Filha de Arthur Aguiar e Maíra Cardi não come açúcar e glúten aos três anos. Quando liberar?

Alimentação Gravidez e maternidade
22 de Março, 2022
Filha de Arthur Aguiar e Maíra Cardi não come açúcar e glúten aos três anos. Quando liberar?

Durante uma conversa com outros participantes do BBB 22, Arthur Aguiar contou que sua filha com Maíra Cardi — Sophia, de três anos — não come açúcar e glúten, bem como leva as próprias comidinhas saudáveis em festas de coleguinhas. A questão, aliás, gera a dúvida em muitos pais: quando começar a ofertar açúcar e glúten para crianças?

“Ela não sofre, não. Ela nunca chorou. Quando alguém vem oferecer alguma coisa pra ela, ela pergunta: ‘Tem açúcar? Tem glúten?’. Aí a pessoa fala: ‘Tem’. E ela: ‘Então não quero’. Ela aprendeu desde sempre. A Sofia só come pão sem glúten. A manteiga dela é vegana”, disse o ator e cantor.

Açúcar para crianças

Primeiramente, o consumo de açúcar por parte dos pequenos deve ser bastante controlado e, antes dos dois anos de idade, é totalmente contraindicado, afirma a nutricionista Bel Fagundes, de São Paulo. Isso também vale para o consumo de mel, pois ele aumenta o risco de botulismo intestinal.

Portanto, evite os alimentos industrializados que geralmente são ofertados ao bebê, como sucos de caixinha, bolos, biscoitos (como o de maisena) e papinhas artificiais.

E lembre-se: o ingrediente não é completamente liberado depois dessa fase, viu? Mesmo após os dois anos de idade, a ingestão de açúcar refinado deve ser controlada pelos pais ou responsáveis. Isso porque o item, em excesso, pode trazer consequências à saúde do pequeno, como:

Paladar viciado

Se o consumo de açúcar acontecer antes dos dois anos de idade, torna-se maior o risco de paladar “viciado”. Ou seja, pode provocar a maior recusa por alimentos saudáveis e naturais. Por isso, a recomendação de evitar o consumo de açúcar antes dos dois anos de idade também é suportada pela Associação Americana do Coração.

Piora no desenvolvimento cognitivo

Alimentos açucarados na infância podem afetar negativamente o desenvolvimento cognitivo. De acordo com um estudo do The American Journal of Clinical Nutrition, os filhos de mulheres que consumiam grande quantidade de açúcar durante a amamentação tiveram pior desenvolvimento cognitivo nos primeiros anos de vida.

Maior risco de doenças e ganho de peso

Os alimentos ricos em açúcar aumentam o risco de desenvolvimento de doenças como a pressão alta, a obesidade e o diabetes tipo 2. Além disso, podem causar o acúmulo de gordura no fígado, no abdômen e no coração. Ainda mais, as cáries nos dentes podem se tornar um problema durante a infância.

Leia também: Método BLW: Como aplicá-lo na introdução alimentar dos bebês

Glúten para crianças

Diferentemente da questão do açúcar, a história do glúten para crianças é um pouco mais complicada. O Departamento de Gastroenterologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por exemplo, afirma que “não há recomendação sobre o período ideal de introdução do glúten na alimentação (acima de 6 ou 12 meses)”. No entanto, a organização não indica a dieta sem glúten para crianças que não tenham doença celíaca, alergia ao trigo ou algum tipo de sensibilidade à proteína encontrada em grãos.

Cortar o glúten da dieta da criança sem motivos, aliás, pode prejudicar a sua nutrição. Da mesma forma, quem precisa eliminar a proteína do cardápio do pequeno deve fazer isso com ajuda profissional. “A dieta sem glúten aumenta a ingesta de gordura, reduz o consumo de fibras e altera microbiota intestinal, podendo, portanto, aumentar o risco de doenças cardiovasculares”, diz a SBP.

Alguns especialistas indicam, desse modo, que o primeiro contato com o glúten ocorra aos sete meses de idade, justamente por conta do potencial alergênico da substância. O melhor a fazer? Conversar com o seu pediatra de confiança. Ele analisará as características individuais do pequeno e poderá avaliar o melhor momento para introduzir o item no cardápio do mesmo.

Contudo, é sempre bom lembrar: a SBP aconselha o aleitamento exclusivo até os seis meses de idade e, a partir de então, a introdução alimentar. Durante o processo, devem ser priorizados ingredientes naturais, como frutas, legumes e verduras.

Referências:

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