Ambivalência afetiva: Sim, é possível sentir emoções opostas ao mesmo tempo

Equilíbrio
19 de Agosto, 2021
Ambivalência afetiva: Sim, é possível sentir emoções opostas ao mesmo tempo

Raiva e felicidade, tristeza e alegria, medo e desejo… Você já sentiu emoções consideradas opostas ao mesmo tempo? Pois saiba que não é o único: a característica leva o nome de ambivalência afetiva, e pode ocorrer tanto em relação a uma pessoa quanto a um objeto ou a uma situação.

O estado emocional é mais comum em quem tem transtornos psiquiátricos, como depressão ou esquizofrenia. Mas calma: todos nós podemos experimentar a ambivalência afetiva em algum momento da vida. 

Por exemplo, uma situação comum de ambivalência afetiva é quando o indivíduo sente ciúmes. Pois mesmo amando a pessoa, ele fica com raiva ao presenciar o parceiro se envolvendo com outros. 

O termo surgiu após o psiquiatra Eugene Bleuler adotá-lo, em 1911, para se referir ao estado de espírito em que duas emoções opostas coexistem, como amor e ódio.

Como a ambivalência afetiva afeta o cérebro

Sentir duas emoções distintas ao mesmo tempo pode ser desagradável. Isso porque o nosso cérebro tem preferência por sentimentos parecidos. Portanto, quando isso ocorre, o desgaste sofrido é intenso. E se com frequência, então, vira algo exaustivo.

Leia também: Roda das emoções: Saiba como identificar os sentimentos

Sinais da ambivalência afetiva

  • Gostar muito de alguém, porém odiar certas atitudes do indivíduo;
  • Sentir necessidade de falar algo e, ao mesmo tempo, não conseguir exprimir seus sentimentos e opiniões;
  • Pensar em agir, mas se manter passivo diante de uma situação.

O lado bom

Apesar de ter o lado negativo, a ambivalência afetiva nos ajuda a analisar os nossos sentimentos com mais profundidade. De acordo com um estudo publicado em 2013 pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, esse estado emocional promove a autoconsciência. 

Além disso, a pesquisa também pontuou que os sentimentos contraditórios estimulam o pensamento criativo. Pois o cérebro é obrigado a pensar de forma inovadora quando se vê diante de emoções opostas.

Leia também: Alexitimia: A incapacidade de identificar emoções e sentimentos

Assim, a angústia causada pela situação controversa pode fazer você se questionar se realmente ama a pessoa ou se tem motivos para odiá-la. Por isso, quando estamos diante da ambivalência afetiva, nós refletimos melhor e, consequentemente, entendemos o que estamos sentindo.

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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