Apendicite em crianças: sintomas, diagnóstico e tratamento

Saúde
15 de Fevereiro, 2022
Apendicite em crianças: sintomas, diagnóstico e tratamento

Apesar de pouco conhecida, a apendicite em crianças não pode ser ignorada. Trata-se da inflamação que ocorre em uma parte do intestino, que é denominada de apêndice. De acordo com Gláucia Finotti, pediatra do Hospital Santa Catarina, o pequeno órgão é semelhante ao dedo de uma luva, localizado no ceco, a primeira porção do intestino grosso.

Assim, o sintoma mais comum da apendicite é uma dor intensa e aguda. Além disso, o paciente pode enfrentar falta de apetite, enjoo, vômitos e febre.

Em grande parte dos casos, a inflamação ocorre em virtude da alta concentração de fezes e bactérias dentro do apêndice. Devido a esse fator, o problema pode surgir em qualquer fase da vida. 

Para solucionar o problema, é indicado remover o apêndice imediatamente por meio de cirurgia que é recomendada pelo médico. Dessa forma, o paciente não sofrerá com complicações mais graves. 

A falta de tratamento pode levar a ruptura do apêndice, que causa uma infecção generalizada. Portanto, quando existir suspeita de inflamação, visite o médico com urgência para fazer os exames adequados, caso o diagnóstico seja confirmado.  

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Sintomas da apendicite em crianças

A pediatra, Glaucia Finotti, lista quais são os principais sintomas da inflamação. Dessa maneira, veja os principais:

  • Dor ou desconforto abdominal sem localização;
  • Dor abdominal intensa no lado inferior direito;
  • Náuseas ou vômitos;
  • Perda de apetite;
  • Febre baixa persistente;
  • Mal-estar geral;
  • Prisão de ventre ou diarreia;
  • Barriga inchada ou excesso de gases;
  • Muita dor ao encostar na barriga.

É importante destacar que a febre não costuma ser muito elevada. Geralmente, ela permanece entre 37,5º e 38º. Esse sintoma é mais comum no decorrer da evolução da inflamação, e não na fase inicial dos primeiros sintomas.

Se a febre estiver alta, provavelmente, o apêndice pode ter rompido há  extravasamento de secreções e fezes para a cavidade abdominal. O alerta deve ser ligado, uma vez que trata-se de um diagnóstico grave de inflamação e infecção. 

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Causas

Existem diversos motivos pelos quais ocorrem a apendicite em crianças. Assim, veja abaixo:

  • Retenção de gordura ou restos fecais dentro do apêndice; 
  • Infecções gastrointestinais de origem viral ou bacteriana; 
  • Compressão externa por tumores ou pólipos. 

Diagnóstico

A pediatra do Hospital Santa Catarina explica que o diagnóstico é feito com base na avaliação clínica e confirmado por meio de contagem de leucócitos, ultrassonografia (US) e estudos radiográficos do abdome.

Na primeira consulta, o médico pode questionar quais são as regiões do abdômen da criança que doem e se esse sintoma mudou de local com o passar do tempo. Por isso, é fundamental ser o mais transparente possível. Assim, é mais fácil fazer o diagnóstico da inflamação. 

Tratamento da apendicite em crianças

O tratamento da apendicite aguda é a apendicectomia, convencional ou laparoscópica. 

Contudo, a antibioticoterapia isolada, com drogas contra bactérias Gram negativas e anaeróbicas, é cada vez mais utilizada pelos médicos, uma vez que ela apresenta potencial para reduzir consideravelmente os custos associados à cirurgia, conforme explica a pediatra. 

“Estudos sugerem que a terapia não cirúrgica é segura, desde que o paciente tenha um seguimento adequado e possa ser submetido ao tratamento operatório, se necessário.”, completa. 

Geralmente, se o apêndice inflamado é retirado antes do rompimento, o paciente não sofrerá com problemas após a cirurgia. 

No entanto, a mesma situação não ocorrerá, caso o apêndice rompa antes da cirurgia. O processo de recuperação é mais lento e com mais chances de surgir um abscesso ou outras complicações. Sendo assim, pacientes com esse quadro permanecem no hospital por mais tempo, em observação. 

Como deve ser o pós-operatório da cirurgia?

Nas primeiras 24 horas, inicia-se com dieta líquida. O paciente deve ter cuidado ao levantar-se da cama e andar pela casa. Essas atividades precisam ser feitas de forma leve. Além disso, carregar peso ou fazer atividade física são atividades que precisam ser ignoradas. 

Já em relação a dieta, ela precisa ser fracionada, ou seja: consuma menores quantidades em cada refeição. É fundamental deixar claro que o intervalo da alimentação não pode ultrapassar quatro horas. 

No cardápio, recomendamos evitar frituras, alimentos gordurosos, condimentos, carnes suínas ou doces. Dessa forma, a tendência é que a recuperação ocorra com mais velocidade. 

Fonte: Dra. Glaucia Finotti, pediatra do Hospital Santa Catarina.

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