Adolescentes do sexo masculino vão três vezes menos ao médico

Saúde
24 de Setembro, 2021
Adolescentes do sexo masculino vão três vezes menos ao médico

Dados do Ministério da Saúde obtidos pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostram que adolescentes meninos procuram menos o médico. Em 2020, o acesso dos jovens do sexo masculino entre 16 e 19 anos ao Sistema Único de Saúde (SUS) foi três vezes menor, em comparação com as meninas. Desse modo, foram 2,1 milhões de garotos atendidos no ano passado na rede pública, ante 6,9 milhões de garotas.

Adolescentes do sexo masculino procuram menos o médico

Entre outros motivos, o número preocupa porque, nessa faixa etária, os adolescentes deveriam iniciar um acompanhamento médico especializado. Isso porque eles precisam ter mais acesso a informações sobre infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), gravidez precoce, doenças que afetam a fertilidade, etc.

De acordo com a SBU, essa diferença entre os gêneros na busca por consultas de rotina se deve, principalmente, a fatores culturais. “Uma das principais explicações é o preconceito de considerar o sexo masculino como mais forte. Além disso, de erroneamente assumir a existência da autossuficiência no cuidado da própria saúde do adolescente masculino”, explica Daniel Suslik Zylbersztejn, urologista e titular da entidade.

Esse preconceito faz o jovem crescer buscando informações sobre saúde somente com amigos ou na internet, e não com um profissional médico habilitado. “Não ir ao médico de forma regular dificulta a aquisição do hábito de saúde”, destaca o médico. O especialista também é idealizador e coordenador da Campanha de Conscientização da Saúde do Adolescente Masculino #VemProUro.

De acordo com ele, muitos homens só começam a ir ao médico com frequência por volta dos 45 anos, para acompanharem a saúde da próstata mais de perto.

Leia também: Jovens e homens são os mais afetados pela solidão, diz estudo

Vacinação contra HPV também é menor adolescentes meninos

Uma pesquisa realizada pela SBU constatou que 44% dos adolescentes não usaram preservativo na primeira relação sexual. E que 35% dos entrevistados só se protegem raramente ou nunca.

Os adolescentes do sexo masculino também aderiram menos à vacinação contra o HPV, vírus associado à ocorrência de diversos tumores genitais. Contudo, o imunizante é oferecido no SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14.

Os números atualizados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações referentes ao período de 2013 a 2020 mostram que a média nacional de cobertura vacinal para segunda dose do HPV é de 65,8% para a população feminina. Por outro lado, somente de 35,6% para a masculina.

De acordo com Bruno Cezarino, urologista e médico assistente do Setor de Urologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), a baixa adesão está relacionada à falta de informação.

“A vacina do HPV, especialmente quando tomada antes do primeiro contato sexual, é muito eficaz contra os subtipos virais mais prevalentes na população e os relacionados ao câncer. Ela reduz em grande parte o risco de tumores de pênis e colo do útero”, alerta o médico.

Leia também: Vacina do HPV: quem pode tomar e outras dúvidas sobre o vírus

Principais ISTs entre os jovens

A pesquisa destacou ainda que as infecções sexualmente transmissíveis mais comuns na adolescência são sífilis, herpes simples, cancro mole, HPV, linfogranuloma venéreo, gonorreia, tricomoníase, hepatites B e C e HIV.

A SBU também destacou a expansão entre jovens do número de infecções pelo vírus aids. A prevalência da doença apresentou um aumento de 64,9% na faixa etária de 15 a 19 anos de 2009 a 2019. Isso de acordo com o Boletim Epidemiológico HIV/Aids do Ministério da Saúde de 2020.

(Fonte: Agência Einstein)

Leia também:

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Pessoas com histórico de infarto têm mais risco de desenvolver outros problemas de saúde a longo prazo, como insuficiências cardíaca e renal, arritmias e até depressão,

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Problemas como insuficiências cardíaca e até depressão são mais frequentes em quem sofreu um ataque cardíaco

Bem-estar Equilíbrio Saúde

“É impossível ser feliz sozinho”: cultivar relacionamentos está entre os segredos para viver mais

Indo na direção contrária da longevidade, um estudo revelou que quase ¼ das pessoas em todo o mundo se sentem sozinhas