Importância da alimentação do casal para uma gestação saudável

Que a dieta da grávida é muito importante para o crescimento do bebê, você provavelmente já sabe. Mas você sabia que a alimentação do companheiro também conta para uma gestação saudável?

Foi o que apontou uma nova pesquisa, promovida pelo projeto australiano Queensland Family Cohort, em abril de 2022. O estudo sugere que os hábitos alimentares dos parceiros durante a gestação influenciam o cardápio da grávida e, consequentemente, do bebê.

Como funcionou o estudo?

A pesquisa analisou cerca de 194 casais que estavam recebendo cuidados pré-natais na maior maternidade da Austrália entre 2018 e 2021. Os dados coletados constataram que, apesar de o companheiro não ter nenhuma relação direta com o desenvolvimento intrauterino, ele ainda influenciará na saúde do bebê.

Além disso, apenas 28% das grávidas participantes ingeriam a quantidade necessária de vegetais, e 15% no caso de seus parceiros.

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Alimentação na gestação

De acordo com a nutricionista Karla Lacerda, da CalcLab, existem alguns passos essenciais para a formação de bebês saudáveis. O primeiro passa pelo entendimento que a concepção e a gestação são os eventos imunológicos complexos, que exigem do corpo uma concentração de esforços para que aconteça.

“O ideal seria começar os ajustes na alimentação, pelo menos, 90 dias antes da primeira tentativa de aumentar a família. O casal deve buscar ajuda para equilibrar alimentação e hábitos de vida”, explica Karla.

Uma dieta equilibrada, com os nutrientes necessários, é responsável pelo melhor crescimento do bebê ainda dentro da barriga, e ainda previne futuras doenças que podem se tornar crônicas na vida adulta.

É preciso haver, por exemplo, o consumo adequado de proteínas, gorduras, carboidratos, fibras, vitaminas e minerais, oriundos de hortaliças, leguminosas, vegetais e produtos de origem animal.

Além disso, a nutricionista afirma que alguns micronutrientes são imprescindíveis. Ela enumera: cálcio, vitamina D, ômega-3, folato, vitaminas do complexo B, zinco, selênio, ferro, vitamina A, vitamina C, entre outros.

Onde encontrar tudo isso?

Em folhas verde-escuras, que contêm carotenoides, ferro, magnésio, cálcio e potássio, nutrientes essenciais para a fertilidade. Já as sementes de abóbora são fontes de zinco, magnésio e gorduras boas, otimizando a produção e a sinalização hormonal.

A sardinha, rica em coenzima Q10, ômega-3 e cálcio, melhora a produção de energia. Por outro lado, castanha-do-pará, alho, cebola, feijão, amêndoa, melão e berinjela são alimentos que auxiliam na redução do estresse oxidativo e ainda estimulam a maturidade do óvulo.

Acerola, salsa, brócolis, couve, pimentão, laranja e morango têm ação antioxidante importante para os ovários e, em níveis reduzidos, podem afetar o sistema imunológico da futura gestante.

Já ovos, leite e derivados, fígado, manga, pequi e pupunha funcionam como reguladores e moduladores do crescimento. São alimentos que promovem a diferenciação e a proliferação celular e o desenvolvimento embrionário.

“A adequação alimentar consiste não apenas em adicionar os alimentos necessários, mas ainda em retirar o que prejudicae atrapalha o processo, como alimentos ultraprocessados, frituras, excesso de açúcar e álcool. O consumo de bebida alcoólica implica em prejuízos para a fertilidade, e deve ser evitado pelo casal” diz Karla.

Fonte: Karla Lacerda, nutricionista e CEO da CalcLab.