorre em uma parte do intestino, que é denominada de apêndice. De acordo com Gláucia Finotti, pediatra do Hospital Santa Catarina, o pequeno órgão é semelhante ao dedo de uma luva, localizado no ceco, a primeira porção do intestino grosso.
Assim, o sintoma mais comum da apendicite é uma dor intensa e aguda. Além disso, o paciente pode enfrentar falta de apetite, enjoo, vômitos e febre.
Em grande parte dos casos, a inflamação ocorre em virtude da alta concentração de fezes e bactérias dentro do apêndice. Devido a esse fator, o problema pode surgir em qualquer fase da vida.
Para solucionar o problema, é indicado remover o apêndice imediatamente por meio de cirurgia que é recomendada pelo médico. Dessa forma, o paciente não sofrerá com complicações mais graves.
A falta de tratamento pode levar a ruptura do apêndice, que causa uma infecção generalizada. Portanto, quando existir suspeita de inflamação, visite o médico com urgência para fazer os exames adequados, caso o diagnóstico seja confirmado.
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Sintomas da apendicite em crianças
A pediatra, Glaucia Finotti, lista quais são os principais sintomas da inflamação. Dessa maneira, veja os principais:
- Dor ou desconforto abdominal sem localização;
- Dor abdominal intensa no lado inferior direito;
- Náuseas ou vômitos;
- Perda de apetite;
- Febre baixa persistente;
- Mal-estar geral;
- Prisão de ventre ou diarreia;
- Barriga inchada ou excesso de gases;
- Muita dor ao encostar na barriga.
É importante destacar que a febre não costuma ser muito elevada. Geralmente, ela permanece entre 37,5º e 38º. Esse sintoma é mais comum no decorrer da evolução da inflamação, e não na fase inicial dos primeiros sintomas.
Se a febre estiver alta, provavelmente, o apêndice pode ter rompido há extravasamento de secreções e fezes para a cavidade abdominal. O alerta deve ser ligado, uma vez que trata-se de um diagnóstico grave de inflamação e infecção.
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Causas
Existem diversos motivos pelos quais ocorrem a apendicite em crianças. Assim, veja abaixo:
- Retenção de gordura ou restos fecais dentro do apêndice;
- Infecções gastrointestinais de origem viral ou bacteriana;
- Compressão externa por tumores ou pólipos.
Diagnóstico
A pediatra do Hospital Santa Catarina explica que o diagnóstico é feito com base na avaliação clínica e confirmado por meio de contagem de leucócitos, ultrassonografia (US) e estudos radiográficos do abdome.
Na primeira consulta, o médico pode questionar quais são as regiões do abdômen da criança que doem e se esse sintoma mudou de local com o passar do tempo. Por isso, é fundamental ser o mais transparente possível. Assim, é mais fácil fazer o diagnóstico da inflamação.
Tratamento da apendicite em crianças
O tratamento da apendicite aguda é a apendicectomia, convencional ou laparoscópica.
Contudo, a antibioticoterapia isolada, com drogas contra bactérias Gram negativas e anaeróbicas, é cada vez mais utilizada pelos médicos, uma vez que ela apresenta potencial para reduzir consideravelmente os custos associados à cirurgia, conforme explica a pediatra.
“Estudos sugerem que a terapia não cirúrgica é segura, desde que o paciente tenha um seguimento adequado e possa ser submetido ao tratamento operatório, se necessário.”, completa.
Geralmente, se o apêndice inflamado é retirado antes do rompimento, o paciente não sofrerá com problemas após a cirurgia.
No entanto, a mesma situação não ocorrerá, caso o apêndice rompa antes da cirurgia. O processo de recuperação é mais lento e com mais chances de surgir um abscesso ou outras complicações. Sendo assim, pacientes com esse quadro permanecem no hospital por mais tempo, em observação.
Como deve ser o pós-operatório da cirurgia?
Nas primeiras 24 horas, inicia-se com dieta líquida. O paciente deve ter cuidado ao levantar-se da cama e andar pela casa. Essas atividades precisam ser feitas de forma leve. Além disso, carregar peso ou fazer atividade física são atividades que precisam ser ignoradas.
Já em relação a dieta, ela precisa ser fracionada, ou seja: consuma menores quantidades em cada refeição. É fundamental deixar claro que o intervalo da alimentação não pode ultrapassar quatro horas.
No cardápio, recomendamos evitar frituras, alimentos gordurosos, condimentos, carnes suínas ou doces. Dessa forma, a tendência é que a recuperação ocorra com mais velocidade.
Fonte: Dra. Glaucia Finotti, pediatra do Hospital Santa Catarina.